Última atualização: 01/01/2025
A sondagem nasoenteral é um procedimento essencial na assistência a pacientes com necessidade de nutrição e medicação enteral. Requer conhecimento técnico, cuidado com as etapas do procedimento e atenção às possíveis complicações. A atuação do enfermeiro é imprescindível para garantir a segurança e o bem-estar do paciente, respeitando sempre os protocolos e boas práticas de enfermagem.
1. Finalidade da Sondagem Nasoenteral
A sondagem nasoenteral (SNE) é um procedimento que possibilita a administração de dietas e medicamentos de forma segura e eficaz, especialmente em pacientes com comprometimento da deglutição, idosos, acamados ou com reflexos diminuídos. Trata-se de uma alternativa para garantir a nutrição e o tratamento de pacientes em condições clínicas específicas. Ver Medidas de Prevenção da Infecção do Trato Urinário para pacientes com Sonda Vesical.
2. Indicações e Contraindicações
2.1 Indicações
- Pacientes inconscientes.
- Dificuldade ou impossibilidade de deglutição.
2.2 Contraindicações
- Desvio significativo de septo nasal.
- Traumatismo crânio-encefálico (TCE) com suspeita de fratura na base do crânio.
3. Responsabilidade
A realização da sondagem nasoenteral é um procedimento técnico sob a responsabilidade do enfermeiro.
4. Pontos Críticos
Durante o procedimento, podem surgir complicações que requerem atenção e intervenção imediata, tais como:
- Traumas nasais.
- Inflamação intestinal.
- Diarreia.
- Obstrução da sonda.
- Pneumotórax (raro, mas possível em inserções inadequadas).
5. Materiais Necessários
- Máscara descartável.
- Bandeja.
- Sonda nasoenteral (SNE).
- Gel hidrossolúvel.
- Seringa de 20 ml.
- Gaze.
- Estetoscópio.
- Luva de procedimento.
- Esparadrapo ou micropore.
- Soro fisiológico 0,9% (SF).
- Lanterna (opcional).
- Biombo e toalha ou papel toalha.
6. Descrição da Técnica
6.1 Preparação
- Higienizar as mãos.
- Conferir a prescrição médica e reunir o material necessário.
- Explicar o procedimento ao paciente e ao familiar.
- Resguardar a privacidade utilizando biombo.
6.2 Posicionamento
- Posicionar o paciente em Fowler alta (cabeceira elevada).
- Se contraindicado, manter em decúbito dorsal horizontal com a cabeça lateralizada e inclinada para frente.
6.3 Procedimento
- Colocar máscara e luvas de procedimento.
- Avaliar as condições das narinas e verificar possíveis obstruções ou desvios de septo.
- Inspecionar a cavidade oral.
- Lubrificar a sonda com gel hidrossolúvel ou SF antes da inserção.
- Introduzir a sonda pela narina menos comprometida, seguindo os passos técnicos padronizados.
- Confirmar o posicionamento correto da sonda por meio de radiografia antes de administrar qualquer dieta ou medicamento.
7. Justificativas das Ações
7.1 Higienização e Uso de Equipamentos
- Reduz o risco de transmissão de microrganismos.
- Proporciona uma barreira física contra fluidos corporais.
7.2 Explicação ao Paciente
- Promove maior cooperação e tolerância durante o procedimento.
7.3 Avaliação e Lubrificação da Sonda
- Evita traumas nasais e facilita a passagem da sonda.
7.4 Confirmação Radiológica
- É imprescindível garantir que a sonda está corretamente posicionada no trato gastrointestinal, minimizando riscos.
8. Recomendações
8.1 Situações Específicas
- TCE suspeito: optar pela sondagem oral gástrica.
- Trauma raquimedular (TRM): não elevar o decúbito.
8.2 Cuidados Durante a Passagem
- Interromper temporariamente em caso de náuseas ou vômitos.
- Caso haja resistência, girar suavemente a sonda; se não avançar, retirar e reinserir após descanso e nova lubrificação.
8.3 Cuidados com o Fio Guia
- Guardar em embalagem limpa junto aos pertences do paciente para reutilização, se necessário.
9. Possíveis Complicações e Soluções
- Náuseas ou estímulo do nervo vago: suspender temporariamente o procedimento.
- Obstrução da sonda: utilizar técnica adequada de lubrificação antes da passagem.
- Trauma nasal: avaliar a condição da narina antes da inserção.
- Ver Nova Regra para Passagem de Sonda