Anemia

Atualizado em 17/01/2022 às 01:35

Definição:

Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o con-teúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrien-tes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. Diz-se haver anemia quando a concentração da hemo-globina sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela Organização Mundial de Saúde em 13 g/dL para homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. As anemias po-dem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas.

Etiologia

As causas principais de anemia são: perda excessiva de sangue deficiências e anomalias de produção de hemácias, e destruição excessiva de hemácias

Classificação

As anemias se classificam de acordo com o tamanho das hemácias:

Microcíticas:

Anemia ferropriva (a mais comum de todas), hemoglobinopatias (talassemia, hemoglobinopa-tia C, hemoglobinopatia E), secundárias a algumas doenças crônicas, anemia sideroblástica.

Macrocíticas:

Anemia megaloblástica, anemia perniciosa, alcoolismo, devido ao uso de certos medicamen-tos (Metrotrexato, Zidovudina)

Normocítica:

Por perda de sangue, anemia aplásica, anemia falciforme, secundárias a doenças crônicas.

Algumas anemias:

 ANEMIA FERROPRIVA 

é muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na sínte-se (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do Oxigênio para todas as células do corpo.

Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens -adolescentes e adultos- e os idosos também possam ser afetados por ela. BlogEnfermagem.com

Sintomas: Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames laborato-riais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico de Anemia Ferropriva. Os principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengi-vas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia.

Diagnóstico: O hemograma mostra a anemia, caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que o normal (microcitose), por faltar-lhes conteúdo hemoglobínico. A dosagem plasmática da ferritina, forma química de armazenamento do ferro no organismo, mostra-a muito baixa ou ausente.

Tratamento : A anemia ferropriva cura-se em dois a três meses com a administração de sulfato ferroso oral, além de uma dieta rica em carne vermelha, vegetais de folhas escuras também contêm muito ferro, mas sua absorção é menor. Os cereais de modo geral, e em particular o feijão e a lentilha, são ricos em ferro. Uma dieta equilibrada, portanto, deve suprir a necessidade diária de ferro, que é de 1mg, para compensar o con-sumo desse mineral, uma vez que a vida média do glóbulo vermelho e da hemoglobina é de aproximada-mente 120 dias.

 ANEMIA PERNICIOSA

A vitamina B12, cujo nome científico é cianocobalamina, foi isolada e iden-tificada a partir de um extrato de fígado, em 1948. É indispensável, na espécie humana, para a proliferação dos glóbulos do sangue e para a manutenção da integridade das células nervosas. A vitamina B12 só existe no reino animal; os vegetarianos restritos (que não comem nenhum produto de origem animal), raríssimos no Brasil, desenvolvem a carência. A falta de vitamina B12 causa anemia e alterações neurológicas, que são progressivas e mortais se não houver tratamento

Sintomas: glossite (língua vermelha e ardente), surgem dormências, depois falta de sensibilidade, nas ex-tremidades; deterioração mental irreversível.

Diagnóstico: O hemograma mostra que a anemia é macrocítica, isto é, caracterizada pela presença de eri-trócitos (glóbulos vermelhos) maiores que o usual. A dosagem de vitamina B12 no soro sangüíneo é útil para o diagnóstico.

Tratamento : Consiste na reposição através de injeção intramuscular de vitamina B12; dois ou três dias após a primeira injeção, o paciente sente-se eufórico, bem disposto e com apetite. A anemia cura-se em pou-cas semanas; os sintomas neurológicos de modo mais lento. Como a gastrite atrófica é uma doença definiti-va, o tratamento com uma injeção mensal de B12 deve ser mantido por toda a vida.

 ANEMIA APLÁSTICA

É uma doença devido a uma alteração na função da medula óssea, onde existe uma falência na produção de células sanguíneas. A pancitopenia (número insuficiente de eritrócitos, leucóci-tos e plaquetas), afeta clientes de todas as idades e ambos os sexos. (Luckmann e Sorensen, 1993).

Os agentes etiológicos fazem com que a medula óssea pare de produzir células sanguíneas. O início da anemia aplástica pode ser insidioso ou rápido. Nos casos hereditários, o início geralmente é gradual. Quando a insuficiência de medula óssea resulta de uma mielotoxinas, o início pode ser “explosivo”. Caso a condição não reverter, quando o agente agressor é removido, ela pode ser fatal.

Sintomas: fraqueza e fadigas leves e progressivas; sangramento costuma ser leve, mas em certas ocasiões consiste em hemorragia da retina ou do sistema nervoso central; presença de petéquias ou de equimose na pele, mucosas, conjuntivas e fundo do olho.

Diagnóstico:

– Hemograma e esfregaço de sangue periférico: mostram diminuição nos números de eritrócitos e plaquetas.

– Aspiração e biópsia da medula óssea: a medula óssea está hipocelular ou vazia, com um hematopoiese, bastante reduzido ou ausente.

Tratamento: Nos casos de pacientes com aplasia leve deve-se procurar os possíveis agentes etiológicos, na expectativa de uma recuperação espontânea.

O tratamento pode ajudar a prevenir perigosas complicações.

É utilizado:

– Hemotransfusão

– Transplante da medula óssea.

– A terapia com o imunossupressor.

– A terapia de apoio.

Prognóstico:

A evolução do processo pode ser aguda e conduzir à morte dentro de poucos dias, com o quadro de hemorragias repetidas, necrose e septicemia generalizada ou prosseguir durante meses ou mesmo vários a-nos: vinte e cinco por cento dos pacientes morrem antes de três meses e cinqüenta por cento sobrevivem até vinte meses.

 ANEMIA FALCIFORME

A Anemia Falciforme é uma doença genética e hereditária, causada por anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue. Esses glóbulos vermelhos perdem a forma discóide, enrijecem-se e deformam-se, tomando a formato de “foice”. Os glóbulos deformados, alongados, nem sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a circulação do san-gue nas áreas ao redor. Como resultado causa dano ao tecido circunvizinho e provoca dor.

A forma comum da Anemia Falciforme (Hbss) acontece quando uma criança herda um gene da he-moglobina falciforme da mãe e outro do pai. É necessário que cada um dos pais tenha pelo menos um gene falciforme, o que significa que cada um é portador de um gene da hemoglobina falciforme e um gene da hemoglobina normal.

Como a condição de portador do traço falciforme é um estado benigno, muitas pessoas não estão cientes de que o possuem. Quando duas pessoas portadoras do traço falciforme resolvem ter filhos(s), é im-portante que saibam que para cada gestação há possibilidade de um para quatro de que a criança tenha doen-ça falciforme; há possibilidade de uma em duas de que a criança tenha o traço da falciforme e a chance de um em quatro de que tenha a hemoglobina normal.

A anemia falciforme é mais freqüente na população negra e seus descendentes, mas ocorre também em brancos. A anemia falciforme não é contagiosa. As pessoas portadoras necessitam de cuidados especiais de saúde, desde a infância.

TRAÇO FALCIFORME:

A Anemia Falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal.

Sinais e sintomas de anemia falciforme

– Crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas ou não a infecções, exposições ao frio, esfor-ços etc.;

– palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada, visível principalmente no branco do olho);

– úlceras (feridas) nas pernas nas crianças pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés;

– pode haver também seqüestro do sangue no baço causando palidez muito grande, às vezes desmaio e au-mento do baço (é uma emergência);

– maior tendência a infecções.

Tratamento: Medicação para dor , Antibióticos,Aumento da oferta de líquidos,Transfusão sanguí-nea,Repouso no leito e Cirurgia

Aconselhamento genético

Pessoas que apresentam risco de gerar filhos com hemoglobinopatias graves têm o direito de ser in-formadas, através do aconselhamento genético, a respeito de todas as implicações dessas doenças.

Cuidados de enfermagem

– Incentivar ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais 3 vezes ao dia.

– Proporcionar ambiente adequado a uma melhor aceitação da dieta.

– Informar o paciente da importância da alimentação para a recuperação da sua saúde.

– Envolver a família na orientação de um plano dietético para o pós-alta.

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