Última atualização: 24/03/2025
Uma tragédia abalou a cidade de Jacareí (SP) na última sexta-feira (21), com a morte de uma jovem gestante e seu bebê, gerando comoção entre familiares, moradores e autoridades locais. Agatha Ayme Pagotto Ferreira, de apenas 21 anos, estava em sua 40ª semana de gestação quando procurou atendimento médico após sentir fortes dores. Levantamentos iniciais apontam que o bebê já havia falecido antes da chegada ao hospital, mas as circunstâncias que envolveram o tratamento da jovem até sua morte têm levantado questionamentos e serão apuradas por um comitê especializado.
Chegada ao hospital e constatação do óbito fetal
Agatha foi encaminhada ao Hospital São Francisco de Assis por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que atendeu ao chamado diante das dores intensas relatadas pela jovem. Segundo familiares, o médico que fez o primeiro atendimento solicitou um exame de cardiotocografia — procedimento usado para monitorar os batimentos cardíacos do feto —, mas logo identificou a ausência dos sinais vitais do bebê.
Posteriormente, um exame de ultrassonografia confirmou o pior: o bebê havia falecido. Diante dessa constatação, a equipe médica decidiu encaminhar a gestante para o centro cirúrgico, onde seria realizada uma cesariana de emergência.
Complicações durante a cirurgia e morte materna
Durante o procedimento, os médicos se depararam com um quadro grave e inesperado: um descolamento oculto da placenta, condição obstétrica rara e de difícil diagnóstico precoce. Essa complicação provocou uma intensa hemorragia interna, comprometendo seriamente o estado de saúde da jovem. Para tentar conter o sangramento e preservar sua vida, os médicos realizaram uma histerectomia — remoção total do útero.
Mesmo com os esforços da equipe, o sangramento foi severo e Agatha precisou ser transferida em estado crítico para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Infelizmente, ela não resistiu e veio a falecer na manhã de sábado (22), menos de 24 horas após o início da tragédia.
Esclarecimentos da instituição hospitalar
Em nota oficial, o Hospital São Francisco de Assis lamentou profundamente o ocorrido e expressou solidariedade à família da jovem. A instituição esclareceu que, ao contrário de informações preliminares, Agatha não teria sido levada para indução de parto natural após a confirmação da morte fetal, mas sim conduzida diretamente para a cesariana emergencial.
Ainda segundo o hospital, o óbito fetal pode ter ocorrido antes mesmo da chegada de Agatha à unidade, como resultado do descolamento de placenta, que também foi a causa da hemorragia interna que levou à morte da mãe.
Medidas de investigação e apoio à família
A Prefeitura de Jacareí informou que mantém um convênio com o hospital para a realização de partos via Sistema Único de Saúde (SUS) e, diante da gravidade do caso, acionou o Comitê de Avaliação de Óbito Materno Infantil. Esse grupo técnico é responsável por examinar de forma minuciosa as causas do falecimento, identificando possíveis falhas nos protocolos médicos ou na assistência prestada.
Além disso, a administração municipal garantiu que está oferecendo apoio psicológico e jurídico à família da vítima, e que uma reunião entre representantes da Secretaria de Saúde e da direção do hospital será agendada nos próximos dias.
O velório de Agatha e de seu bebê ocorreu neste domingo (23), a partir das 11h, no cemitério Campo das Oliveiras, em um clima de profunda tristeza. Familiares, amigos e membros da comunidade se reuniram para prestar as últimas homenagens, enquanto buscam por respostas e justiça diante de uma perda tão precoce e dolorosa. Veja também MC Daniel preocupa fãs ao surgir machucado em hospital e revela causa do acidente.
