Acidente Vascular Cerebral (AVC) – hemorrágico e isquêmico

Última atualização: 01/01/2025

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) – também chamado de Acidente Vascular Cerebral (AVC) – consiste em uma condição de emergência neurológica. É provocada pela interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro ou pelo rompimento (hemorragia) de vasos intracranianos. Inicia-se de modo súbito e pode gerar paralisias em um lado do corpo, dificuldades de fala, déficit visual ou até coma. O tratamento precoce é fundamental para reduzir as sequelas ou risco de morte. Ver Resolução Cofen nº 292/2004.


1. CLASSIFICAÇÃO

1.1 AVE Isquêmico (cerca de 80% dos casos)

  • Causa: Falta de fluxo sanguíneo no cérebro por obstrução arterial (êmbolo ou trombo), queda da pressão de perfusão ou trombose venosa.
  • Penumbra: Área ao redor do infarto central que ainda recebe algum fluxo e pode ser salva se o tratamento (reperfusão) ocorrer rapidamente.
  • AIT (Ataque Isquêmico Transitório): Obstrução temporária sem deixar sequelas definitivas, mas é um importante fator de risco para um AVE maior.

1.2 AVE Hemorrágico (cerca de 20% dos casos)

  • Causa: Ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, podendo ocorrer:
    • Sangramento intraparenquimatoso: Decorrente de aneurismas de Charcot-Burchard (associados à hipertensão).
    • Hemorragia subaracnóidea: Geralmente por aneurismas cerebrais congênitos.
  • Efeitos: O sangue extravasado irrita o tecido nervoso, inflama-o e gera pressão, prejudicando a função cerebral.

2. FATORES DE RISCO

  • Idade avançada
  • Hipertensão arterial (principal fator)
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Colesterol elevado
  • Arritmias cardíacas (p.ex., fibrilação atrial)
  • Estenose de válvulas cardíacas
  • Obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada
  • Histórico de AIT ou AVE prévio

3. SINAIS E SINTOMAS

  • Paralisia ou fraqueza unilateral (rosto, braço, perna)
  • Dificuldade na fala ou de articulação de palavras
  • Déficit visual (campo visual reduzido)
  • Confusão mental, dor de cabeça súbita, coma ou rebaixamento do nível de consciência
  • Desvio da rima labial (ao sorrir) e dificuldade de levantar simultaneamente os dois braços

A orientação é buscar ajuda médica imediata ao menor sinal, pois tempo é essencial para minimizar danos.


4. DIAGNÓSTICO

  1. Avaliação clínica: História e exame físico neurológico (força, fala, visão, etc.).
  2. Imagem:
    • Tomografia de crânio: Exame inicial mais comum; diferencia entre AVE isquêmico e hemorrágico.
    • Ressonância magnética: Mais sensível, porém pode atrasar o tratamento.

5. TRATAMENTO E EVOLUÇÃO

  • Fase Aguda: Identificar tipo de AVE (isquêmico ou hemorrágico).
    • AVE Isquêmico: Pode-se considerar trombólise (medicação para dissolver coágulos) se houver janela de tempo adequada.
    • AVE Hemorrágico: Controle da hipertensão, avaliação neurocirúrgica, manejo do hematoma.
  • Pressão Arterial: Deve ser cuidadosamente monitorada, pois valores muito altos ou muito baixos podem agravar o quadro.
  • Reabilitação: Inclui fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento médico contínuo.
  • Prevenção Secundária: Controlar fatores de risco (hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo), uso de antiplaquetários ou anticoagulantes, conforme indicação.

6. REABILITAÇÃO E COMPLICAÇÕES

  • Sequelas podem variar desde déficit motor e fala até problemas cognitivos.
  • Reabilitação: A rapidez no atendimento diminui o tamanho da lesão e melhora a recuperação.
  • Suporte Multidisciplinar: Envolve fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e enfermagem.
  • Complicações: Escaras, infecções, constipação, pneumonia e sobrecarga do cuidador.
  • Tratamento Psicológico: É comum o desenvolvimento de depressão e outras alterações emocionais após o AVE.

7. PREVENÇÃO

  1. Controle de Pressão Arterial (fator de risco principal).
  2. Cessar Tabagismo e reduzir álcool.
  3. Exercícios Regulares e Dieta Balanceada.
  4. Controle de Diabetes e Colesterol.
  5. Acompanhamento médico para doenças cardíacas.
  6. Identificar e tratar arritmias (p.ex. fibrilação atrial).

Requer diagnóstico e tratamento imediatos. O Acidente Vascular Encefálico é uma urgência médica e requer diagnóstico e tratamento imediatos. A prevenção por meio do controle de fatores de risco (principalmente hipertensão) é a melhor estratégia para evitar sequelas e até mesmo a morte. Em caso de suspeita, cada minuto conta para a integridade do tecido cerebral. Ver Saúde cardiovascular: alimentos que ajudam a cuidar do coração.

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