Enfermagem no Centro Cirúrgico

Enfermagem no Centro Cirúrgico

Atualizado em 16/05/2023 às 07:35

O Centro Cirúrgico, é uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes. A Enfermagem no Centro Cirúrgico, composta pelos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, desempenham atividades fundamentais para a organização e andamento das cirurgias.

Brunner e suddarth, define centro cirúrgico como uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes.

Resumo da história da Cirurgia

A história da cirurgia remonta à antiguidade, quando as primeiras intervenções cirúrgicas eram realizadas por curandeiros e sacerdotes em rituais religiosos. No entanto, a cirurgia moderna começou a se desenvolver na Grécia antiga com Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, que desenvolveu muitas técnicas cirúrgicas e estabeleceu o juramento hipocrático, que ainda é seguido pelos médicos hoje.

Durante a Idade Média, a cirurgia foi praticada principalmente por barbeiros e curandeiros, e a falta de conhecimento sobre anatomia e higiene levou a muitas complicações e mortes durante as cirurgias. No entanto, durante o Renascimento, médicos como Ambroise Paré e Andreas Vesalius começaram a estudar mais profundamente a anatomia humana e a desenvolver técnicas mais avançadas de cirurgia.

No século XIX, a anestesia e a antissepsia foram descobertas, o que tornou a cirurgia muito mais segura e menos dolorosa. Cirurgiões como Joseph Lister também desenvolveram técnicas de antissepsia para prevenir a infecção durante as cirurgias.

No século XX, a cirurgia tornou-se cada vez mais especializada, com cirurgiões dedicados a áreas específicas do corpo e técnicas cirúrgicas avançadas, como cirurgia a laser e cirurgia robótica. Hoje, a cirurgia é uma parte fundamental da medicina moderna, e os avanços na tecnologia médica continuam a melhorar a segurança e a eficácia dos procedimentos cirúrgicos.

Complexidade do centro cirúrgico

O centro cirúrgico é considerado uma das áreas mais complexas do hospital, exigindo um alto nível de coordenação e integração entre diversos profissionais de saúde e áreas de apoio. A complexidade do centro cirúrgico se deve a diversos fatores, tais como:

  1. Variedade de procedimentos cirúrgicos: O centro cirúrgico pode realizar procedimentos cirúrgicos de diversas especialidades, desde cirurgias simples até as mais complexas. Cada especialidade tem suas próprias exigências de equipamentos, medicamentos e suprimentos, o que aumenta a complexidade na gestão desses recursos.
  2. Necessidade de coordenação de equipes: O centro cirúrgico envolve a coordenação de várias equipes, incluindo cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, instrumentadores e outros profissionais de apoio. Cada equipe tem sua própria função e responsabilidades, e a comunicação e a coordenação são essenciais para garantir a segurança e o sucesso do procedimento cirúrgico.
  3. Alto nível de precisão e esterilização: O centro cirúrgico exige um alto nível de precisão e esterilização, com rígidas normas e protocolos para prevenir a infecção e outras complicações. Isso inclui a limpeza adequada dos equipamentos e instrumentos, a utilização de roupas e acessórios adequados e a manutenção de um ambiente asséptico.
  4. Exigências legais e regulatórias: O centro cirúrgico está sujeito a regulamentações e exigências legais, incluindo a necessidade de manter registros precisos dos procedimentos e pacientes, além de seguir normas de segurança e qualidade estabelecidas pelos órgãos regulatórios.

Esses fatores aumentam a complexidade do centro cirúrgico, tornando a sua gestão uma tarefa crítica para garantir a qualidade e segurança do atendimento aos pacientes.

Datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica

A enfermagem cirúrgica é uma especialidade da enfermagem que tem uma longa história de desenvolvimento. Algumas das datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica incluem:

  1. Idade Antiga: Desde a antiguidade, há registros de práticas cirúrgicas em diferentes culturas, incluindo a egípcia, grega e romana. As enfermeiras, embora não fossem identificadas como tal na época, forneciam cuidados aos pacientes durante os procedimentos cirúrgicos.
  2. Século XIX: No século XIX, Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna, desenvolveu o conceito de enfermagem baseada em evidências e melhorou a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes cirúrgicos. Ela defendia a importância da higiene e da limpeza, o que acabou sendo fundamental para reduzir a incidência de infecções pós-operatórias.
  3. Primeira Guerra Mundial: Durante a Primeira Guerra Mundial, as enfermeiras foram mobilizadas para prestar assistência aos soldados feridos em combate, desempenhando um papel fundamental na realização de procedimentos cirúrgicos em condições precárias.
  4. Década de 1950: Durante a década de 1950, a enfermagem cirúrgica começou a se desenvolver como uma especialidade da enfermagem, com a criação de programas de educação e treinamento para enfermeiras que desejavam se especializar na área.
  5. Década de 1970: Na década de 1970, a enfermagem cirúrgica começou a ser reconhecida como uma especialidade pelos órgãos regulatórios, o que levou à criação de associações profissionais e certificações específicas para enfermeiras que atuavam na área.
  6. Século XXI: Atualmente, a enfermagem cirúrgica continua a evoluir, com o desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas cirúrgicas, bem como uma crescente ênfase na segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

Essas são apenas algumas das datas históricas relevantes para a enfermagem cirúrgica, destacando a longa trajetória e evolução dessa especialidade da enfermagem.

Importância da enfermagem no centro cirúrgico

A enfermagem desempenha um papel crucial no centro cirúrgico, sendo responsável por várias atividades essenciais para garantir a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

Algumas das principais importâncias da enfermagem no centro cirúrgico incluem:

  1. Preparação do paciente: A enfermagem é responsável por preparar o paciente para o procedimento cirúrgico, fornecendo informações sobre o processo, cuidados pré-operatórios, além de avaliar e monitorar o estado de saúde do paciente.
  2. Preparação do ambiente: A enfermagem é responsável por preparar o ambiente cirúrgico, garantindo que os equipamentos e instrumentos estejam em perfeitas condições, que os suprimentos estejam disponíveis e que as normas de esterilização e limpeza sejam seguidas.
  3. Assistência durante o procedimento: A enfermagem é responsável por auxiliar o cirurgião durante o procedimento, fornecendo os instrumentos necessários, monitorando o estado do paciente e respondendo a quaisquer necessidades imediatas.
  4. Administração de medicamentos e anestesia: A enfermagem é responsável pela administração de medicamentos e anestesia conforme prescrição médica, garantindo a dosagem correta e a segurança do paciente.
  5. Monitoramento e cuidados pós-operatórios: A enfermagem é responsável por monitorar o estado do paciente após o procedimento cirúrgico, avaliando os sinais vitais e o nível de dor, além de administrar medicamentos e cuidados conforme prescrição médica.
  6. Gerenciamento de riscos e segurança: A enfermagem é responsável por identificar e gerenciar os riscos associados ao procedimento cirúrgico, incluindo a prevenção de infecções, reações alérgicas e outras complicações, garantindo a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

Essas são apenas algumas das principais importâncias da enfermagem no centro cirúrgico, destacando o papel fundamental que esses profissionais desempenham para garantir a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

O que o Conselho Federal de Enfermagem fala sobre a atuação da enfermagem no Centro Cirúrgico?

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), é responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da enfermagem no Brasil. No que diz respeito à enfermagem no centro cirúrgico, o COFEN estabelece que:

  1. O gerenciamento da enfermagem no centro cirúrgico é de competência privativa do enfermeiro, que deve estar presente em todas as fases do procedimento cirúrgico.
  2. O enfermeiro deve coordenar a equipe de enfermagem e demais profissionais envolvidos no procedimento cirúrgico, garantindo a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada.
  3. O técnico ou auxiliar de enfermagem pode atuar no centro cirúrgico, desde que sob a supervisão e orientação do enfermeiro.
  4. O enfermeiro deve garantir a manutenção da segurança do paciente durante todo o procedimento cirúrgico, desde a admissão até a alta hospitalar, identificando possíveis riscos e tomando as medidas necessárias para minimizá-los.
  5. O enfermeiro deve estar preparado para lidar com possíveis emergências no centro cirúrgico, mantendo-se atualizado em relação às técnicas e procedimentos de reanimação cardiorrespiratória.

A Resolução Cofen nº 543/2017, estabelece o referencial mínimo para o quadro dos profissionais de enfermagem em Centro Cirúrgico (CC), considera a Classificação da Cirurgia, as horas de assistência segundo o porte cirúrgico, o tempo de limpeza das salas e o tempo de espera das cirurgias, conforme indicado no estudo de Possari.

Essas são algumas das orientações estabelecidas pelo COFEN em relação à enfermagem no centro cirúrgico. O objetivo é garantir a qualidade e segurança da assistência prestada ao paciente durante todo o procedimento cirúrgico.

História da cirurgia, especialidade a partir do século XIX e evoluiu a partir de 1846 com a descoberta da anestesia. Anteriormente, somente as amputações eram realizadas.

Início século XX: instrumentais precários e inadequados dificultando o desenvolvimento dos procedimentos cirúrgicos. O avanço tecnológico requer do homem cada vez mais capacitação e habilidade.

Brunner e suddarth define centro cirúrgico como uma das unidades mais complexas do hospital, não só pela sua especifidade, mas também por ser um local fechado que expõe o paciente a situações estressantes.

Complexidade do centro cirúrgico: relação da equipe com aspectos tais como – recursos materiais, competência técnica, relacionamento, interação com o paciente e família.

Enfermagem, inicialmente:

  • limpeza da sala e equipamentos
  • coleta de materiais do paciente
  • 1900, introdução na grade curricular
  • 1956 criação associação norte-americana de enfª – Association of Operating Room Nurses

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO BLOCO OPERATÓRIO

 Planejamento Físico:

. Bloco Operatório: Conjunto de áreas, equipamentos e instalações que permitam a realização de cirurgias nas melhores condições de segurança e conforto para os pacientes.

 . Aspectos a serem observados:

— Dimensões ideais( para o bom funcionamento das salas e dependências);

-Estabelecimento correto de fluxos de pacientes, pessoal e material;

-Provimento adequado de pessoal em função do volume de atividades executadas;

-Instalações elétricas, hidráulicas e medicinais (gases) dentro das normas de segurança.

O Bloco Operatório se divide em 03 áreas:

1- Área Não Restrita ou Irrestrita: Área próxima a entrada e com trânsito Controlado, abrangendo vestiários.

2 – Área Semi Restrita: Área intermediaria entre a não restrita e restrita, obrigatório o uso de uniforme privativo, abrangendo: Corredores, sala de recuperação, sala de estocagem de material, etc. 

3 – Área Restrita: Área de trânsito privativo,onde é exigido o máximo de rigor de assepsia abrangendo: salas cirúrgicas e/ou obstétricas,lavabos.

.Localização:Deve ser independente da circulação geral, com a circulação interna bloqueada a todo trafego estranho ao serviço, porem com fácil acesso aos departamentos que dele necessitam.

O Bloco Operatório é composto de:

1-Centro Cirúrgico

2-Sala de Recuperação

3-Centro Obstétrico 

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