Última atualização: 16/05/2025
No ambiente de urgência e emergência, onde o tempo é um fator determinante para a vida, organizar o fluxo de atendimento de forma eficiente e justa é essencial. É nesse contexto que o Protocolo de Manchester se consolida como uma ferramenta indispensável, especialmente nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais. Esse protocolo foi desenvolvido com o objetivo de promover uma triagem clínica padronizada, garantindo que os pacientes sejam avaliados conforme a gravidade do seu estado de saúde e não pela ordem de chegada.
Mais do que um método de organização, trata-se de uma estratégia de cuidado centrado na segurança do paciente.
A aplicação correta do Protocolo de Manchester é responsabilidade exclusiva dos profissionais de enfermagem habilitados, mais especificamente dos enfermeiros. Conforme determina a legislação brasileira, a triagem com classificação de risco é um ato privativo do enfermeiro, que utiliza seus conhecimentos técnico-científicos, raciocínio clínico e olhar humanizado para identificar sinais e sintomas que indicam situações de urgência ou emergência.
É importante esclarecer as diferenças conceituais entre triagem, classificação de risco e o Protocolo de Manchester:
- Triagem é um termo mais amplo, que diz respeito ao primeiro atendimento ou acolhimento do paciente, podendo envolver aspectos administrativos (como cadastro) e assistenciais. Nesse momento, o paciente é direcionado ao profissional de saúde para avaliação clínica.
- Classificação de risco é o processo técnico, realizado pelo enfermeiro, que tem como objetivo avaliar a gravidade da condição de saúde do paciente e determinar a prioridade de atendimento, garantindo que os casos mais críticos sejam atendidos primeiro. Essa avaliação é feita com base em critérios clínicos e não pela ordem de chegada.
- O Protocolo de Manchester, por sua vez, é um sistema estruturado que padroniza a classificação de risco por meio de fluxogramas clínicos e discriminadores. Cada queixa do paciente é associada a um fluxograma específico, e os sinais e sintomas apresentados são analisados conforme critérios pré-estabelecidos. Ao final da avaliação, o paciente é enquadrado em uma categoria de risco representada por uma cor, que indica o tempo máximo recomendado para atendimento:
- Vermelho – emergência (atendimento imediato)
- Laranja – muito urgente (atendimento em até 10 minutos)
- Amarelo – urgente (atendimento em até 60 minutos)
- Verde – pouco urgente (atendimento em até 120 minutos)
- Azul – não urgente (atendimento em até 240 minutos)
Esse modelo permite ao enfermeiro organizar os atendimentos com mais segurança, reduzindo filas, prevenindo agravamentos clínicos e contribuindo para a redução da mortalidade por demora no atendimento. Além disso, melhora a comunicação entre os profissionais da equipe multidisciplinar e promove um atendimento mais justo, impessoal e baseado em evidências.
A importância do Protocolo de Manchester para o atendimento nas emergências é inquestionável.
Ele não só assegura maior eficiência no cuidado prestado, como também valoriza o papel da enfermagem como protagonista na tomada de decisões críticas logo na chegada do paciente. A responsabilidade e a complexidade envolvidas nessa função exigem do enfermeiro constante capacitação, domínio técnico e compromisso ético com a saúde do paciente.
Se você é profissional da área da saúde, especialmente da enfermagem, e deseja atuar com segurança, autonomia e reconhecimento na triagem e classificação de risco, é essencial estar qualificado e certificado nesse protocolo.
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