Primeira Consulta de Pré-Natal

Primeira Consulta de Pré-Natal

Atualizado em 08/04/2023 às 06:19

Ao procurar o profissional para a primeira consulta de pré-natal, pressupõe-se que a mulher já pôde sentir e refletir minimamente sobre o impacto de estar grávida. Nesse momento, já ocorreram reflexões quanto à possibilidade de dar continuidade ou não à gestação.

Para algumas mulheres, a percepção da gravidez pode ocorrer antes da confirmação do exame clínico ou até mesmo antes da data que a menstruação deveria ocorrer.

Há outras mulheres, que somente confirmam a gravidez, no quarto ou quinto mês, e os motivos podem ser os mais variados possíveis: ou porque têm pouca sintonia com seu corpo, ou porque negam as mudanças corporais provocadas pela gestação ou porque têm histórias ginecológicas de amenorreias prolongadas ou porque confundem com menstruação os sangramentos eventuais do primeiro trimestre (MALDONADO, 1986).

A equipe de Saúde da Família possui papel importante na identificação e captação precoce dessas gestantes, devendo ficar alerta para sinais e sintomas que muitas vezes não são percebidos pelas próprias mulheres.

No entanto, existem inseguranças e, no primeiro contato com o profissional, a gestante busca:

  • confirmar sua gravidez;
  • amparar suas dúvidas e ansiedades;
  • certificar-se de que tem bom corpo para gestar;
  • certificar-se de que o bebê está bem;
  • apoiar-se para seguir nessa “aventura”.

Acolhimento da gestante

É importante que o enfermeiro ou médico, acolha a gestante e seu companheiro na primeira consulta de pré-natal. O acolhimento pressupõe receber, escutar e tratar as pessoas com respeito e solidariedade, buscando-se formas de compreender suas demandas e expectativas.

O acolhimento implica, também, a responsabilização dos profissionais pela condução do cuidado e na corresponsabilização dos usuários pela sua saúde.

Estado normal de ambivalência com relação à gravidez.

Na primeira consulta de pré-natal, algumas mulheres podem apresentar um sentimento misturado de, querer e não querer, estar grávida. É um momento em que muitas ansiedades e medos aparecem, razão pela qual é necessário compreender esta circunstância sem julgamentos.

É competência do enfermeiro ou médico, acolher as dúvidas que surjam na gestante quanto à sua capacidade de gerar um bebê saudável, de ser mãe e desempenhar este novo papel de forma satisfatória. Além disso, os profissionais devem:

  • Identificar as condições emocionais da gestação: se a gestante tem um companheiro, se tem outros filhos, se conta com o apoio da família ou de amigos, se teve perdas gestacionais, se desejou conscientemente engravidar e se planejou a gravidez. Identificar o contexto em que a gravidez ocorreu e suas repercussões na vida da gestante, de sua família e do seu entorno;
  • Compreender o estado de maior vulnerabilidade psíquica da gestante para acolhê-la, sem banalizar suas queixas;
  • Perceber se a gestante estar buscando uma figura de apoio. Assim, o profissional agora é mais procurado às vezes por dúvidas que possam ser insignificantes para ele, mas muito ameaçadoras para ela;
  • Estabelecer uma relação de confiança e respeito mútuos;
  • Proporcionar espaço na consulta, para a participação do(a) parceiro(a), para que ele(a) possa, também, se envolver no processo gravídico-puerperal ativamente, favorecendo a reflexão e o diálogo sobre as mudanças que ocorrerão com a chegada de um filho.
  • Informar à gestante, sobre seu direito ao acompanhante no pré-parto, no parto e no pós-parto e informe também a maternidade de referência, para poderem visitá-la. Isso os deixará mais tranquilos quanto à hora do parto.
  • Compreender que o processo de mudança na identidade e no papel ocorre também com o homem.

Roteiro da primeira consulta de pré-natal

Na maioria das vezes, a primeira consulta no pré-natal, é realizada pelo Enfermeiro. Na verdade, o Ministério da Saúde, recomenda que a abertura do pré-natal seja realizada por este profissional, intercalando com consulta médica ao longo do pré-natal.

A duração média da consulta primeira consulta de pré-natal, estar entre 45 minutos a 1 hora, isso dependerá de gestante para gestante.

O profissional, pode iniciar a consulta, seguindo o roteiro dado pela Carteira da Gestante, logo por que, a caderneta da gestante precisará ser preenchida com os dados encontrados, orientações realizadas, exames solicitados, entre outros.

Anamnese

Na primeira consulta, deve-se pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual.

Os principais componentes podem ser assim listados:

  • (data precisa da última menstruação (DUM);
  • regularidade dos ciclos;
  • uso de anticoncepcionais;
  • paridade;
  • intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas;
  • detalhes de gestações prévias;
  • hospitalizações anteriores;
  • uso de medicações;
  • história prévia de doença sexualmente transmissível;
  • exposição ambiental ou ocupacional de risco;
  • reações alérgicas;
  • história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações;
  • gemelaridade anterior;
  • fatores socioeconômicos;
  • atividade sexual;
  • uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas, ou ilícitas;
  • história infecciosa prévia;
  • vacinações prévias;
  • história de violências.

Na pesquisa de sintomas relacionados à gravidez também deverá ser questionada a existência de náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, cefaleia, síncope, sangramento ou corrimento vaginal, disúria, polaciúria e edemas.

É importante sanar dúvidas e minimizar a ansiedade do casal. Informações sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal, assim como presença de corrimentos ou outras perdas vaginais, ajudam a identificar situações de risco gestacional e orientam medidas educativas que devem ser enfatizadas durante o pré-natal.

Os fatores de risco, deverão ser identificados em destaque, no Cartão da Gestante, uma vez que tal procedimento, contribui para alertar os profissionais de saúde, que realizam o acompanhamento pré-natal.

As anotações, deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade (Ficha Clínica de Pré-natal), quanto no Cartão da Gestante. Se a UBS (Unidade Básica de Saúde), tiver sistema informatizado para consulta, é importante que o mesmo seja alimentado.

História clínica

A história clínica, é um registro detalhado e abrangente das informações de saúde de um paciente, incluindo dados pessoais, histórico médico, histórico familiar, hábitos de vida e resultados de exames.

Essa documentação é essencial para que os profissionais de saúde compreendam, o contexto clínico do paciente, identificar padrões e possíveis causas dos sintomas apresentados, estabelecer diagnósticos precisos e desenvolver planos de tratamento apropriados.

A história clínica é uma ferramenta crucial na prática médica e na continuidade do cuidado ao paciente, promovendo a comunicação eficiente entre os profissionais envolvidos e otimizando a qualidade da assistência prestada.

Identificação:

É a coleta de dados pessoais.

  • Nome;
  • Número do Cartão Nacional de Saúde;
  • Idade;
  • Cor;
  • Naturalidade;
  • Procedência;
  • Endereço atual;
  • Unidade de referência.

Dados socioeconômicos:

É a coleta de dados econômicos e sociais do paciente.

  • Grau de instrução;
  • Profissão/ocupação (deve-se identificar fatores de risco);
  • Estado civil/união;
  • Número e idade de dependentes (deve-se avaliar a sobrecarga de trabalho doméstico);
  • Renda familiar;
  • Pessoas da família com renda;
  • Condições de moradia (tipo, nº de cômodos);
  • Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
  • Distância da residência até a unidade de saúde.

Antecedentes familiares:

Visa traçar o perfil do paciente a familiares que tiverem alguma doença ou condição de saúde, que impacte na saúde atual, assim o profissional de saúde poderá agir antecipadamente.

  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes mellitus;
  • Malformações congênitas e anomalias genéticas;
  • Gemelaridade;
  • Câncer de mama e/ou do colo uterino;
  • Hanseníase;
  • Tuberculose e outros contatos domiciliares (deve-se anotar a doença e o grau de parentesco);
  • Doença de Chagas;
  • Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV.

Antecedentes pessoais gerais:

História de doenças antigas, tratamentos realizados, condições de emergências ou cirurgias.

  • Hipertensão arterial crônica;
  • Diabetes mellitus;
  • Cardiopatias, inclusive doença de Chagas;
  • Doenças renais crônicas;
  • Anemias e deficiências de nutrientes específicos;
  • Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade);
  • Epilepsia;
  • Doenças da tireoide e outras endocrinopatias;
  • Viroses (rubéola, hepatites);
  • Hanseníase, tuberculose, malária, sífilis ou outras doenças infecciosas;
  • Portadora de infecção pelo HIV (deve-se anotar se a paciente está em uso de antirretrovirais e especificar o esquema utilizado);
  • Infecção do trato urinário;
  • Doenças neurológicas e psiquiátricas;
  • Cirurgia (tipo e data);
  • Transfusões de sangue;
  • Alergias (inclusive medicamentosas);
  • Doenças neoplásicas;
  • Vacinação;
  • Uso de medicamentos;
  • Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo.

Antecedentes ginecológicos:

Procura identificar fatores de risco ginecológico na captura de informações.

  • Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade; idade da menarca);
  • Uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono);
  • Infertilidade e esterilidade (tratamento);
  • Doenças sexualmente transmissíveis, inclusive doença inflamatória pélvica (tratamentos realizados, inclusive pelo parceiro);
  • Cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
  • Malformações uterinas;
  • Mamas (patologias e tratamento realizado);
  • Última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e resultado).

Sexualidade:

Pretende entender o início da atividade sexual, possíveis complicações na primeira menstruação, números de parceiros, entre outros.

  • Início da atividade sexual (idade da primeira relação);
  • Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
  • Prática sexual na gestação atual ou em gestações anteriores;
  • Número de parceiros da gestante e de seu parceiro em época recente ou pregressa;
  • Uso de preservativos masculinos e/ou femininos (“uso correto” e “uso habitual”).

Antecedentes obstétricos:

Os antecedentes obstétricos são impostantes para mensurar possíveis complicações durante a gestação. A presença de aborto, o número de abortos, gravidez e o tipo de parto, são alguns dos questionamentos que a mulher irá responder na primeira consulta de pré-natal.

  • Número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme);
  • Número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, por fórceps, cesáreas – indicações);
  • Número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, complicados por infecções, relato de insuficiência istmo-cervical, história de curetagem pós-abortamento);
  • Número de filhos vivos;
  • Idade na primeira gestação;
  • Intervalo entre as gestações (em meses);
  • Isoimunização Rh;
  • Número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação);
  • Número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e com mais de 4.000g;
  • Número de recém-nascidos prematuros ou pequenos para a idade gestacional;
  • Mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos);
  • Mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos óbitos);
  • Natimortos (morte fetal intraútero e idade gestacional em que ocorreu);
  • Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, ex-sanguíneo- transfusões;
  • Intercorrências ou complicações em gestações anteriores (deve-se especificá-las);
  • Complicações nos puerpérios (deve-se descrevê-las);
  • Histórias de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame).

Gestação atual:

As informações da gravidez atual devem ser obtidas na primeira consulta de pré-natal, tais como:

  • Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida);
  • Peso prévio e altura;
  • Sinais e sintomas na gestação em curso;
  • Hábitos alimentares;
  • Medicamentos utilizados na gestação;
  • Internação durante a gestação atual;
  • Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas;
  • Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse);
  • Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente;
  • Identificar gestantes com fraca rede de suporte social;
  • Cálculo da idade gestacional e data provável do parto DPP.

Exame físico

São indispensáveis os seguintes procedimentos na primeira consulta de pré-natal:

  • avaliação nutricional (peso e cálculo do IMC);
  • medida da pressão arterial;
  • palpação abdominal e percepção dinâmica;
  • medida da altura uterina;
  • ausculta dos batimentos cardiofetais;
  • registro dos movimentos fetais;
  • realização do teste de estímulo sonoro simplificado;
  • verificação da presença de edema;
  • exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica;
  • exame clínico das mamas e toque vaginal conforme as necessidades de cada mulher e com a idade gestacional.

No exame físico, os mais importantes componentes que precisam ser incluídos na primeira visita pré-natal são os seguintes: peso, altura, pressão arterial, avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das extremidades.

No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a vagina, o colo uterino e, no toque digital, o útero e os anexos. Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino no abdome. A ausculta fetal será possível após a 10ª-12ª semana, com o sonar-doppler.

Nas visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a altura uterina, pesar a paciente, mensurar a pressão arterial, verificar a presença de anemia de mucosas, a existência de edemas e auscultar os batimentos cardíacos fetais. Deve-se avaliar o mamilo para lactação. A definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana.

Exame físico geral:

  • Inspeção da pele e das mucosas;
  • Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura axilar;
  • Palpação da tireoide, região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades);
  • Ausculta cardiopulmonar;
  • Exame do abdome;
  • Exame dos membros inferiores;
  • Determinação do peso;
  • Determinação da altura;
  • Cálculo do IMC;
  • Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;
  • Medida da pressão arterial;
  • Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco).

Exame físico específico (gineco-obstétrico):

  • Palpação obstétrica;
  • Medida e avaliação da altura uterina;
  • Ausculta dos batimentos cardiofetais;
  • Registro dos movimentos fetais;
  • Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess);
  • Exame clínico das mamas;
  • Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal).

Obs:. O exame físico das adolescentes deverá seguir as orientações do Manual de Organização de Serviços para a Saúde dos Adolescentes.

Exames complementares

Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário que a equipe de saúde efetue os procedimentos técnicos de forma correta e uniforme durante a realização dos exames complementares, assim como quando da realização dos exames clínico e obstétrico. Do contrário, ocorrerão diferenças significativas, prejudicando a interpretação dos dados e a comparação entre eles.

Cabe aos profissionais de formação universitária promover a capacitação dos demais membros da equipe, a fim de garantir que todos os dados colhidos sejam fidedignos.

É importante ressaltar, no contexto da qualidade da atenção e da proteção biológica, a necessidade da lavagem das mãos do examinador antes e após o atendimento à gestante e, especialmente, na eventualidade da realização de procedimentos.

Devem ser solicitados na primeira consulta de pré-natal, os seguintes exames complementares:

  • Hemograma;
  • Tipagem sanguínea e fator Rh;
  • Coombs indireto (se for Rh negativo);
  • Glicemia de jejum;
  • Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR;
  • Teste rápido diagnóstico anti-HIV;
  • Anti-HIV;
  • Toxoplasmose IgM e IgG;
  • Sorologia para hepatite B (HbsAg);
  • Exame de urina e urocultura;
  • Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional;
  • Citopatológico de colo de útero (se necessário);
  • Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);
  • Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);
  • Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).

Condutas gerais

Deve haver a interpretação dos dados da anamnese, o exame clínico/obstétrico e a instituição de condutas específicas;

  • Deve-se orientar a gestante sobre a alimentação e o acompanhamento do ganho de peso gestacional;
  • Deve-se incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses;
  • Deve-se fornecer todas as informações necessárias e respostas às indagações da mulher, de seu companheiro e da família;
  • Deve-se prescrever suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia) para profilaxia da anemia;
  • Deve-se orientar a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso;
  • Deve-se referenciar a gestante para atendimento odontológico;
  • Deve-se encaminhar a gestante para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a paciente não estiver imunizada;
  • Deve-se referenciar a gestante para serviços especializados quando o procedimento for indicado. Entretanto, mesmo com referência para serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo acompanhada, conjuntamente, na unidade básica de saúde;
  • Deve-se realizar ações e práticas educativas individuais e coletivas. Os grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, devendo abordar temas de interesse do grupo. Recomenda-se dividir os grupos em faixas de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados;
  • Deve-se agendar consultas subsequentes.

Roteiro das consultas subsequentes

Nas consultas subsequentes, devem ser realizados os seguintes procedimentos:

  • Anamnese atual sucinta: deve-se enfatizar a pesquisa das queixas mais comuns na gestação e dos sinais de intercorrências clínicas e obstétricas, com o propósito de se reavaliar o risco gestacional e de se realizar ações mais efetivas;
  • Exame físico direcionado (deve-se avaliar o bem-estar materno e fetal);
  • Verificação do calendário de vacinação;
  • Deve-se avaliar o resultado dos exames complementares;
  • Devem ser feitas a revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal.

Atividades contínuas nas consultas da gestante

I. Controles maternos:

  • Cálculo e anotação da idade gestacional;
  • Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC): anote no gráfico e realize a avaliação nutricional subsequente e o monitoramento do ganho de peso gestacional;
  • Medida da pressão arterial (observe a aferição da PA com técnica adequada);
  • Palpação obstétrica e medida da altura uterina (anote os dados no gráfico e observe o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal);
  • Pesquisa de edema;
  • Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo.

II. Controles fetais:

  • Ausculta dos batimentos cardiofetais;
  • Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/registro dos movimentos fetais;
  • Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica.

III. Condutas:

  • Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico e correlação com resultados de exames complementares;
  • Avaliação dos resultados de exames complementares e tratamento de alterações encontradas ou encaminhamento, se necessário;
  • Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia), para profilaxia da anemia;
  • Oriente a gestante sobre alimentação e faça o acompanhamento do ganho de peso gestacional;
  • Incentive o aleitamento materno exclusivo até os seis meses;
  • Oriente a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso;
  • Faça o acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados, pois a mulher deverá continuar a ser acompanhada pela equipe da atenção básica;
  • Proceda à realização de ações e práticas educativas individuais e coletivas;
  • Faça o agendamento das consultas subsequentes.

Referência:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.

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