Última atualização: 01/01/2025
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA: CONCEITOS, TIPOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM. A insuficiência respiratória ocorre quando o organismo não efetua adequadamente a troca de oxigênio (O₂) pelo dióxido de carbono (CO₂). Resulta em elevação dos níveis de CO₂ e redução dos níveis de O₂ (hipóxia). É uma condição que exige avaliação e intervenção rápida para manter a oxigenação e a ventilação adequadas. Ver Cianose: coloração azulada da pele devido à baixa oxigenação.
1. TIPOS DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
- Aguda
- Surgimento rápido em pacientes previamente saudáveis (pulmões estrutural e funcionalmente normais).
- Desenvolve-se em horas ou poucos dias.
- Crônica
- Ocorre em pacientes com doença pulmonar crônica pré-existente (por meses ou anos).
- Exemplos: DPOC, fibrose pulmonar, etc.
2. CAUSAS FREQUENTES
- Ventilação inadequada (hipoventilação)
- Obstrução de vias aéreas superiores (corpos estranhos, edema de glote)
- Uso de drogas (opioides, sedativos) e anestésicos
- Doenças pulmonares pré-existentes (asma, DPOC, pneumonia)
- Complicações pós-operatórias (atelectasia, aspiração)
- Politraumatismos (trauma torácico, fraturas de costelas)
3. DIAGNÓSTICO
- Exame Laboratorial (Gasometria Arterial)
- Avalia níveis de O₂ (PaO₂) e CO₂ (PaCO₂) e pH sanguíneo.
- PaO₂ baixo = hipóxia; PaCO₂ alto = hipercapnia.
- Sinais Clínicos
- Aumento da Frequência Cardíaca (FC) e Frequência Respiratória (FR).
- Hipóxia:
- Dispneia (falta de ar),
- Taquipneia (respiração acelerada),
- Hipotensão/taquicardia (ou bradicardia em casos graves),
- Arritmias,
- Cianose,
- Alterações neurológicas (desorientação, agitação, sonolência).
- Uso de músculos acessórios na respiração.
- Sudorese (suor excessivo).
4. TRATAMENTO E DISPOSITIVOS DE SUPORTE
4.1 Cânulas Orofaríngea e Naso-faríngea
- Cânula Orofaríngea (Guedel): Evita obstrução pela queda da língua em pacientes inconscientes, mantendo a via aérea aberta.
- Cânula Naso-faríngea: Inserida pela narina, permitindo melhor tolerância em alguns casos (pacientes conscientes).
4.2 Monitorização
- Oxímetro de Pulso: Avalia saturação de oxigênio (SpO₂).
- Monitor Cardíaco: Detecção precoce de alterações na frequência e no ritmo cardíacos.
4.3 Oxigenoterapia
- Visa corrigir a hipóxia, fornecendo oxigênio suplementar. Deve ser umidificado para evitar ressecamento da mucosa.
Métodos Principais de Administração de Oxigênio
- Cateter Nasal Simples (tipo óculos)
- Introduzido na narina, fluxo de 3 a 6 L/min.
- Baixa a moderada concentração de O₂.
- Máscaras Faciais (Venturi e outros modelos)
- Cobrem boca e nariz.
- Possuem orifícios laterais e adaptadores que fornecem concentrações de O₂ específicas.
- Ligadas a um sistema de umidificação.
- Bolsa Auto-inflável (Ambu)
- Máscara acoplada a um dispositivo de ventilação manual.
- Pode ser conectada ao oxigênio umidificado para suporte emergencial de ventilação.
- Tenda Facial
- Útil em pediatria (crianças pequenas).
- Fornece concentração de O₂ mais baixa.
- Pouco utilizada em adultos devido às dificuldades de manuseio.
5. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Organização do Material
- Preparar o equipamento de administração de O₂ (cateter, máscara, umidificador etc.).
- Testar a funcionalidade antes de aplicar no paciente.
- Manutenção do Umidificador
- Verificar o nível de água com frequência.
- Trocar a água diariamente ou segundo instruções da CCIH.
- Orientaçãp e Comunicação
- Explicar ao paciente o procedimento e seu objetivo.
- Manter uma relação terapêutica, tranquilizando-o durante a aplicação.
- Observação e Segurança
- Detectar alterações no padrão respiratório e nível de consciência.
- Verificar se o dispositivo está permeável (sem obstruções).
- Trocar cateteres nasais ou máscaras conforme protocolo.
- Higienização e Desinfecção
- Desprezar e desinfectar o material em expurgo, seguindo normas de biossegurança.
É um quadro crítico em que há incapacidade de manter trocas gasosas adequadas
A insuficiência respiratória é um quadro crítico em que há incapacidade de manter trocas gasosas adequadas, ocasionando hipóxia e, em muitos casos, hipercapnia. O manejo envolve identificação rápida das causas, monitoramento laboratorial (gasometria) e clínico (frequência respiratória, cardíaca, saturação de oxigênio) e administração de oxigênio nos níveis necessários.
A equipe de enfermagem desempenha papel fundamental, assegurando cuidados de oxigenoterapia, posicionamento adequado, controle de permeabilidade das vias aéreas e apoio constante ao paciente, visando a estabilização clínica e a prevenção de complicações. Ver Assistência ventilatória no recém-nascido RN.
Gostei
Conteúdo super satisfatório muito bom.👏