Última atualização: 20/03/2025
O ressurgimento do sarampo em diversas partes do mundo tem chamado a atenção de autoridades de saúde e especialistas. A doença, que havia sido controlada em vários países, volta a se espalhar de maneira alarmante, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Esse crescimento expressivo de casos está diretamente ligado à queda na cobertura vacinal, impulsionada por desinformação e hesitação da população em se imunizar. Além disso, a pandemia de covid-19 contribuiu para o cenário atual, já que muitas campanhas de vacinação foram interrompidas ou desaceleradas nos últimos anos. O resultado é um aumento expressivo no número de infecções, hospitalizações e até mortes associadas ao vírus do sarampo.
Casos alarmantes nos Estados Unidos e na Europa
Nos Estados Unidos, o sarampo era considerado erradicado desde o ano 2000. No entanto, o país enfrenta agora o maior surto da doença em uma década, com mais de 300 infecções confirmadas, concentradas nos estados do Texas e Novo México. O avanço do vírus já resultou nas primeiras mortes por sarampo no país em dez anos, gerando grande preocupação entre as autoridades sanitárias. O secretário de Saúde norte-americano, Robert F. Kennedy Jr., está no centro de uma polêmica devido ao seu posicionamento cético em relação às vacinas, o que gerou críticas e um desgaste na administração pública.
Na Europa, a situação também é grave. O continente e a região da Ásia Central registraram, apenas em 2024, mais de 127 mil casos de sarampo, o dobro do ano anterior e o maior número desde 1997. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% das infecções atingiram crianças menores de cinco anos e mais da metade dos casos exigiu hospitalização. Até o momento, 38 mortes foram confirmadas, reforçando a urgência de medidas para conter a disseminação do vírus.
Expansão do surto para a América Latina
O México também enfrenta um aumento significativo dos casos de sarampo. Em apenas uma semana, o número de infectados dobrou, subindo de 22 para 43 casos confirmados. A maioria dessas infecções foi registrada no estado de Chihuahua, que faz fronteira com o Texas, onde há um dos maiores surtos nos Estados Unidos. Como resposta, o governo mexicano intensificou a vacinação, priorizando crianças e profissionais de saúde. Autoridades de saúde do país informaram que mais da metade dos infectados tem entre cinco e nove anos e que nenhum dos pacientes registrados em Chihuahua estava vacinado.
No Brasil, a situação ainda está sob controle, mas há sinais de alerta. O estado do Rio de Janeiro confirmou três casos em 2024, dois deles na Baixada Fluminense e um em Itaboraí. O governo brasileiro reforçou a importância da imunização e recomendou a notificação imediata de casos suspeitos. Vale lembrar que o Brasil havia recuperado, em novembro de 2023, o certificado de eliminação do sarampo, que havia sido perdido em 2019 devido à baixa cobertura vacinal. A possibilidade de novos surtos, no entanto, preocupa especialistas.
Importância da vacinação e riscos do sarampo
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida pelo ar e capaz de causar complicações graves, como pneumonia, encefalite, cegueira e até a morte. Além disso, após a infecção, o sistema imunológico pode ficar enfraquecido por meses, aumentando o risco de outras doenças.
A vacina contra o sarampo é a forma mais eficaz de proteção e está disponível gratuitamente em diversos países. A OMS alerta que, sem esforços reforçados de imunização, surtos continuarão a ocorrer globalmente. Entre os sintomas mais comuns da doença estão:
- Manchas vermelhas pelo corpo;
- Febre alta acima de 38,5°C;
- Tosse seca persistente;
- Irritação nos olhos (conjuntivite);
- Coriza intensa;
- Mal-estar generalizado.
Autoridades sanitárias recomendam que a população verifique sua caderneta de vacinação e complete o esquema vacinal o mais rápido possível. A imunização em massa é a única maneira de evitar novos surtos e proteger crianças e adultos dos efeitos potencialmente devastadores da doença. Ver Distrito Federal confirma primeiro caso de sarampo após quatro anos.