Tragédia na UPA Cidade de Deus: Paciente morre à espera de atendimento sentado

Última atualização: 14/12/2024

Na noite de sexta-feira, 13 de dezembro de 2024, um episódio trágico aconteceu na UPA Cidade de Deus. O paciente, José Augusto Mota Silva, 32 anos, faleceu sentado, enquanto aguardava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O episódio provocou revolta e abriu um debate sobre as deficiências da saúde pública, motivando ações imediatas da Secretaria Municipal de Saúde.

Entenda o Caso

José chegou à UPA relatando intensas dores no corpo. Testemunhas afirmam que ele permaneceu por um longo período na recepção sem receber assistência médica. Registros de câmeras de segurança mostram o paciente desacordado em uma cadeira, sendo atendido somente após perder a consciência.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), José foi classificado para atendimento às 20h30, estando lúcido ao chegar à unidade. Porém, pouco depois, ele foi encontrado inconsciente. A equipe médica o transferiu para a Sala Vermelha, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória e, mesmo com os esforços realizados, não resistiu.

Medidas Tomadas pelo Poder Público

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, considerou o caso inaceitável e anunciou a demissão de todos os profissionais que estavam de plantão na unidade no momento do ocorrido. Além disso, os funcionários serão investigados em sindicâncias e denunciados aos conselhos de suas respectivas categorias.

Em uma nota oficial, Soranz destacou: “É inconcebível que os profissionais não tenham identificado a gravidade da situação. Todos os envolvidos serão devidamente responsabilizados.”

A SMS também informou que o corpo de José foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para apuração da causa da morte, e que imagens e registros internos da UPA serão utilizados na investigação.

Repercussão e Reações da Comunidade

O caso gerou grande mobilização nas redes sociais e entre os moradores da Cidade de Deus. Muitas pessoas expressaram indignação diante da falta de assistência na unidade de saúde e cobraram melhorias no atendimento. “Até quando as pessoas vão morrer por falta de atendimento básico?”, questionou uma testemunha.

Uma História de Deficiências

A tragédia trouxe novamente à tona os desafios enfrentados pelas UPAs do Rio de Janeiro, frequentemente denunciadas por problemas como superlotação, escassez de profissionais e falhas nos protocolos de atendimento. A UPA da Cidade de Deus, em particular, atende uma população carente e enfrenta altos índices de demanda, agravando as limitações estruturais.

Próximos Passos e Promessas de Mudança

A Secretaria Municipal de Saúde informou que uma sindicância foi instaurada para apurar detalhadamente as circunstâncias do ocorrido. Também será feita uma revisão nos protocolos de atendimento, com o objetivo de evitar que situações semelhantes se repitam.

O caso de José Augusto é um alerta sobre as fragilidades da saúde pública, expondo a necessidade urgente de investimentos, melhorias na gestão e maior preparo das equipes médicas para lidar com situações críticas.


Este caso é um lembrete urgente da necessidade de reformas estruturais e de gestão no sistema de saúde pública. A resposta rápida do poder público com demissões e investigações pode ser um primeiro passo, mas mudanças mais amplas são essenciais para garantir o atendimento digno e eficaz à população.

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