Câncer de cólon e reto

O Câncer de cólon e reto, também chamado de Câncer de Ânus, São tumores que ocorrem no canal e bordas externas do ânus. Os tumores no canal do ânus são mais frequentes entre as mulheres.

O câncer do ânus corresponde entre 2 a 4% de todas as neoplasias malignas que acometem o intestino grosso, afirma o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

CAUSAS DO CÂNCER DE CÓLON E RETO

Entre as suas múltiplas causas, como um dos fatores etiológicos, presumível, o vírus do papiloma humano (HPV) o que lhe confere forte associação com as doenças sexualmente transmissíveis.

Esses tumores anais podem ocorrer na borda anal ou no canal anal, até a transição com o reto. Os tumores que surgem na borda anal são lesões dermatológicas e, como tal, podem ser tratados apenas com excisão local. Por outro lado, os tumores que surgem no canal anal ou na zona de transição do canal anal com o reto sempre receberam atenção cirúrgica mais agressiva.

 Atualmente, esses tumores podem ser curados com a associação de rádio e quimioterapia, diferente do que ocorreu no passado, quando a terapêutica era feita por meio da amputação do ânus e do reto deixando o paciente com colostomia definitiva.

 A apresentação clínica e a gravidade do tumor dependem do tamanho e de sua localização no ânus;

Lesões pequenas (menor que 2 cm) e móveis têm probabilidade de cura em 80% dos casos contra menos de 50% de chance para os tumores maiores (5 cm ou mais), não só porque são invasivos, mas porque se associam a maior comprometimento linfonodal.

Sabe-se que 20% dos pacientes são assinto-máticos, porém o sangramento e a dor associada à sensação de massa ocupando o canal anal são o sinal e o sintoma mais frequentes quase sempre erroneamente associados às doenças hemorroidárias.

SINTOMAS DO CÂNCER DE CÓLON E RETO

Alterações intestinais (intestino preso ou solto) e aumento da força na evacuação;

Sangramento ou secreção purulenta nas evacuações;

Caroço na área externa ou interna;

Dor, pressão ou coceira no local;

Inchaço no ânus ou na virilha

DIAGNOSTICO DO CÂNCER DE CÓLON E RETO

O diagnóstico é confirmado pelo coloproctologista, que realiza os seguintes exames:

Inspeção e toque retal; verifica se existem alterações externas ou internas da região anal;

Anuscopia: exame visual do canal anal, realizado com a ajuda de um espéculo chamado anuscópio;

Retoscopia: onde um tubo é introduzido na região anal e permite examinar inclusive o reto próximo ao ânus;

Ultrassonografia endoanal: que mostra em detalhes os tecidos que formam o ânus, através de imagem;

Biópsia: análise de um pequeno fragmento de tecido removido durante o exame, com a finalidade de verificar se há sinais de câncer.

TRATAMENTO DO CÂNCER DE CÓLON E RETO

O tratamento do carcinoma anal pode, atualmente, ser dividido em cirúrgico e clínico;

O cirúrgico, na excisão local da lesão ou na amputação abdominoperineal do ânus e do reto;

O clínico, na preservação do segmento anorretal, por meio do uso da quimioradiação ou da radioterapia isolada

Os tumores podem reaparecer, por isso é importante seguir as recomendações médicas e realizar os exames regularmente. Lembrem-se: a descoberta precoce é a melhor prevenção.

ESTIMATIVA DO CÂNCER DE CÓLON E RETO

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) de 2018, no Brasil, estimam-se 17.380 casos novos de câncer de cólon e reto em homens e 18.980 em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,90 para cada 100 mil mulheres. É o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto em homens é o segundo mais frequente na Região Sudeste (23,29/100 mil) e o terceiro nas Regiões Sul (22,17/100 mil) e Centro-Oeste (16,95/100 mil). Nas Regiões Nordeste (7,98/100 mil) e Norte (4,97/100 mil), ocupa a quarta posição. Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas Regiões Sudeste (23,86/100 mil) e Sul (22,92/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste (17,98/100 mil), Nordeste (9,52/100 mil) e Norte (7,38/100 mil), é o terceiro mais frequente.

O câncer de cólon e reto possui relevância epidemiológica em nível mundial, uma vez que é a terceira neoplasia maligna mais comumente diagnosticada e a quarta principal
causa de morte por câncer, representando 1,4 milhão de casos novos e quase 700 mil óbitos em 2012. O padrão da incidência difere entre os sexos, com taxas de 20,6/100
mil para os homens e de 14,3/100 mil para as mulheres (FERLAY et al., 2013). Uma grande variação geográfica tem sido observada, com taxas elevadas nos países mais
desenvolvidos comparados àqueles menos desenvolvidos (Center; Jemal; Ward, 2009; FERLAY et al., 2013).

As estimativas para 2012 apontaram uma taxa de mortalidade de 8,4/100 mil para ambos os sexos. Os homens apresentaram taxas de magnitudes mais altas (10,0/100
mil) do que as mulheres (6,9/100 mil). Enquanto a maioria dos casos novos (55,0%) ocorre nos países mais desenvolvidos, a maior proporção de óbitos (52,0%) é observada
naqueles menos desenvolvidos, refletindo a baixa sobrevida nessas Regiões. Comparada com a incidência, a variabilidade geográfica das taxas de mortalidade é menor, sendo encontradas as maiores estimativas na Europa Central e Oriental, e as menores na África Ocidental (FERLAY et al., 2013). No Brasil, ocorreram, em 2015, 8.163 óbitos por câncer de cólon e reto em homens e 8.533 em mulheres (BRASIL, 2017).

As taxas de incidência e de mortalidade por câncer de cólon e reto variam amplamente no mundo segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sendo identificados três padrões de distribuição da doença: 

(1) elevação de ambas as taxas nas mais recentes décadas em países que passaram por uma rápida transição econômica, entre eles o Brasil; 

(2) aumento da incidência e diminuição da mortalidade em países com alto IDH, incluindo Canadá, Reino Unido, Singapura e Dinamarca; 

(3) diminuição de ambas as taxas nos países com IDH muito elevado, como Estados Unidos, Japão e França (Arnold et al., 2016).

O câncer de cólon e reto é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida (Boyle ; LeoN, 2002; Sandler, 1996). Os fatores hereditários, como o histórico familiar de câncer de cólon e reto e as doenças inflamatórias do intestino, representam apenas uma pequena proporção da variação observada na carga global da doença. Nesse sentido, as diferenças geográficas observadas na incidência possivelmente refletem a adoção de hábitos de vida ocidentais
(Arnold et al., 2016). É evidente a ocorrência de uma transição nutricional, em todo o mundo, que afeta principalmente os países em desenvolvimento. 

Assim, os fatores de risco ligados ao estilo de vida são modificáveis e incluem: o consumo de bebidas alcoólicas, a baixa ingestão de frutas e vegetais, o alto consumo de carnes vermelhas e de alimentos processados, a obesidade, o tabagismo e a inatividade física (Bouvard et al., 2015; Fedirko et al., 2011; Harriss et al., 2009; Walter , 2014; World Cancer esearch Fundation, 2012).

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