Médica da Marinha baleada dentro de hospital recebe promoção póstuma

Última atualização: 27/02/2025

A Marinha do Brasil promoveu postumamente a médica e oficial Gisele Mendes de Souza e Mello ao posto de Contra-Almirante. Gisele foi atingida por um tiro na cabeça dentro do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 2024, e não resistiu aos ferimentos. A tragédia aconteceu enquanto ela exercia suas funções na unidade de saúde militar, onde atuava como superintendente. O episódio trouxe comoção à corporação e ao meio médico, levando a Marinha a reconhecer sua dedicação à instituição e ao país por quase três décadas.

Uma homenagem à dedicação e ao serviço

Gisele se formou em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio) em 1993 e especializou-se em Geriatria. Em 1995, ingressou na Marinha, onde construiu uma carreira sólida, tornando-se uma referência no setor de saúde militar.

Ao longo dos anos, assumiu cargos de liderança, como a diretoria do Hospital Naval de Brasília e, mais recentemente, a superintendência do Hospital Naval Marcílio Dias. Sua promoção póstuma ao posto de Contra-Almirante é uma forma de reconhecimento pelo comprometimento com a instituição e a sociedade brasileira.

Tragédia causada por violência urbana

A médica foi vítima de uma bala perdida que atravessou a janela do segundo andar do hospital, vinda de um confronto entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins e criminosos da Comunidade do Gambá. O incidente reforça o problema da violência urbana no Rio de Janeiro, que frequentemente atinge inocentes, incluindo profissionais da saúde em ambiente hospitalar.

Mulheres na Marinha fazem história

Além da promoção póstuma de Gisele, a Marinha também elevou outras três oficiais ao posto de Contra-Almirante: Daniela Leitão Mendes, vice-diretora da Diretoria de Saúde da Marinha; Mônica Medeiros Luna, vice-diretora do Centro de Perícias Médicas da Marinha; e Claudia Regina Amaral da Silva Fiorot, assistente do Departamento de Auditoria em Saúde. É a primeira vez na história da Força Naval que quatro mulheres são promovidas simultaneamente a um posto de Oficial General.

Com a nova composição, a Marinha do Brasil passa a contar com quatro mulheres ocupando esse alto escalão, incluindo Maria Cecília Conceição, promovida em 2023. Ela assumirá o comando do Hospital Naval Marcílio Dias, tornando-se a primeira mulher a dirigir a maior unidade de saúde da corporação.

O impacto do reconhecimento

A homenagem póstuma à médica Gisele Mendes de Souza e Mello destaca não apenas sua trajetória exemplar na Marinha, mas também a importância do reconhecimento às mulheres que ocupam espaços de liderança em instituições historicamente dominadas por homens. Sua promoção simboliza um legado de dedicação e reforça o papel essencial das profissionais da saúde no contexto militar e na sociedade como um todo. Veja também Baixa adesão à vacina contra dengue preocupa autoridades de saúde no Brasil.

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