Última atualização: 17/03/2025
A morte inesperada da técnica de enfermagem Fernanda Dutra, de 37 anos, gerou indignação entre colegas de trabalho e mobilizou as redes sociais. Funcionária do Hospital e Maternidade São José, em Conselheiro Lafaiete (MG), Fernanda passou mal durante seu plantão no último sábado (15), queixando-se de dores intensas no estômago e no peito. Horas depois, já em sua residência, ela não resistiu e veio a óbito. O caso provocou uma onda de protestos e levantou questionamentos sobre as condições de trabalho no hospital, além da falta de assistência médica adequada para seus próprios funcionários.
Condições de trabalho sob suspeita
Colegas de Fernanda denunciaram que o hospital não oferece atendimento emergencial para seus profissionais. “Ela passou mal e seguiu trabalhando porque não tinha escolha. Quantas Fernandas precisarão morrer para que algo mude?”, desabafou uma funcionária sob condição de anonimato, temendo represálias.
A morte da técnica de enfermagem trouxe à tona um problema recorrente em diversas unidades hospitalares: a precarização das condições de trabalho dos profissionais da saúde. Segundo relatos, muitos trabalhadores enfrentam dificuldades para obter assistência médica dentro do próprio hospital onde atuam. “É revoltante. Trabalhamos no maior hospital de Lafaiete, mas quando precisamos de atendimento, não temos suporte algum”, comentou uma colega de Fernanda.
Indignação nas redes sociais
A repercussão do caso foi imediata. Nas redes sociais, mensagens de luto e indignação se multiplicaram. Amigos e colegas lamentaram a perda, enquanto denúncias sobre as práticas da administração hospitalar vieram à tona. “Lá dentro, muitos trabalham doentes, porque se apresentarmos atestado médico, cortam o vale-alimentação. Isso é desumano”, relatou uma ex-funcionária. Outra técnica de enfermagem afirmou: “Eu prefiro ficar desempregada a voltar a trabalhar lá. A direção só pensa em lucro, não em vidas.”
Sepultamento e homenagens
O corpo de Fernanda Dutra foi velado no bairro São Jorge e seu sepultamento ocorreu nesta segunda-feira (17), às 14h, no cemitério Nossa Senhora da Conceição. O clima era de profunda tristeza entre familiares, amigos e companheiros de trabalho.
O caso levanta um alerta para a necessidade urgente de revisão dos protocolos internos do Hospital e Maternidade São José, garantindo que os profissionais da saúde recebam atendimento adequado e digno em situações emergenciais. Nossa equipe entrou em contato com a direção do hospital para um posicionamento oficial, mas até o momento não obteve resposta. Ver também Técnico de Enfermagem embriagado causa confusão em Unidade de Saúde e revolta pacientes.