Última atualização: 04/04/2025
O desaparecimento de João Daniel Severino, de 35 anos, tem causado angústia à sua família desde a última quarta-feira (2). Diagnosticado com transtornos psiquiátricos e enfrentando uma crise aguda no momento, João foi internado no Hospital São Matheus, em Cuiabá (MT), mas conseguiu deixar a unidade de forma inesperada e até agora não foi localizado. O caso levanta questões sobre a segurança em instituições de saúde mental e os protocolos adotados para o cuidado de pacientes em surtos psicóticos. A família, desesperada, busca por respostas enquanto mobiliza esforços para encontrá-lo.
Histórico psiquiátrico e internação emergencial
João Daniel está sob tratamento psiquiátrico há mais de uma década. Segundo relatos de parentes, ele frequentemente abandona o uso de medicamentos, o que desencadeia episódios de instabilidade emocional. No fim de semana anterior ao desaparecimento, ele teria entrado em surto, se tornando agressivo e chegando a confrontar membros da própria família.
Diante da situação, a polícia foi acionada, mas orientou os familiares a buscar auxílio médico especializado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) então realizou o transporte de João até o hospital, onde ele foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Fuga durante crise psicótica
Mesmo internado em um setor considerado seguro, João conseguiu deixar as dependências do hospital sem permissão. Segundo informações confirmadas pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, ele usava apenas as vestimentas hospitalares no momento da fuga.
A direção do Hospital São Matheus afirmou, por meio de nota, que todas as medidas cabíveis foram adotadas assim que perceberam o desaparecimento do paciente. Entre essas providências, estão o registro de boletim de ocorrência e a comunicação imediata às autoridades competentes. A instituição declarou ainda que está colaborando com as investigações e permanece à disposição para fornecer mais esclarecimentos.
Preocupação crescente e apelo da família
A família de João está aflita com a falta de notícias e teme pelo estado de saúde do rapaz, especialmente por ele estar sem a medicação que necessita para manter o equilíbrio mental. Um parente, que preferiu não se identificar, explicou que os surtos são comuns sempre que João abandona o tratamento. “Ele já ficou agressivo outras vezes. No fim de semana, avançou até contra os familiares. A gente só quer encontrá-lo com vida”, desabafou.
O caso reacende debates sobre a estrutura e os procedimentos adotados por hospitais para lidar com pacientes em crise mental. A ausência de barreiras eficazes à fuga em instituições que lidam com esse perfil de paciente representa um risco grave, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.
As buscas por João continuam, e qualquer informação pode ser crucial para localizá-lo. Familiares pedem que, caso alguém o veja, entre em contato imediatamente com as autoridades. Veja também Paciente agride funcionária e provoca destruição em hospital no interior de Mato Grosso.