Litíase Renal

Atualizado em 19/01/2022 às 05:31

A litíase urinária ou cálculo renal, mais conhecida pelas pessoas como “pedras nos rins”, é um problema de saúde muito comum entre a população.

Quem sofre de ‘pedras nos rins’ pode apresentar um quadro de sintomas variável que se relaciona diretamente com o tamanho e a localização do cálculo. “É possível fazer o diagnóstico tanto nos episódios de cólica renal, como durante exames de rotina através de ultrassonografia e tomografias computadorizadas”.

A litíase renal afeta 3% da população com predomínio no sexo masculino e principalmente com história familiar. Trata-se de uma doença crônica, pois a taxa de recidiva na formação de novos cálculos é elevada. A formação de um cálculo (litíase) no trato urinário pode resultar de muitas doenças. Em geral, as litíases renais são compostas de sais de cálcio (mais comum), ácido úrico, cistina ou estruvita (cálculos de infecção). Cada tipo de litíase tem seu próprio grupo de causas, de forma que o tratamento de cada entidade deve ser específico. Contudo, todos os quatro tipos de cálculos partilham uma patogênese comum, que é essencialmente baseada numa supersaturação excessiva da urina por um material de pobre solubilidade.

Normalmente as pessoas expelem pela urina grandes quantidades de vitaminas, proteínas, minerais, oxalatos, sais de cálcio, ácido úrico, cistina e, eventualmente, outras substâncias como penicilina e diuréticos. Em algumas condições a urina pode ficar saturada dessas substâncias e como consequência formar cristais que posteriormente tornam-se as conhecidas pedras nos rins.

Os cálculos em geral crescem ao longo das superfícies das papilas renais (conforme é possível observar na foto acima), desprendem-se e seguem o fluxo urinário em direção aos ureteres (conforme pode se observar na figura abaixo).

Uma vez que muitos desses cálculos são muito grandes para atravessarem os estreitos condutos do sistema coletor, eles levam a obstrução do fluxo urinário, o que leva frequentemente a dor intensa. Desta forma então eles podem atingir grandes volumes e até mesmo ocupar todo o rim com aspecto de coral ou chifre de veado, ou descer pelo ureter (canal estreito que sai do rim até a bexiga, que conduz a urina) causando a cólica renal. Vale lembrar que o tamanho, posição, densidade do cálculo e também características do paciente levam a decisão por qual método escolher para o tratamento.

Acima podemos ver a anatomia do trato urinário ilustrado e também em um exame normal de urografia excretora. Perceba que o ureter (canal que conduz a urina a bexiga) possui poucos milímetros. Desta forma você pode entender como uma pequena pedra pode obstruir o canal levando a dor, dilatação do ureter e rim (hidronefrose), infecções e até mesmo a perda do rim.Toda vez que o ureter é bloqueado, isto eleva a pressão no trato urinário superior (rim) destruindo os glomérulos, que são as estruturas que filtram o sangue e produzem a urina.

Classificação das Litíases Urinárias

Cálculos de CÁLCIO = 70 a 90%
Cálculos de INFECÇÃO ou ESTRUVITA = 10 a 20%
Cálclulos de ÁCIDO ÚRICO = 5 a 10 %
Calculos de CISTINA = 2 a 3%

Quadro Clínico

Os cálculos renais podem permanecer sem sintomas por um bom tempo, até que, ao se desprenderem dos cálices e da pelve renal e impactarem-se ao nível ureteral ou na bexiga, ocasionam dor intensa (uma das piores dores humanas) e súbita (pode acordar o paciente que esteja dormindo), em cólica, habitualmente nos flancos abdominais, mas que pode irradiar-se para a região escrotal ou grandes lábios e períneo. Náuseas e vômitos frequentemente estão associados. Nesse momento, é importante desfazer um mito popular: as litíases que provocam obstrução ureteral são aquelas pequenas, capazes de ocluir o ureter – os grandes cálculos geralmente permitem a passagem de urina por suas faces laterais.

Caso haja impactação do cálculo perto da bexiga, podem ocorrer aumento da frequência urinária e urgência miccional. Hematúria (sangue na urina) é comum, e deriva da lesão do uretélio (camada de tecido que recobre a luz do ureter) à medida que o cálculo migra e o “arranha”.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *