Última atualização: 28/01/2025
O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) se manifestou de forma contundente sobre o caso envolvendo uma idosa de 103 anos que teve o pé amputado por uma suposta enfermeira dentro de casa, na Asa Norte, Brasília. Em nota oficial, o órgão destacou que a enfermagem não tem competência legal para realizar procedimentos cirúrgicos, como amputações, e classificou o ocorrido como uma violação ética, técnica e legal da profissão.
Enfermeiros não realizam cirurgias
De acordo com o Coren-DF, enfermeiros são profissionais capacitados para atuar em diversas áreas da saúde, mas suas atribuições estão restritas ao suporte e reabilitação de pacientes, bem como ao cuidado humanizado e seguro. Cirurgias, incluindo amputações, são procedimentos exclusivos de médicos cirurgiões, com exigência de ambiente hospitalar adequado, monitoramento e equipe multidisciplinar. Ver Idosa de 103 anos tem pé amputado por enfermeira sem anestesia; caso gera indignação nas redes sociais.
“O Coren-DF condena de forma contundente qualquer prática que fira os preceitos éticos, técnicos e legais que norteiam a atuação da enfermagem. Casos como este não representam a categoria, composta por profissionais comprometidos com a assistência segura e de qualidade”, afirmou a entidade em nota pública.
Reafirmação dos princípios da enfermagem
O conselho ainda reforçou que práticas como a descrita no caso da idosa ferem os pilares éticos da enfermagem e prejudicam a imagem de uma categoria que desempenha um papel essencial no cuidado à saúde da população. A nota destacou que o foco da enfermagem é garantir assistência baseada na segurança, no conhecimento técnico e no respeito à vida.
A instituição colocou-se à disposição das autoridades para colaborar nas investigações e enfatizou que qualquer ato realizado por profissionais de enfermagem deve seguir rigorosamente as normativas que regulamentam a profissão.
Investigação em andamento
O caso, que envolve uma cirurgia clandestina para amputação do pé de uma idosa em condições inadequadas, segue sob investigação pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O procedimento teria sido realizado sem anestesia, em ambiente domiciliar e com o uso de instrumentos improvisados, gerando indignação tanto entre os profissionais da área quanto na população.
O Coren-DF orienta que, em situações de saúde que exijam intervenção, os pacientes procurem hospitais ou unidades de saúde com infraestrutura e profissionais habilitados para garantir a segurança dos procedimentos.
Enfermagem: um pilar essencial da saúde
O caso ressalta a importância de reforçar o papel da enfermagem como um pilar essencial nos cuidados de saúde. Embora não realizem cirurgias, os enfermeiros têm atuação indispensável na monitorização de pacientes, no acompanhamento pós-operatório e na reabilitação, sempre em consonância com equipes médicas e dentro dos padrões éticos e técnicos. Ver Bebê que teve picada de inseto na cabeça teve o dedo amputado em hospital.
A posição firme do Coren-DF neste caso busca preservar a integridade da profissão, que conta com mais de 2 milhões de profissionais no Brasil, comprometidos com a promoção da saúde e o cuidado humanizado.
Nota oficial do Coren-DF:
- A enfermagem não realiza cirurgias ou amputações;
- Procedimentos cirúrgicos são de responsabilidade exclusiva de médicos habilitados;
- Práticas irregulares ferem os princípios éticos e técnicos da profissão;
- O Coren-DF repudia qualquer conduta que comprometa a segurança e a saúde do paciente.
O órgão também destacou que denúncias contra profissionais que realizam práticas irregulares podem ser feitas diretamente aos conselhos regionais, reforçando o compromisso com a ética e a segurança no atendimento. Ver Batimentos cardíacos irregulares (fibrilação ou flutter).