Enfermeira que faleceu após tentar parto humanizado em 2015 ainda gera polêmica

Enfermeira que faleceu após tentar parto humanizado em 2015

Mariana era Professora do curso de enfermagem da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e também era defensora do parto humanizado e teria passado, pouco mais de 48 horas em trabalho de parto tentando que a sua filha nascesse de forma natural. O fato aconteceu em 2015 o que ainda gera polêmica.

Lembrando do caso da Enfermeira Mariana

O Caso aconteceu em julho de 2015

Segundo as informações da assessoria de imprensa da Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos essa tentativa não foi bem sucedida tendo ela que passar uma cesárea, mas o quadro de saúde de Mariana se agravou. A criança nasceu e está bem.

“Ela teve hipotensão (queda da pressão arterial) no pós-operatório, que é um dos sinais de choque hemorrágico. Os médicos decidiram pela relaparotomia (abertura da incisão) para exploração cirúrgica. O útero de Mariana foi retirado”, disse um médico que pediu para não ser identificado. “Ela sofreu uma parada cardíaca e, logo depois de reanimada, outra parada cardíaca”, completou.

Em nota, a Casa de Saúde informa que Mariana passou por cesárea sem nenhuma intercorrência. “No entanto, no processo pós-cirúrgico, devido ao quadro clínico da paciente, foi encaminhada à UTI. As informações sobre esse quadro clínico estão descritas no prontuário da paciente, que é sigiloso e acessível apenas à família”, diz a nota.

A pedido do marido, o anestesista Douglas Coelho Machado, que trabalha no Hospital de Base, Mariana foi transferida e deu entrada no HB no último sábado, dia 18 de julho, em função de o hospital ter melhores condições de atendimento. Ela teria sofrido parada cardiorrespiratória e o estado de saúde era grave. Ficou internada na UTI e morreu três dias depois, na terça-feira, 21 de julho. O hospital diz que não pode falar sobre a causa da morte, que será determinada em até 60 dias, pelo IML (Instituto Médico Legal) de Rio Preto.

A docente era especialista em saúde da mulher e vice-coordenadora do curso de enfermagem da UFSCar. Ela era defensora do parto humanizado e tem trabalhos acadêmicos na área. A Universidade informou que não vai se pronunciar sobre a morte. 

Ela foi acompanhada por uma especialista

O Diário falou com a enfermeira, doutora em obstetrícia Jamile Bussadori, que acompanhava a tentativa de parto humanizado. Quando a mulher decide que o nascimento do bebê será de forma fisiológica, em geral, é acompanhada por uma doula, mas o parto é feito por um médico ou enfermeiro especializado. Jamile disse que por enquanto não vai falar sobre o assunto. “Eu era muito próxima, amiga da Mariana, e companheira de trabalho. “Só vou me posicionar quando tiver autorização da família. A dor deles é muito grande e agora é hora de respeitar isso”, disse.

Jamile é especialista em obstetrícia pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein, e atua, principalmente, em parto humanizado, parto domiciliar e aleitamento materno. Mariana e Jamile trabalhavam juntas na UFSCar. Integrantes do Grupo Gaia de Rio Preto, que defende a humanização do parto, foram procurados, mas disseram que só vão se manifestar sobre o assunto, quando as investigações estiverem concluídas.

Segundo o presidente regional da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo, José Luis Crivellin, é preconizado na medicina que, a espera pelo nascimento do primeiro filho de uma mulher, depois de ela entrar em trabalho de parto, deve ser de 9 horas a 12 horas. “Se em 12 horas não evoluiu, não teve dilatação, o bebê não desceu, não encaixou por que esperar 48 horas para levar para o hospital?”

Ele diz ainda que depois de feita a cesária, Mariana teve atonia uterina (o útero não contrai) e foi preciso retirar o órgão. “Tudo o que aconteceu está relacionado com o tempo que ela ficou em trabalho de parto”, afirma o obstetra. O enterro de Mariana foi feito na manhã da última quinta-feira, 23, no Cemitério Municipal de Patrocínio (MG), onde mora a família. Ela deixa os pais José Dalvo da Fonseca e Marli Maria Oliveira da Fonseca, o marido, Douglas, e a filha, Maria. A família não quis falar com a imprensa por estar muito abalada.

O Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos se manifesta sobre o caso

Professora Doutora Mariana de Oliveira Fonseca-Machado, enfermeira obstetra, mestre e doutora pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, era docente e pesquisadora da área da Saúde da Mulher do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos. Com base em seu conhecimento e acompanhamento médico durante o pré-natal, que evidenciou uma gestação sem intercorrências, aguardou a evolução para um parto natural. 

Assim, a Prof.ª Mariana entrou em trabalho de parto no sábado, dia 11 de julho, estando acompanhada por profissional capacitado durante todo o processo. Para continuidade do trabalho de parto, encaminhou-se ao hospital no início da noite do mesmo dia, chegando ao local em perfeito estado de saúde. 

Algumas horas depois, Mariana foi submetida à cesariana, tendo a oportunidade de pegar sua filha no colo e amamentá-la. Posteriormente, foi encaminhada ao quarto junto com sua filha e, poucas horas depois, iniciou um quadro de complicações, que resultou no trágico desfecho. Infelizmente, preconceitos em relação ao parto natural e a “cultura de cesariana” brasileira, associados à falta de responsabilidade no compartilhamento de informações nas redes sociais e na mídia, levaram a divulgações equivocadas sobre o caso. Dados científicos indicam que a cesariana aumenta o risco de morte materna em 3-5 vezes, comparada ao parto normal. Dentre todas as causas de morte materna a hemorragia é a mais frequente delas. 

Em solidariedade à família da professora Mariana, o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos manifesta seu profundo repúdio às manifestações sensacionalistas veiculadas. Como instituição dedicada à promoção de conhecimento, convidamos toda a comunidade à reflexão e colaboração para que a verdade deste triste episódio seja esclarecida, contribuindo para a melhora do cuidado à saúde das grávidas do Brasil.

COMENTÁRIOS SOBRE O ASSUNTO:

Dreda comenta:
Antes mesmo de ler, eu já estava prevendo o que ia acontecer. Iam absolver a doula e crucificar a equipe médica que fez a cesárea e ainda conseguiu salvar a bebê. Esse papo de que a mortalidade da cesárea é maior do que parto normal é balela. A mortalidade fica maior se forem comparadas gestantes de alto risco, que sempre fazem cesárea, com gestantes de baixo risco que fazem parto normal. Se o cientista comparar gestantes de baixo risco que fazem cesárea, a taxa de complicações é baixíssima, e é uma cirurgia extremamente rápida. Isso sem contar as complicações do bebê, que são muito menores na cesárea. Tem que parar de divulgar mentiras! Parto humanizado é aceitável e desejável. Parto em casa é um risco extremamente desnecessário.

Cláudio Luiz Pessuti comenta:
Matéria sensacionalista. Ora, se for levar a sério, poderia mudar a manchete “Mulher morre após engravidar”. Ou , “Mulher morre ,após ser tratada por médico”. Acho que algum médico , aquele que nós conhecemos , deve dar consultoria para o UOL. Aí, basta alguém querer quebrar a “máfia médica”, pronto , querem “satanizar” o procedimento.Ora, muitas e muitas mulheres também morrem em “parto normal” na mão de médico. E nesse caso, morreu “na mão dos médicos”. Palhaçada hein…

Péricles comenta:
Não se trata de egoísmo ou teimosia como se comenta alguns irmãos aqui, trata-se sim de desinformação; Deus criou o trabalho e as profissões, médico é o especialista para tais procedimentos; existem tanto no plano físico ( Terra) como no plano espiritual. Ela simplesmente agiu com imprudência e falta de conhecimento doutrinário.

Tatiane comenta:
Eu tive uma cesariana e três partos normais e afirmo que o parto normal sem dúvida é o melhor pra mulher na recuperação. ..porém cada caso é um caso e nada melhor do que fazer o parto normal ou Cesário em um hospital sendo assistida por médicos e sabendo que qualquer emergência será socorrida até pq quem é mãe o maior medo é perder nosso maior tesouro, nossos filhos imagina se esses bebês merecem o remorso que esses las iriam sentir…Vamos ser mais sensatos

Marcie comenta:
Se ela fosse uma pessoa leiga no assunto até poderiam julgá-la, mas como professora e coordenadora de um curso de enfermagem de Universidade Federal e ainda com o marido médico, creio que eles estavam conscientes da escolha que fizeram, deve ter sido algo inesperado, uma fatalidade.

Deddy comenta:
O título não tem a ver com o artigo! Se ela morreu de complicações após a cirurgia, então não trem NADA A VER com a tentativa frustada de um parto domiciliar!! E POR FAVOR [!!!!], desde quando DOULA faz parto???? NUNCA !!!! Doula é uma coisa, parteira é outra!!!

Shirenius comenta:
Cada vez mais me convenço que a cesariana é a forma de parto mais segura que existe. O parto vaginal (erroneamente chamado de “normal”) é extremamente agressivo pra o corpo da mulher e deve ser evitado.

Cirlei comenta:
Parto humanizado de cócoras, na beira do rio, ninguém quer. A mulher sofreu tanto para ter direito a atendimento hospitalar na hora do parto, o que reduziu a morte das mesmas e dos seus rebentos e vem com essa de parir na banheira… Como o outro disse é puro modismo. Tem que lutar por partos humanizados nos hospitais, quando qualquer uma chega lá ser bem tratada pelos médicos e enfermeiros e pronto. Parar esse negócio de mulher tendo filho nos corredores de hospitais, policiais fazendo partos. Reduzir ao máximo situações como essas…

Katiku  comenta:
Morreu de complicações após a cirurgia pq já deveria estar em estado crítico por ficar 48hs tentando o tal parto “humanizado”. O modismo as vezes leva a grandes e sérios problemas. Aí, muitos vão dizer que antigamente se tinham filhos em casa, porém muitas mulheres e crianças morriam tb. Agora inventaram essa, chamam uma curiosa e vamos ao parto humanizado.

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