Fundamentos de Enfermagem – Questões comentadas

01. Anamnese significa:

A. História das doenças de toda a família do paciente

B. História do prognóstico da doença atual

C. História atual do paciente

D. Conjunto de informações sobre os antecedentes, a história e os detalhes da doença.

E. Aspectos do tratamento atual

01. Resposta D
O vocábulo anamnese tem origem grega, significando a ação de recordar. Na antiga cultura helênica a prerrogativa da memória detinha grande primazia, podendo-se mencionar o exemplo dos aedos, os quais tinham por função primeva a rememoração – desde que inspirados pelas Musas – dos grandes feitos de deuses e heróis; ademais, no pensamento de um dos maiores filósofos da tradição ocidental, Platão, a anamnese (recordação) tem papel fundador em relação à possibilidade de conhecer – a reminiscência constitui um dos pilares da teoria platônica do conhecimento. Do ponto de vista técnico, a anamnese é o conjunto de informações colhidas junto ao próprio doente ou através de outras pessoas sobre seus antecedentes fisiológicos e patológicos, sua história e os detalhes de uma doença. Estas informações colaboram no diagnóstico da doença e em seu tratamento. A anamnese é a mais primordial "ferramenta" utilizada pelo médico para o estabelecimento do diagnóstico – permitindo uma subseqüente delineação terapêutica –, tanto pela possibilidade de formulação das primeiras hipóteses, quanto pelo contato inicial estabelecido com o doente. A anamnese fiel e clara é premente na atividade médica, pois em inúmeras oportunidades é o único elemento com o qual se conta para o diagnóstico. De fato, uma história bem-feita é, no
mínimo, metade do caminho percorrido para a suspeição diagnóstica.

A realização de anamnese ordenada, concisa e com a máxima fidelidade possível exige paciência, tranqüilidade, boa disposição – daí a importância de se evitar interrupções e desvios durante a entrevista -, além de intenso treinamento à beira do leito e profundo conhecimento de Medicina Interna e de Patologia. Mas não apenas isto: a obtenção da história implica, da parte do médico examinador, uma atitude que revela seu senso clínico e que se traduz na capacidade de ouvir e de interrogar, pois na interlocução com o paciente é preciso reconhecer o momento oportuno de interpor perguntas objetivas que possam complementar a história clínica. Além dessas qualidades o médico deve saber olhar a fim de perscrutar nos movimentos do paciente, no seu gestual, os aspectos mais recônditos de sua interioridade.

02. Na coleta de urina de 24 horas, o enfermo deverá:

A. Desprezar o primeiro jato de urina B. Anotar desde o primeiro jato de urina
C. Esvaziar a bexiga antes de iniciar o exame
D. Desprezar a urina da manhã, independente do início de exame.
E. Realizar cateterismo vesical

02. Resposta C
O procedimento de coleta de urina de 24 horas deve ser precedido pelo esvaziamento vesical, indicando o horário de início no frasco coletor e na folha de anotações do paciente. O enfermeiro deverá orientar o paciente para urinar antes de evacuar, evitando contaminação. Qualquer amostra perdida tornará os resultados do exame imprecisos.

03. A aplicação de uma medicação por via subcutânea em um paciente caquético deverá ser feita:

A. Mantendo a pele comprimida por 30 segundos antes da administração do medicamento
B. Distendendo a pele em um ângulo de 30°
C. Introduzindo a agulha com rapidez e firmeza utilizando o ângulo de 60°
D. Levantando e segurando a pele, administrando o medicamento em posição paralela
E. Nenhuma das alternativas anteriores

03. Resposta D
Aplicações subcutâneas em indivíduos magros e esqueléticos deveram ser feita levantando-se a pele e mantendo-a suspensa entre os dedos indicador e polegar.
Introduzir a agulha em posição paralela à pele, sob sua dobra, com rapidez e firmeza.

04. O desbridamento mecânico realizado pela equipe de enfermagem é um procedimento aplicado também a pacientes que apresentam o quadro de:

A. Queimaduras com presença de tecido morto
B. Fratura com exposição óssea
C. Traumatismo intra-abdominal
D. Hemorragia intracraniana
E. Choque hipovolêmico

04. Resposta A
O tecido morto ou necrosado não possui circulação sanguínea devido ao processo irreversível de lesão celular, de modo que este deve ser removido, uma vez que é fonte de infecção e prejudica os fenômenos de cicatrização.

05. Com o objetivo de se evitar a bronco aspiração no paciente torporoso, em que há lavagem gástrica, deve-se ter o cuidado de:

A. Controlar o volume líquido a ser administrado
B. Aquecer o líquido a ser infundido
C. Administrar medicação antiemética
D. Levantar a cabeceira do leito
E. Verificar a pressão arterial

05. Resposta D
Com a cabeceira do leito elevada evitaremos bronco aspirações do conteúdo gástrico, bem como entrada de ar pelo cateter. Deve-se lembrar que a bronco aspiração pode culminar com a evolução para pneumonite química e, ademais, facilitar o aparecimento de infecções pulmonares.

06. O componente do sangue responsável pelo mecanismo de defesa do organismo é:

A. Eritrócito
B. Plasma
C. Leucócito
D. Hemoglobina
E. Plaqueta

06. Resposta C
Leucócito – célula sanguínea incolor envolvida na defesa orgânica celular e imunitária – glóbulo branco do sangue.
Eritrócito – célula anucleada na espécie humana, rica em hemoglobina e que tem come função o transporte dos gases envolvidos no processo respiratório – glóbulo vermelho de sangue.
Plasma – porção Iíquida do sangue.
Hemoglobina – pigmento dos glóbulos vermelhos do sangue. Tem como função fixar E ceder oxigênio para os tecidos.
 Plaqueta – elemento constituinte do sangue, que apresenta a forma de um disco circular ou oval. Desempenha importante papel na coagulação sanguínea.

07. A nictúria é uma alteração orgânica que pode ser definida como:

A. Diminuição da micção noturna
B. Diminuição da micção diurna
C. Aumento da micção diurna
D. Aumento da micção noturna
E. Nenhuma das alternativas anteriores

07. Resposta D
Nictúria é o aumento patológico da eliminação de urina durante a noite. Em condições fisiológicas, somente um terço do volume diário de urina é eliminado durante o período noturno. Esta alteração está ligada a afecções renais (nefrites, nefroscleroses), circulatórias (hipertensão, insuficiência cardíaca – neste último caso por aumento da reabsorção do edema) E psicossomáticas (neuroses).

08. A febre é uma elevação patológica da temperatura corporal. Quando há período de elevação e queda brusca da temperatura, a febre é chamada de:

A. Intermitente
B. Recorrente
C. Remitente
D. Sustentada
E. Contínua

08. Resposta A
Intermitente – a febre tem seu pico intercalado com níveis normais de temperatura. A temperatura retoma ao normal pelo menos uma vez em 24 horas.
Recorrente – os períodos febris são intercalados com níveis normais de temperatura. A oscilação entre os episódios febris e os períodos de temperatura normal pode permanecer por mais de 24 horas.
Remitente – a febre tem seu pico e cai sem um retorno aos níveis normais de temperatura.
Sustentada – elevação persistente da temperatura por mais de 24 horas, variando de 1 a 2°C.

09. No atendimento a vítimas com hemorragia, ao aplicar o torniquete, este deverá ser apertado o suficiente para controlar o fluxo de sangue arterial e afrouxado em intervalos, em minutos, de:

A. 10
B. 15
C. 20
D. 25
E. 30

09. Resposta B
O tempo ideal para diminuir o sangramento e proporcionar a circulação sanguínea no local afetado é de 15 minutos.

10. O decúbito do paciente acamado deverá ser mudado de duas em duas horas com o objetivo de prevenir:

A. Tromboses
B. Escaras
C. Atrofias
D. Artroses
E. Artrites

10. Resposta B
Trombose – formação de um coágulo (trombo) no interior de um vaso sanguíneo (mais comumente uma veia).
Escara – ulceração da pele e dos tecidos subcutâneos, causada pela compressão prolongada e persistente sobre saliências ósseas.
Atrofia – perda ou diminuição do tamanho ou da atividade fisiológica de uma parte do corpo podendo ser causada, por: inatividade funcional, lesão de
nervos motores, traumatismos.
Artrose – afecção degenerativa que acomete uma articulação.
Artrite – inflamação das articulações caracterizadas por dor e edema mais comumente relacionados à enfermidade auto-imune ou infecciosa.

11. A temperatura axilar é a mais comumente aferida em pacientes internados. Este local de aferição é contraindicado em caso de:

A. Queimadura de tórax
B. Cirurgia abdominal
C. Extração dentária
D. Cirurgia vascular
E. Cirurgia retal

11. Resposta A
Um paciente vítima de queimadura torácica pode apresentar a temperatura da região axilar mais elevada.

12. Quando dizemos que um paciente está com taquicardia é porque o seu coração está:

A. Lento
B. Acelerado
C. Fraco
D. Cheio
E. Nenhuma das alternativas anteriores

12. Resposta B
Taquicardia é o aumento da freqüência dos batimentos cardíacos, habitualmente acima de 100 bpm.

13. A diminuição da diurese de um paciente é chamada de:

A. Anúria
B. Poliúria
C. Disúria
D. Nictúria
E. Oligúria

13. Resposta E
Oligúria – diminuição da quantidade de urina emitida em 24 horas, que pode estar ligada a fatores fisiológicos (baixa ingesta de líquidos ou abundante sudorese) ou patológicos ligados a afecções renais (nefrite) ou gerais (ascite, pleurites).
Anúria – significa que a urina não é secretada pelos rins devido à insuficiência funcional do órgão.
Poliúria – aumento patológico da quantidade de urina excretada nas 24 horas. É sintoma de afecções renais ou metabólicas.
Disúria – ardor ao urinar dificultando a emissão da urina.

14. Quando um paciente só consegue respirar melhor estando sentado, dizemos que ele está:

A. Apnéico
B. Eupnéico
C. Cheyne-Stokes
D. Ortopnéico
E. Nenhuma das alternativas anteriores

14. Resposta D
Ortopnéia – posição adotada pelo doente com dificuldade de respirar em posição deitada, também conhecida como dispnéia de decúbito.
Apnéico – interrupção temporária da respiração, de duração variável, voluntária ou Involuntária, normal ou anormal.
Eupnéico – paciente com a respiração normal.
Cheyne-Stokes – ritmo respiratório diferenciado por um período de apneia mais ou menos longo que sucede movimentos respiratórios cada vez mais ruidosos e profundos, que atingem o máximo e depois vão diminuindo até novo período de apneia.

15. Ao administrar uma medicação intravenosa (IV), devemos fazê-Io:

A. Rapidamente, pois estamos com pressa.
B. Lentamente, pois toda e qualquer medicação deve ser feita dessa forma.
C. A velocidade não é importante e sim a prescrição
D. De qualquer jeito, pois o que é importante é a dosagem.
E. Nenhuma das alternativas anteriores

15. Resposta B
Todo medicamento venoso deve ser administrado lentamente, visto que a sua absorção é imediata e pode causar diversas reações, algumas das quais muito
graves, como por exemplo, bloqueio muscular (aminoglicosídeos) e até mesmo parada cardíaca (clindamicina).

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