Última atualização: 13/01/2025
Na pequena cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, um crime estarrecedor veio à tona, chocando não apenas os moradores locais, mas todo o Brasil. O que parecia ser uma confraternização familiar de Natal, em 2024, se transformou em um cenário de tragédia e mistério. Um bolo, servido como símbolo de união, tornou-se a arma de um crime premeditado, deixando um rastro de mortes e desconfiança.
A Confraternização Fatal
A véspera de Natal daquele ano começou como qualquer outra celebração familiar. Risos e conversas tomavam conta da mesa onde um bolo, preparado pela sogra de Deise Moura dos Anjos, ocupava o centro. Mas, horas após o doce ser servido, o que era alegria deu lugar ao desespero. Três mulheres da mesma família começaram a passar mal. Entre elas estavam Zeli dos Anjos, sogra de Deise, e duas irmãs dela.
A tragédia não parou por aí. Um sobrinho-neto de apenas 10 anos e outra familiar também foram hospitalizados. Para três das vítimas, a ajuda médica chegou tarde. As mortes, inicialmente atribuídas a uma possível intoxicação alimentar, logo levantaram suspeitas.
A Primeira Pista
A investigação tomou um rumo sombrio quando exames confirmaram a presença de arsênio no bolo servido naquela noite. A substância, conhecida por seu poder letal, apontava para um envenenamento premeditado. Foi então que Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli, se tornou o centro das atenções.
Pesquisas na internet sobre arsênio, realizadas pela suspeita, reforçaram as suspeitas de premeditação. Além disso, a descoberta de uma nota fiscal indicando a compra da substância em nome de Deise consolidou a linha de investigação. O bolo, que deveria ser símbolo de harmonia, se revelou a ferramenta de um crime cuidadosamente planejado.
As Exumações: Descobertas Chocantes
O caso, que já causava perplexidade, ganhou novos capítulos ainda mais perturbadores. A polícia decidiu exumar o corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que havia falecido meses antes. O laudo inicial apontava morte por infecção intestinal, mas a exumação revelou algo diferente: ele também havia sido envenenado com arsênio.
Não parou por aí. Os investigadores começaram a suspeitar que o pai de Deise, morto em 2020, também poderia ter sido uma vítima. Ele, cuja morte foi atribuída a cirrose hepática, agora é parte de uma investigação que avalia a possibilidade de envenenamento contínuo, com doses gradativas da mesma substância mortal.
Intrigas Familiares e Motivação
Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o crime não era fruto de um ato impulsivo. Ele estava enraizado em um histórico de desavenças familiares, disputas banais e ressentimentos acumulados. Entre as motivações estavam dívidas, rivalidades sobre cerimônias familiares e conflitos prolongados.
Zeli dos Anjos era o principal alvo de Deise, mas outras vítimas também foram atingidas por sua trama. A frieza com que Deise conduzia os interrogatórios impressionou os investigadores, que a descreveram como uma pessoa controlada, sempre pronta para justificar suas ações.
O Impacto e os Próximos Passos
O caso abalou o Brasil, não apenas pela tragédia em si, mas pela complexidade e frieza dos atos. A sociedade acompanhou perplexa as revelações, enquanto a polícia ampliava as investigações. Mais exumações estão sendo consideradas, e novas evidências continuam surgindo.
Hoje, Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente, enquanto o caso é desdobrado em um quebra-cabeça de mistério e horror. O que começou como um simples encontro familiar se tornou um dos crimes mais emblemáticos do país, revelando os perigos das intrigas familiares e a importância de investigações rigorosas.
O caso do bolo envenenado, com sua narrativa trágica e chocante, permanecerá como um lembrete sombrio das consequências de relações conflituosas e ações premeditadas. A verdade, lenta mas seguramente, continua a emergir, trazendo respostas para as perguntas que atormentam a todos. Ver O Caso do bolo envenenado no Rio Grande do Sul: Intrigas, mistérios e desdobramentos.