Competências de comunicação e relacionamento interpessoal

Última atualização: 29/12/2024

Vamos falar neste tópico sobre a Competências de comunicação e relacionamento interpessoal; Comunicação eficaz e empática com pacientes e familiares; Escuta ativa e identificação das necessidades emocionais e psicossociais dos pacientes e Colaboração com a equipe multidisciplinar para garantir a continuidade do cuidado. Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

Tópico 4: O papel do enfermeiro na classificação de risco e no acolhimento

4.3. Competências de comunicação e relacionamento interpessoal
4.3.1. Comunicação eficaz e empática com pacientes e familiares
4.3.2. Escuta ativa e identificação das necessidades emocionais e psicossociais dos pacientes
4.3.3. Colaboração com a equipe multidisciplinar para garantir a continuidade do cuidado

4.3. Competências de Comunicação e Relacionamento Interpessoal

As competências de comunicação e relacionamento interpessoal são fundamentais para o trabalho do enfermeiro no contexto da classificação de risco e do acolhimento. A habilidade de se comunicar de forma eficaz e empática com pacientes, familiares e colegas de equipe é essencial para garantir um atendimento humanizado, eficiente e integrado.


4.3.1. Comunicação Eficaz e Empática com Pacientes e Familiares

  1. Estabelecimento de uma Relação de Confiança:
    • O primeiro contato entre o enfermeiro e o paciente/familiares deve transmitir segurança, empatia e respeito.
    • Uma comunicação clara ajuda a reduzir a ansiedade dos pacientes e de seus familiares em situações de urgência.
  2. Uso de Linguagem Acessível:
    • O enfermeiro deve evitar jargões médicos e adaptar sua linguagem ao nível de compreensão do paciente e de seus familiares.
    • Frases curtas, objetivas e acompanhadas de explicações ajudam a esclarecer o processo de atendimento.
  3. Empatia na Comunicação:
    • Demonstrar empatia envolve reconhecer as emoções do paciente e validar seus sentimentos. Frases como “Eu entendo que você está preocupado” ou “Estamos aqui para ajudá-lo” criam um ambiente de acolhimento.
    • O tom de voz, a postura e o contato visual também contribuem para uma comunicação empática.
  4. Informação Transparente:
    • Explicar claramente os tempos de espera e as prioridades definidas na triagem ajuda a reduzir conflitos e aumentar a compreensão sobre o processo.
    • Sempre que possível, o enfermeiro deve atualizar os familiares sobre o estado do paciente e os próximos passos do atendimento.
Exemplo prático:

Uma mãe traz seu filho ao pronto-socorro com febre alta e chora de preocupação. O enfermeiro explica com calma que o quadro será avaliado com base na gravidade, tranquilizando-a e informando sobre medidas iniciais como compressas frias enquanto aguardam o médico.


4.3.2. Escuta Ativa e Identificação das Necessidades Emocionais e Psicossociais dos Pacientes

  1. Atenção Total Durante a Interação:
    • A escuta ativa envolve dedicar atenção plena ao paciente, sem interrupções, validando suas preocupações e sentimentos.
    • O enfermeiro deve evitar atitudes que demonstrem pressa ou desinteresse, como interromper o paciente ou usar dispositivos móveis durante a conversa.
  2. Reconhecimento de Necessidades Emocionais:
    • Pacientes em situação de urgência podem sentir medo, ansiedade ou raiva. O enfermeiro deve identificar essas emoções e oferecer suporte emocional adequado.
    • Perguntas como “O que mais está preocupando você no momento?” podem ajudar a identificar aspectos emocionais importantes.
  3. Abordagem Psicossocial:
    • Além da queixa clínica, é importante compreender o contexto psicossocial do paciente, como dificuldades familiares, econômicas ou sociais que possam impactar sua saúde.
    • Essa abordagem permite que o enfermeiro adote medidas mais abrangentes e conecte o paciente a serviços de apoio, se necessário.
  4. Encaminhamento Adequado:
    • Quando necessidades emocionais ou sociais relevantes são identificadas, o enfermeiro deve encaminhar o paciente ou a família para suporte psicológico, assistência social ou outros profissionais especializados.
Exemplo prático:

Uma paciente idosa, visivelmente assustada e sozinha, relata tonturas. Durante a conversa, o enfermeiro descobre que ela perdeu recentemente um familiar próximo e está emocionalmente fragilizada. Além de avaliar seu quadro clínico, ele orienta sobre a possibilidade de procurar apoio psicológico.


4.3.3. Colaboração com a Equipe Multidisciplinar para Garantir a Continuidade do Cuidado

  1. Troca de Informações Clara e Objetiva:
    • O enfermeiro deve transmitir informações completas e precisas sobre a condição do paciente para outros membros da equipe, como médicos, fisioterapeutas ou assistentes sociais.
    • Informações relevantes incluem queixa principal, sinais de alerta, histórico médico e intervenções iniciais realizadas.
  2. Integração no Trabalho em Equipe:
    • A comunicação eficaz entre os membros da equipe multidisciplinar é essencial para a continuidade do cuidado e para evitar redundâncias ou falhas no atendimento.
    • Reuniões rápidas ou sistemas informatizados podem ser usados para alinhar informações e prioridades entre os profissionais.
  3. Facilitação do Encaminhamento:
    • O enfermeiro desempenha um papel central ao encaminhar pacientes para exames, tratamentos ou outros setores do hospital, garantindo que o fluxo de atendimento seja ágil e organizado.
  4. Apoio à Decisão Clínica:
    • O enfermeiro também contribui com a equipe médica ao compartilhar suas observações e interpretações iniciais, ajudando na formulação do diagnóstico e do plano de tratamento.
  5. Coordenação de Cuidados Pós-Triagem:
    • Além da triagem, o enfermeiro pode auxiliar na organização de alta ou no encaminhamento para serviços especializados, assegurando que o paciente receba a assistência necessária após o atendimento inicial.
Exemplo prático:

Um paciente com suspeita de AVC é rapidamente classificado pelo enfermeiro como emergência. O enfermeiro comunica o caso ao médico e ao setor de radiologia, coordena a realização de exames de imagem e acompanha o paciente até o atendimento especializado.


Sucesso do processo de classificação de risco e acolhimento

As competências de comunicação e relacionamento interpessoal do enfermeiro são indispensáveis para o sucesso do processo de classificação de risco e acolhimento. A comunicação empática com pacientes e familiares, a escuta ativa para identificar necessidades emocionais e psicossociais, e a colaboração eficaz com a equipe multidisciplinar garantem um atendimento seguro, humanizado e integrado. Investir no desenvolvimento dessas habilidades é essencial para fortalecer o papel do enfermeiro como agente central no cuidado em saúde.

Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

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