Dengue em São Paulo: 17 mortes confirmadas nos primeiros 28 dias do ano

Última atualização: 29/01/2025

A dengue continua sendo uma grande preocupação de saúde pública no Brasil, e o estado de São Paulo já sente os impactos da doença logo no início de 2025. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), nos primeiros 28 dias do ano, foram registradas 17 mortes por dengue em diferentes regiões do estado, além de um aumento expressivo no número de casos.

As mortes ocorreram em diversas áreas do estado, sendo que cinco óbitos foram confirmados na região do Departamento Regional de Saúde (DRS) de São José do Rio Preto, três em Presidente Prudente e outros três na região de Campinas. O crescimento do número de casos e a severidade das infecções acendem um alerta para as autoridades de saúde, que buscam intensificar as medidas preventivas e educativas para conter o avanço da doença.

Aumento de casos e impacto no estado

Além dos óbitos confirmados, São Paulo já soma mais de 36,5 mil casos de dengue neste primeiro mês do ano, um número alarmante para o início do período de maior incidência da doença, que costuma se estender até o fim do verão. As regiões mais afetadas incluem São José do Rio Preto, que já registrou mais de 10,4 mil casos e quatro mortes, e Jales, que apresenta a maior taxa de incidência, com aproximadamente 1.265 casos para cada 100 mil habitantes. Ver Dengue, Chikungunya e Zika.

Na capital paulista, foram registrados cerca de 1.866 casos da doença até o momento, mas sem registros de óbitos. Especialistas alertam que o número de infectados pode aumentar significativamente caso medidas preventivas mais rígidas não sejam adotadas pela população e pelo poder público.

O governo estadual declarou estado de emergência em 31 municípios devido ao agravamento da situação. Além disso, anunciou um repasse de R$ 228 milhões para que os 645 municípios paulistas possam reforçar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. No ano de 2024, o estado já havia enfrentado uma epidemia severa, com mais de 2,1 milhões de casos e 2.128 mortes, um dos piores cenários já registrados.

Sintomas e riscos da dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Embora muitas pessoas tenham quadros leves ou assintomáticos, a doença pode evoluir para formas graves, colocando a vida do paciente em risco.

Os principais sintomas da dengue incluem:

  • Febre alta de início súbito (acima de 38°C);
  • Dor intensa de cabeça, especialmente na região atrás dos olhos;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Mal-estar geral e fadiga extrema;
  • Náuseas e vômitos;
  • Erupções cutâneas avermelhadas;
  • Falta de apetite.

Nos casos mais graves, os sintomas evoluem para sinais de alerta, como:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Sangramentos espontâneos (nas gengivas, nariz e fezes);
  • Queda brusca da pressão arterial;
  • Dificuldade respiratória.

Esses sinais indicam um quadro de dengue grave, que pode levar à síndrome do choque da dengue e a hemorragias severas, com risco de morte. Por isso, é fundamental que ao primeiro sintoma o paciente busque atendimento médico imediato. A hidratação é um dos principais fatores para evitar complicações, sendo recomendada a ingestão abundante de líquidos como água, soro caseiro e sucos naturais.

Prevenção: o que pode ser feito para evitar a dengue

A principal estratégia para conter a dengue é o combate ao mosquito transmissor. O Aedes aegypti se reproduz em locais com água parada, sendo fundamental eliminar criadouros para reduzir sua proliferação. Algumas das principais medidas preventivas incluem:

1. Eliminar focos de água parada

  • Tampar caixas d’água e cisternas;
  • Evitar acúmulo de água em pratos de plantas e vasos;
  • Retirar água parada de pneus velhos, garrafas e entulhos;
  • Manter ralos limpos e desobstruídos;
  • Limpar calhas e evitar que fiquem entupidas.

2. Uso de proteção individual

  • Aplicar repelentes nas áreas expostas do corpo;
  • Utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo, especialmente em regiões com alta incidência da doença;
  • Usar mosquiteiros em locais de repouso, especialmente para bebês e idosos;
  • Instalar telas protetoras nas janelas e portas.

3. Medidas coletivas

  • Participação em mutirões de limpeza organizados pelos municípios;
  • Denunciar locais com criadouros do mosquito para órgãos responsáveis;
  • Engajar-se em campanhas educativas sobre a importância da prevenção da dengue.

4. Vacinação

Uma das alternativas promissoras no combate à dengue é a vacinação. No Brasil, a vacina contra a dengue está disponível na rede privada e é recomendada apenas para pessoas que já tiveram pelo menos uma infecção prévia pela doença. A imunização ocorre em três doses, com intervalos de um ano entre elas. Embora a vacina possa ajudar a reduzir os casos graves, a prevenção por meio do controle do mosquito ainda é o método mais eficaz para conter surtos da doença.

O que fazer em caso de suspeita de dengue?

Se uma pessoa apresentar sintomas compatíveis com a dengue, deve buscar imediatamente uma unidade de saúde para receber o diagnóstico correto. O tratamento consiste principalmente na hidratação intensa e no acompanhamento médico para evitar complicações.

É fundamental evitar a automedicação, especialmente com remédios à base de ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios não esteroides (como ibuprofeno e diclofenaco), pois podem aumentar o risco de hemorragias.

Pacientes com diagnóstico de dengue devem seguir as orientações médicas e ficar atentos a sinais de agravamento. Nos casos leves, o repouso e a hidratação são essenciais, enquanto os quadros mais graves exigem internação hospitalar para monitoramento constante.

Primeiros dias de 2025

A dengue continua sendo uma ameaça significativa para a população paulista, e os primeiros dias de 2025 já demonstram que a doença pode atingir proporções alarmantes. Com 17 mortes confirmadas e mais de 36,5 mil casos registrados, o estado se encontra em alerta máximo para conter a epidemia.

Diante deste cenário, é essencial que cada cidadão faça sua parte, eliminando criadouros do mosquito e adotando medidas preventivas eficazes. O combate à dengue não é responsabilidade apenas do poder público, mas de toda a sociedade. A participação ativa da população pode salvar vidas e evitar que novas mortes sejam registradas.

A melhor forma de lutar contra a dengue é através da prevenção e da conscientização. Pequenos hábitos diários, como manter quintais limpos e não acumular recipientes com água parada, fazem toda a diferença para evitar a propagação do Aedes aegypti. Fique atento aos sintomas, busque atendimento médico quando necessário e ajude a proteger sua família e sua comunidade contra essa grave doença. Ver Estado do Rio de Janeiro registra 810 casos de Dengue nas primeiras semanas de 2025.

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