A relação entre enfermeiros e médicos nem sempre foi fácil e harmoniosa, e de fato, já houve um conflito tradicional entre essas duas profissões. No passado, os médicos eram vistos como autoridades incontestáveis e os enfermeiros, em sua maioria mulheres, eram vistas como subordinadas aos médicos e encarregadas de realizar tarefas menores.
No entanto, ao longo dos anos, a relação entre enfermeiros e médicos tem mudado significativamente. A profissão de enfermagem, evoluiu para se tornar mais autônoma e, com maior grau de especialização, enquanto os médicos, têm trabalhado mais em equipe e em parceria com a enfermagem e outras áreas da saúde.
Hoje em dia, é comum encontrar enfermeiros, trabalhando em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde, tomando decisões em equipe para oferecer o melhor cuidado possível aos pacientes. Essa colaboração e trabalho em equipe são fundamentais para garantir um atendimento de qualidade e seguro aos pacientes.
Embora, possa haver diferenças de opinião e perspectiva, entre enfermeiros e médicos, é importante lembrar que ambos desempenham papéis críticos no cuidado dos pacientes, e que trabalhar em conjunto, é essencial para oferecer um cuidado integrado e completo.
É crucial que todos os profissionais de saúde trabalhem juntos em prol do bem-estar dos pacientes, em vez de deixar diferenças pessoais ou profissionais afetarem o atendimento ao paciente.
A enfermagem se destacou diante da medicina?
Não é correto afirmar, que “a enfermagem se destacou diante da medicina”, pois ambas as profissões têm papéis importantes e complementares na prestação de cuidados de saúde. No entanto, há algumas áreas onde a enfermagem tem se destacado, tais como:
- Enfoque no cuidado centrado no paciente: A enfermagem tem se destacado na promoção de um cuidado centrado no paciente, que enfatiza a importância da comunicação e do envolvimento do paciente em seu próprio cuidado. Os enfermeiros geralmente passam mais tempo com os pacientes do que os médicos, portanto, podem desempenhar um papel fundamental em garantir que as necessidades e preferências do paciente sejam atendidas.
- Abordagem holística: A enfermagem tem uma abordagem holística ao cuidado, que se concentra em tratar a pessoa na totalidade, considerando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. Isso permite que os enfermeiros considerem o paciente em um contexto mais amplo, o que pode ajudar a identificar problemas de saúde que podem ter sido ignorados em uma abordagem mais restrita.
- Enfoque na prevenção de doenças: A enfermagem tem um papel importante na prevenção de doenças, que é, um componente crítico da promoção da saúde. Os enfermeiros podem trabalhar com os pacientes para identificar fatores de risco e desenvolver estratégias para prevenir doenças antes que elas ocorram.
- Papel fundamental na educação em saúde: Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na educação em saúde, ajudando os pacientes a entender sua condição de saúde e as estratégias necessárias para melhorar sua saúde e prevenir doenças. Os enfermeiros também desempenham um papel importante na educação de outros profissionais de saúde e da comunidade em geral.
- Abordagem colaborativa e em equipe: A enfermagem tem uma abordagem colaborativa e em equipe ao cuidado de saúde, trabalhando em conjunto com outros profissionais de saúde para oferecer o melhor cuidado possível aos pacientes. Isso é fundamental para garantir um atendimento integrado e completo aos pacientes.
A enfermagem se tornou uma profissão com padrões próprios
Sim, a enfermagem é uma profissão com padrões próprios e sua autonomia tem sido cada vez mais reconhecida. Alguns dos pontos que destacam a autonomia da profissão de enfermagem incluem:
- Diagnóstico de Enfermagem: Os enfermeiros conseguem fazer um diagnóstico de enfermagem, sendo uma avaliação clínica realizada pelos enfermeiros, que identifica problemas reais ou potenciais relacionados à saúde do paciente. Essa habilidade permite que os enfermeiros avaliem as necessidades do paciente de uma perspectiva única e desenvolvam planos de cuidados personalizados.
- Prescrição de Medicamentos: Em muitos países, os enfermeiros têm o direito de prescrever medicamentos, dentro de limites estabelecidos por lei. Isso permite que os enfermeiros possam agir rapidamente em situações emergenciais ou quando um médico não está disponível.
- Implementação de Tratamentos: Os enfermeiros têm autonomia para implementar tratamentos prescritos por médicos ou outros profissionais de saúde, incluindo a administração de medicação, terapias de infusão e outros procedimentos.
- Participação na Tomada de Decisões: Os enfermeiros têm um papel importante na tomada de decisões relacionadas ao cuidado do paciente, e muitas vezes trabalham em colaboração com outros profissionais de saúde em equipes multidisciplinares. Os enfermeiros trazem uma perspectiva única para essas discussões, já que estão em contato direto com os pacientes e suas famílias.
- Desenvolvimento de Pesquisas: Os enfermeiros podem ser envolvidos no desenvolvimento e realização de pesquisas para melhorar a prática de enfermagem e a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. A pesquisa em enfermagem é um campo em crescimento e pode ajudar a influenciar políticas de saúde e práticas clínicas.
A autonomia da profissão de enfermagem permite que os enfermeiros tomem decisões importantes em relação ao cuidado do paciente, e desempenhem um papel fundamental na promoção da saúde e no tratamento de doenças.
Relação harmoniosa entre enfermeiros e médicos
Uma relação harmoniosa entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos é fundamental para a prestação de um cuidado de qualidade ao paciente. Algumas maneiras pelas quais enfermeiros e técnicos de enfermagem podem trabalhar de forma harmoniosa com médicos incluem:
- Comunicação efetiva: A comunicação é a chave para qualquer relacionamento profissional, e isso não é diferente na relação entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. É importante que os enfermeiros e técnicos de enfermagem comuniquem-se claramente com os médicos, informando-os sobre o estado do paciente, as mudanças em sua condição, os resultados de exames e outros fatores importantes.
- Trabalho em equipe: Os cuidados de saúde são frequentemente prestados por equipes multidisciplinares, e é importante que enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalhem em conjunto com os médicos e outros profissionais de saúde. Cada membro da equipe tem uma função única e contribui para o cuidado global do paciente.
- Respeito mútuo: O respeito mútuo é essencial para manter uma relação harmoniosa entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. É importante que cada membro da equipe reconheça a importância do trabalho dos outros e respeite suas opiniões e contribuições.
- Compreensão das funções e responsabilidades: É importante que enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos entendam claramente suas funções e responsabilidades. Isso ajuda a evitar mal-entendidos e garante que cada membro da equipe esteja desempenhando seu papel de forma eficaz.
- Participação em treinamentos e educação: A participação em treinamentos e programas de educação contínuos é fundamental para que enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos possam trabalhar juntos de forma harmoniosa. Esses programas ajudam a manter a equipe atualizada sobre as últimas práticas e tecnologias de cuidados de saúde.
Em resumo, para que enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos trabalhem de forma harmoniosa, é essencial uma comunicação efetiva, trabalho em equipe, respeito mútuo, compreensão das funções e responsabilidades, e participação em treinamentos e educação contínuos.
Autopercepção e pensamento hierárquico
O médico decide o tratamento do paciente, e dá instruções à enfermagem, que ela cumpre. Foi assim por muito tempo a clássica relação de trabalho nos hospitais. Essa hierarquia entre medicina e enfermagem foi reforçada pelo fato de que a enfermagem foi por muito tempo considerada uma profissão ‘inferior‘, enquanto os médicos, sempre foram tidos em alta estima. Não cabia à enfermeira, questionar as decisões do médico.
Hoje em dia, cerca de metade dos médicos são mulheres. O papel dos enfermeiros também mudou. No entanto, a competência médica é muitas vezes atribuída aos médicos, enquanto se espera que os enfermeiros cuidem do paciente e forneçam apoio humano. A enfermagem há muito se tornou uma profissão com padrões próprios e autônoma.
Cursos de treinamento separados
Os médicos frequentarão a universidade, para obter suas qualificações, enquanto os enfermeiros têm várias outras portas de entrada, além da universidade. Enfermeiros e médicos se encontram durante seus estágios. No entanto, eles não gastam tempo suficiente para conhecer as profissões uns dos outros.
Jovens médicos, iniciantes que começam seus trabalhos em hospitais podem colocar os pés pelas mãos, devido à ignorância, o que é muito comum.
Aprender mais sobre os processos de trabalho na enfermaria, pode ajudar futuros enfermeiros e médicos a trabalharem juntos desde o início e não lado a lado.
Gestão do tempo e comunicação diferente
Os médicos querem ouvir, as informações mais críticas sobre o paciente o mais rápido possível. Os enfermeiros, no entanto, não olham apenas para o quadro clínico, mas também para o estado geral do paciente.
Se os médicos reagem com desdém a descrições detalhadas, as enfermeiras se sentem constrangidas a agir. As enfermeiras, ficam aborrecidas porque os médicos não cumprem as visitas das enfermarias ou quando os prontuários não estão lá quando elas precisam.
Além de diferentes métodos de trabalho, discrepâncias e mal-entendidos, também podem surgir pelo fato de haver mudanças frequentes de profissionais, dificultando a comunicação da equipe e comprometendo a assistência.
Enfermagem atualmente
A enfermagem tem evoluído como ciência ao longo dos anos, com a formação acadêmica, a pesquisa, a tecnologia e inovação, a enfermagem baseada em evidências e a especialização em enfermagem contribuindo para essa evolução.
Essa evolução permite uma prática mais efetiva e segura, além de uma enfermagem mais valorizada e reconhecida.
A Enfermagem é uma profissão regulamentada pela Lei Federal n.º 7.498/86, e normatizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que fiscaliza o exercício profissional, através dos Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren) em cada estado.