Bradipneia: Frequência respiratória abaixo do normal

Última atualização: 27/12/2024

O termo bradipneia refere-se a uma condição em que a frequência respiratória está abaixo dos valores normais para a idade do paciente. É caracterizada por respirações lentas e pode indicar alterações no controle respiratório, insuficiência respiratória ou outras condições subjacentes que comprometem a troca adequada de gases no organismo.

Valores Normais de Frequência Respiratória

  • Adultos: 12 a 20 respirações por minuto.
  • Crianças: 20 a 30 respirações por minuto (dependendo da idade).
  • Recém-nascidos: 30 a 60 respirações por minuto.

A bradipneia é diagnosticada quando a frequência respiratória está abaixo desses limites.

Causas da Bradipneia

A bradipneia pode ter diversas causas, divididas em fisiológicas e patológicas:

  1. Fisiológicas:
    • Durante o sono, a frequência respiratória naturalmente diminui.
    • Atletas podem apresentar bradipneia devido à maior eficiência do sistema respiratório.
  2. Patológicas:
    • Neurológicas:
      • Lesões no sistema nervoso central (trauma craniano, AVC, tumores).
      • Alteração no centro respiratório localizado no bulbo cerebral.
    • Distúrbios metabólicos:
      • Acidose metabólica ou respiratória.
      • Hipotermia.
    • Doenças respiratórias:
      • Insuficiência respiratória em estágios avançados.
    • Uso de medicamentos:
      • Depressores do sistema nervoso central, como opioides, benzodiazepínicos ou anestésicos.
    • Condições cardíacas:
      • Insuficiência cardíaca grave, que pode levar a bradipneia secundária.

Sinais e Sintomas Associados

A bradipneia, dependendo da causa, pode ser acompanhada de:

  • Cianose (coloração azulada da pele e mucosas, indicando hipóxia).
  • Fadiga extrema ou letargia.
  • Confusão mental ou sonolência.
  • Dificuldade para respirar ou sensação de peso no peito.
  • Pausas prolongadas entre os ciclos respiratórios.

Impacto Clínico

A bradipneia pode comprometer a ventilação alveolar, resultando em acúmulo de dióxido de carbono (hipercapnia) e hipóxia, o que pode levar a insuficiência respiratória e falência orgânica se não tratada.

Exemplo Prático na Enfermagem

Durante a avaliação de um paciente pós-cirúrgico, o enfermeiro documenta:

“Paciente, sexo feminino, 55 anos, em pós-operatório imediato, apresenta frequência respiratória de 8 movimentos por minuto após administração de morfina. Observada sonolência excessiva e saturação de oxigênio em 88%. Realizada ventilação manual com ambu e administração de naloxona conforme prescrição médica. Paciente estabilizada.”

Nesse exemplo, o enfermeiro identifica uma bradipneia induzida por opioides e adota medidas imediatas para reverter a condição.

Aplicação Prática para Enfermagem

  • Monitoramento:
    • Contar a frequência respiratória durante um minuto completo.
    • Monitorar a saturação de oxigênio (SpO₂) com oximetria de pulso.
    • Realizar gasometria arterial em casos graves para avaliar os níveis de oxigênio e dióxido de carbono.
  • Intervenções:
    • Garantir ventilação adequada:
      • Fornecer oxigenoterapia suplementar, conforme prescrição.
      • Utilizar dispositivos de ventilação assistida, como máscara de CPAP ou BIPAP, em casos de insuficiência respiratória moderada.
    • Identificar e tratar a causa subjacente:
      • Reverter efeitos de medicamentos (ex.: naloxona para opioides).
      • Aquecer o paciente em casos de hipotermia.
      • Estabilizar condições neurológicas ou metabólicas.
    • Manter o paciente em posição semi-Fowler para facilitar a respiração.
  • Educação em saúde:
    • Orientar pacientes e cuidadores sobre os riscos do uso excessivo de sedativos ou opioides.
    • Ensinar sinais de alerta de bradipneia, como sonolência extrema ou pausas respiratórias, e a importância de buscar ajuda médica imediatamente.

Relevância no Cuidado

A bradipneia é um sinal de alerta que pode indicar uma condição grave, especialmente quando associada a hipóxia ou hipercapnia. O enfermeiro tem um papel crucial na identificação precoce, no manejo inicial e na comunicação com a equipe multidisciplinar para garantir intervenções rápidas e eficazes. A Enfermagem Frente ao Paciente com Dor

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