Última atualização: 16/05/2023
O Centro Cirúrgico, é uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes. A Enfermagem no Centro Cirúrgico, composta pelos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, desempenham atividades fundamentais para a organização e andamento das cirurgias.
Brunner e suddarth, define centro cirúrgico como uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes.
Resumo da história da Cirurgia
A história da cirurgia remonta à antiguidade, quando as primeiras intervenções cirúrgicas eram realizadas por curandeiros e sacerdotes em rituais religiosos. No entanto, a cirurgia moderna começou a se desenvolver na Grécia antiga com Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, que desenvolveu muitas técnicas cirúrgicas e estabeleceu o juramento hipocrático, que ainda é seguido pelos médicos hoje.
Durante a Idade Média, a cirurgia foi praticada principalmente por barbeiros e curandeiros, e a falta de conhecimento sobre anatomia e higiene levou a muitas complicações e mortes durante as cirurgias. No entanto, durante o Renascimento, médicos como Ambroise Paré e Andreas Vesalius começaram a estudar mais profundamente a anatomia humana e a desenvolver técnicas mais avançadas de cirurgia.
No século XIX, a anestesia e a antissepsia foram descobertas, o que tornou a cirurgia muito mais segura e menos dolorosa. Cirurgiões como Joseph Lister também desenvolveram técnicas de antissepsia para prevenir a infecção durante as cirurgias.
No século XX, a cirurgia tornou-se cada vez mais especializada, com cirurgiões dedicados a áreas específicas do corpo e técnicas cirúrgicas avançadas, como cirurgia a laser e cirurgia robótica. Hoje, a cirurgia é uma parte fundamental da medicina moderna, e os avanços na tecnologia médica continuam a melhorar a segurança e a eficácia dos procedimentos cirúrgicos.
Complexidade do centro cirúrgico
O centro cirúrgico é considerado uma das áreas mais complexas do hospital, exigindo um alto nível de coordenação e integração entre diversos profissionais de saúde e áreas de apoio. A complexidade do centro cirúrgico se deve a diversos fatores, tais como:
- Variedade de procedimentos cirúrgicos: O centro cirúrgico pode realizar procedimentos cirúrgicos de diversas especialidades, desde cirurgias simples até as mais complexas. Cada especialidade tem suas próprias exigências de equipamentos, medicamentos e suprimentos, o que aumenta a complexidade na gestão desses recursos.
- Necessidade de coordenação de equipes: O centro cirúrgico envolve a coordenação de várias equipes, incluindo cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, instrumentadores e outros profissionais de apoio. Cada equipe tem sua própria função e responsabilidades, e a comunicação e a coordenação são essenciais para garantir a segurança e o sucesso do procedimento cirúrgico.
- Alto nível de precisão e esterilização: O centro cirúrgico exige um alto nível de precisão e esterilização, com rígidas normas e protocolos para prevenir a infecção e outras complicações. Isso inclui a limpeza adequada dos equipamentos e instrumentos, a utilização de roupas e acessórios adequados e a manutenção de um ambiente asséptico.
- Exigências legais e regulatórias: O centro cirúrgico está sujeito a regulamentações e exigências legais, incluindo a necessidade de manter registros precisos dos procedimentos e pacientes, além de seguir normas de segurança e qualidade estabelecidas pelos órgãos regulatórios.
Esses fatores aumentam a complexidade do centro cirúrgico, tornando a sua gestão uma tarefa crítica para garantir a qualidade e segurança do atendimento aos pacientes.
Datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica
A enfermagem cirúrgica é uma especialidade da enfermagem que tem uma longa história de desenvolvimento. Algumas das datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica incluem:
- Idade Antiga: Desde a antiguidade, há registros de práticas cirúrgicas em diferentes culturas, incluindo a egípcia, grega e romana. As enfermeiras, embora não fossem identificadas como tal na época, forneciam cuidados aos pacientes durante os procedimentos cirúrgicos.
- Século XIX: No século XIX, Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna, desenvolveu o conceito de enfermagem baseada em evidências e melhorou a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes cirúrgicos. Ela defendia a importância da higiene e da limpeza, o que acabou sendo fundamental para reduzir a incidência de infecções pós-operatórias.
- Primeira Guerra Mundial: Durante a Primeira Guerra Mundial, as enfermeiras foram mobilizadas para prestar assistência aos soldados feridos em combate, desempenhando um papel fundamental na realização de procedimentos cirúrgicos em condições precárias.
- Década de 1950: Durante a década de 1950, a enfermagem cirúrgica começou a se desenvolver como uma especialidade da enfermagem, com a criação de programas de educação e treinamento para enfermeiras que desejavam se especializar na área.
- Década de 1970: Na década de 1970, a enfermagem cirúrgica começou a ser reconhecida como uma especialidade pelos órgãos regulatórios, o que levou à criação de associações profissionais e certificações específicas para enfermeiras que atuavam na área.
- Século XXI: Atualmente, a enfermagem cirúrgica continua a evoluir, com o desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas cirúrgicas, bem como uma crescente ênfase na segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.
Essas são apenas algumas das datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica, destacando a longa trajetória e evolução dessa especialidade da enfermagem.
Importância da enfermagem no centro cirúrgico
A enfermagem desempenha um papel crucial no centro cirúrgico, sendo responsável por várias atividades essenciais para garantir a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.
Algumas das principais importâncias da enfermagem no centro cirúrgico incluem:
- Preparação do paciente: A enfermagem é responsável por preparar o paciente para o procedimento cirúrgico, fornecendo informações sobre o processo, cuidados pré-operatórios, além de avaliar e monitorar o estado de saúde do paciente.
- Preparação do ambiente: A enfermagem é responsável por preparar o ambiente cirúrgico, garantindo que os equipamentos e instrumentos estejam em perfeitas condições, que os suprimentos estejam disponíveis e que as normas de esterilização e limpeza sejam seguidas.
- Assistência durante o procedimento: A enfermagem é responsável por auxiliar o cirurgião durante o procedimento, fornecendo os instrumentos necessários, monitorando o estado do paciente e respondendo a quaisquer necessidades imediatas.
- Administração de medicamentos e anestesia: A enfermagem é responsável pela administração de medicamentos e anestesia conforme prescrição médica, garantindo a dosagem correta e a segurança do paciente.
- Monitoramento e cuidados pós-operatórios: A enfermagem é responsável por monitorar o estado do paciente após o procedimento cirúrgico, avaliando os sinais vitais e o nível de dor, além de administrar medicamentos e cuidados conforme prescrição médica.
- Gerenciamento de riscos e segurança: A enfermagem é responsável por identificar e gerenciar os riscos associados ao procedimento cirúrgico, incluindo a prevenção de infecções, reações alérgicas e outras complicações, garantindo a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.
Essas são apenas algumas das principais importâncias da enfermagem no centro cirúrgico, destacando o papel fundamental que esses profissionais desempenham para garantir a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.
O que o Conselho Federal de Enfermagem fala sobre a atuação da enfermagem no Centro Cirúrgico?
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), é responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da enfermagem no Brasil. No que diz respeito à enfermagem no centro cirúrgico, o COFEN estabelece que:
- O gerenciamento da enfermagem no centro cirúrgico é de competência privativa do enfermeiro, que deve estar presente em todas as fases do procedimento cirúrgico.
- O enfermeiro deve coordenar a equipe de enfermagem e demais profissionais envolvidos no procedimento cirúrgico, garantindo a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada.
- O técnico ou auxiliar de enfermagem pode atuar no centro cirúrgico, desde que sob a supervisão e orientação do enfermeiro.
- O enfermeiro deve garantir a manutenção da segurança do paciente durante todo o procedimento cirúrgico, desde a admissão até a alta hospitalar, identificando possíveis riscos e tomando as medidas necessárias para minimizá-los.
- O enfermeiro deve estar preparado para lidar com possíveis emergências no centro cirúrgico, mantendo-se atualizado em relação às técnicas e procedimentos de reanimação cardiorrespiratória.
A Resolução Cofen nº 543/2017, estabelece o referencial mínimo para o quadro dos profissionais de enfermagem em Centro Cirúrgico (CC), considera a Classificação da Cirurgia, as horas de assistência segundo o porte cirúrgico, o tempo de limpeza das salas e o tempo de espera das cirurgias, conforme indicado no estudo de Possari.
Essas são algumas das orientações estabelecidas pelo COFEN em relação à enfermagem no centro cirúrgico. O objetivo é garantir a qualidade e segurança da assistência prestada ao paciente durante todo o procedimento cirúrgico.
História da cirurgia, especialidade a partir do século XIX e evoluiu a partir de 1846 com a descoberta da anestesia. Anteriormente, somente as amputações eram realizadas.
Início século XX: instrumentais precários e inadequados dificultando o desenvolvimento dos procedimentos cirúrgicos. O avanço tecnológico requer do homem cada vez mais capacitação e habilidade.
Brunner e suddarth define centro cirúrgico como uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes.
Complexidade do centro cirúrgico: relação da equipe com aspectos tais como – recursos materiais, competência técnica, relacionamento, interação com o paciente e família.
Enfermagem, inicialmente:
- limpeza da sala e equipamentos
- coleta de materiais do paciente
- 1900, introdução na grade curricular
- 1956 criação associação norte-americana de enfª – Association of Operating Room Nurses
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO BLOCO OPERATÓRIO
Planejamento Físico:
. Bloco Operatório: Conjunto de áreas, equipamentos e instalações que permitam a realização de cirurgias nas melhores condições de segurança e conforto para os pacientes.
. Aspectos a serem observados:
— Dimensões ideais( para o bom funcionamento das salas e dependências);
-Estabelecimento correto de fluxos de pacientes, pessoal e material;
-Provimento adequado de pessoal em função do volume de atividades executadas;
-Instalações elétricas, hidráulicas e medicinais (gases) dentro das normas de segurança.
O Bloco Operatório se divide em 03 áreas:
1- Área Não Restrita ou Irrestrita: Área próxima a entrada e com trânsito Controlado, abrangendo vestiários.
2 – Área Semi Restrita: Área intermediaria entre a não restrita e restrita, obrigatório o uso de uniforme privativo, abrangendo: Corredores, sala de recuperação, sala de estocagem de material, etc.
3 – Área Restrita: Área de trânsito privativo,onde é exigido o máximo de rigor de assepsia abrangendo: salas cirúrgicas e/ou obstétricas,lavabos.
.Localização:Deve ser independente da circulação geral, com a circulação interna bloqueada a todo trafego estranho ao serviço, porem com fácil acesso aos departamentos que dele necessitam.
O Bloco Operatório é composto de:
1-Centro Cirúrgico
2-Sala de Recuperação
3-Centro Obstétrico
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