
Autor: Em: 04/04/2015
Sala de Recuperação Pós Anestésica - SRPA
SRPA- Sala de Recuperação Pós-Anestésica
• Local destinado a receber o paciente em pós-operatório imediato até que recupere a
consciência e tenha seus sinais vitais estáveis;
• A assistência prestada ao paciente na SRPA requer cuidados constantes, porque é uma
fase delicada do pós-operatório, necessitando de uma monitorização constante e controle
de sua evolução;
• Para a prestação do cuidado em tais condições críticas é necessário que a equipe de
enfermagem esteja em constante estado de alerta para atuar de maneira rápida e
eficiente;
• Compete ao enfermeiro considerar os diversos fatores de risco existentes relacionados ao
trauma anestésico-cirúrgico;
• Riscos cirúrgicos: extensão do trauma e suas alterações neuroendócrinas, sangramento,
dor, alteração de sinais vitais;
• Riscos anestésicos: drogas pré-anestésicas e anestésicas utilizadas, potencial de
depressão respiratória, interação medicamentosa;
• Riscos individuais: idade, estado nutricional, doenças associadas, estado emocional;
Além da identificação dos riscos, cabe ao enfermeiro fazer uma avaliação global do paciente com
destaque para diversas variáveis tais como: funções respiratória e cardiovascular, sistema
nervoso central, dor, temperatura, atividade motora, equilíbrio hidroeletrolítico, infusões,
drenagens, condições de curativo, ocorrência de náusea e vômitos, entre outros;
POTENCIAIS COMPLICAÇÕES NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
• Dor: avaliar e quantificar, posicionar corretamente paciente no leito e utilizar coxins,
auxiliar mudança de decúbito e administrar terapia álgica prescrita;
• Complicações respiratórias: hipóxia, obstrução de vias aéreas superiores, hipoventilação, apnéia, broncoaspiração.
• Monitorar sinais vitais, elevar decúbito de 30º a 45º, estimular respiração profunda,
aumentar oferta de oxigenio se necessário, desobstruir vias aéreas, manter disponível
material para entubação e ventilação. Checar carrinho de reanimação a cada plantão;
• Complicações cardiovasculares: Hipertensão e hipotensão arterial, arritmias, choque
hipovolêmico;
• Verificar nível de consciência, verificar pressão arterial com um manguito de tamanho
adequado à circunferência do braço, providenciar acesso venoso adequado, elevar MMII
(se hipotensão PA sistólica < 90mmHg), observar queixa dolorosa e retenção urinária(se
hipertensão PAS > 160mmHg), manter monitorização através de cardioscopia e oximetria
de pulso, repor líquidos (se sinal hipovolemia PAS < 90mmHg e diminuição da diurese –
contatar o anestesiologista de plantão), observar sinais de sangramento, realizar balanço
hídrico.
• Hipotermia (T < 36oC): manter paciente coberto, observar alterações de ECG e
oximetria, administrar soluções endovenosas aquecidas, trocar roupas molhadas, utilizar
colchão ou manta térmica, se disponível;
• Hipertermia (T > 38oC): fazer compressas frias, controlar temperatura, infundir líquidos
em temperatura ambiente;
• Náuseas e vômito: manter cabeça lateralizada e decúbito elevado se possível, evitar
mudanças bruscas de decúbito, manter a permeabilidade das vias aéreas e sondas, manter
oxigenação, oferecer higienização da boca e trocar roupas se vômito.
Complicações renais:
• Oligúria - fazer balanço hídrico, controlar PA, observar características diurese
• Poliuria - controle hídrico, PA, glicemia
• Retenção urinária: observar presença de globo vesical aumentado e queixa dolorosa,
realizar medidas mecânicas, se não resolver proceder sondagem vesical de alívio;
Recuperação Pós-Anestésica: CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Recomendações para a admissão do paciente na SRPA:
• Conferir a identificação da paciente
• Fazer exame físico
• Monitorar FC, PA, Saturação de oxigênio, temperatura, nível de consciência e dor
• Manter vias aéreas permeáveis
• Instalar nebulização de oxigenio oximetria periférica < 92%
• Promover conforto e aquecimento
• Verificar condições do curativo (sangramentos), fixação de sondas e drenos
• Anotar débitos de drenos e sondas
• Fazer balanço hídrico s/n
• Observar dor, náusea e vômito e comunicar anestesiologista
Administrar analgésicos, antieméticos e antibióticos conforme prescrição médica
• Manter infusões venosas e atentar para infiltrações e irritações cutâneas
• Observar queixa de retenção urinária
• Minimizar fatores de estresse
• Orientar paciente sobre término da cirurgia, garantir sua privacidade e zelar por sua
segurança
• Aplicar o índice de Aldrete e Kroulik a fim de estabelecer os critérios de alta da SRPA
O Índice Aldrete e Kroulik tem como proposta, a avaliação dos sistemas cardiovascular,
respiratório, nervoso central e muscular dos pacientes submetidos a ação das fármacos e
técnicas anestésicas, por parâmetros clínicos de fácil verificação, como frequência
respiratória, pressão arterial, atividade muscular, consciência e saturação periférica de
oxigênio mediante oximetria de pulso.
CRITÉRIOS DE ALTA DA SALADE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA
• Valor da escala de Aldrete e Kroulik acima de 8;
• Valor da escala de Bromage 2, 1 ou 0, em pacientes que foram submetidas a anestesia
reginal (Raquianestesia ou Peridural) ou seja, pelo menos consegue mover o pé;
• Estabilidade dos sinais vitais, comparara com os sinais vitais de enfermaria ou da
admissão;
• Orientação do paciente no tempo e espaço;
• Ausência de sangramento ativo e retenção urinária;
• Ausência de náusea e vômito;
• Dor sob controle;
• Força muscular que favoreça respiração profunda e tosse;
NORMAS E FLUXO DE PACIENTES DA SALA DE RECUPERAÇÃO DA MEAC
1. Intercorrencias relacionadas aos pacientes na SRPA comunicar o anestesiologista de
plantão ou o anestesista disponível.
2. Todo paciente deve ser avaliado pelo anestesista com a devida assinatura na ficha de
Recuperação Pós-Anestésica antes de ser estabelecido a alta da SRPA para enfermaria;
3. A alta do paciente da SRPA para enfermaria deve obedecer aos critérios de alta
descritos;
4. O uso contínuo de sulfato de magnésio em pacientes com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia não
é criério de permanência na Sala de Recuperação Pós-Anestésica;
5. Em casos excepcionais em que haja maior fluxo de cirurgia no centro cirúrgico do que a
oferta de leitos na SRPA, as pacientes que estiverem em melhores condições clínicas na
SRPA, em recuperação parcial da anestesia, devem ser removidas para leitos desocupados
no Centro de Parto, a fim de que seja dada continuidade aos cuidados de recuperação
pós-anestésica sob os cuidados da enfermagem do Centro de Parto. O anestesista de
plantão deve ser acionado para avaliar a assinar a alta da paciente que estiver em
recuperação no centro de parto, quando em condições de alta, a fim de que seja
encaminhada para a enfermaria.
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