Identificação das necessidades do paciente

Última atualização: 29/12/2024

Na classificação de risco precisamos fazer a Identificação das necessidades do paciente; Coleta de informações relevantes para a avaliação clínica, incluindo sinais e sintomas, histórico médico e fatores de risco e Avaliação da gravidade e priorização do atendimento com base nas necessidades individuais. Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

Tópico 3: Princípios e diretrizes para a classificação de risco nos serviços de saúde

3.3. Identificação das necessidades do paciente
3.3.1. Coleta de informações relevantes para a avaliação clínica, incluindo sinais e sintomas, histórico médico e fatores de risco
3.3.2. Avaliação da gravidade e priorização do atendimento com base nas necessidades individuais

3.3. Identificação das Necessidades do Paciente

A identificação das necessidades do paciente é um dos pilares centrais da classificação de risco nos serviços de urgência. Esse processo vai além da simples avaliação de sintomas, envolvendo uma análise aprofundada dos aspectos clínicos, sociais e emocionais de cada indivíduo. Ao compreender as necessidades do paciente de maneira holística, os profissionais de saúde podem priorizar o atendimento de forma justa e eficaz, garantindo segurança e qualidade no cuidado.


3.3.1. Coleta de Informações Relevantes para a Avaliação Clínica, Incluindo Sinais e Sintomas, Histórico Médico e Fatores de Risco

A coleta de informações é o primeiro passo para uma classificação de risco eficiente. Ela requer atenção e habilidades específicas para reunir dados que possam orientar a avaliação e a tomada de decisão.

  1. Identificação dos Sinais e Sintomas:
    • Os sinais (observados pelo profissional) e sintomas (relatados pelo paciente) são essenciais para determinar a gravidade da condição clínica.
    • Exemplos incluem febre, dor torácica, dificuldade respiratória, tontura, entre outros. A descrição detalhada desses sinais é fundamental para orientar a priorização.
  2. Histórico Médico do Paciente:
    • Levantar o histórico médico é indispensável para identificar condições preexistentes que possam influenciar a avaliação clínica.
    • Informações relevantes incluem doenças crônicas (hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca), cirurgias anteriores, alergias e medicações em uso.
    • Por exemplo, um paciente com dor abdominal e histórico de úlcera gástrica pode exigir uma abordagem diferente em comparação a um paciente sem esse histórico.
  3. Fatores de Risco:
    • A identificação de fatores de risco, como idade avançada, gravidez, tabagismo, obesidade ou histórico familiar de doenças, ajuda a prever complicações potenciais.
    • Pacientes pediátricos ou idosos, por exemplo, apresentam maior vulnerabilidade e frequentemente demandam uma avaliação mais cuidadosa.
  4. Métodos de Coleta de Informações:
    • Anamnese dirigida: Questionamentos claros e objetivos, adaptados à condição do paciente, permitem coletar informações de maneira eficiente.
    • Exame físico inicial: Observações sobre estado geral, coloração da pele, postura, respiração e sinais vitais como temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial.
  5. Desafios na Coleta de Informações:
    • Situações em que o paciente não consegue fornecer informações completas, como em casos de inconsciência ou comunicação limitada. Nesses casos, familiares, acompanhantes ou registros médicos prévios podem ser fontes alternativas.
Exemplo prático:

Um paciente com dor torácica é avaliado por meio da coleta de informações sobre a localização, intensidade e duração da dor. Questionamentos como “Você já teve episódios parecidos antes?” e “Você tem histórico de problemas cardíacos?” ajudam a direcionar a avaliação clínica.


3.3.2. Avaliação da Gravidade e Priorização do Atendimento com Base nas Necessidades Individuais

Após a coleta de informações, a avaliação da gravidade do caso é essencial para determinar a prioridade do atendimento. Esse processo é orientado por critérios clínicos que consideram a condição atual do paciente e os riscos associados.

  1. Classificação da Gravidade Clínica:
    • A gravidade é avaliada com base na condição geral do paciente, nos sinais vitais e na apresentação dos sintomas.
    • Ferramentas como o Manchester Triage System (MTS) e o Emergency Severity Index (ESI) classificam pacientes em níveis de prioridade, como emergente, urgente, pouco urgente e não urgente.
  2. Necessidades Individuais do Paciente:
    • Cada paciente apresenta necessidades específicas, que devem ser levadas em consideração para um atendimento justo.
    • Por exemplo, uma gestante com dor abdominal deve ser priorizada, mesmo que os sintomas não pareçam críticos inicialmente, devido aos riscos potenciais para o feto.
  3. Consideração dos Sinais de Alerta:
    • Sintomas como perda de consciência, dificuldade respiratória, sinais de choque (pele fria, pressão arterial baixa, pulso rápido), dor intensa e febre alta são sinais de alerta que demandam atendimento imediato.
    • O monitoramento contínuo de sinais vitais é crucial para identificar mudanças no quadro do paciente.
  4. Uso de Protocolos e Fluxogramas:
    • Protocolos baseados em evidências guiam a priorização, assegurando que decisões sejam tomadas com base em critérios objetivos.
    • Esses protocolos ajudam a padronizar o atendimento e a evitar que condições graves sejam negligenciadas.
  5. Reavaliação Contínua:
    • A condição do paciente pode mudar rapidamente, especialmente em contextos de urgência. Reavaliações periódicas garantem que mudanças na gravidade sejam identificadas e o plano de cuidado seja ajustado conforme necessário.
  6. Equidade na Priorização:
    • A priorização deve ser fundamentada exclusivamente na gravidade e nas necessidades do paciente, sem influências externas, como pressão de acompanhantes ou status social.
Exemplo prático:

Em uma sala de triagem, um paciente com queixa de tontura e histórico de hipertensão apresenta pressão arterial de 190/110 mmHg. Apesar de estar consciente e verbalizando, ele é priorizado como urgência devido ao risco elevado de acidente vascular cerebral (AVC).


Componente essencial da classificação de risco

A identificação das necessidades do paciente, incluindo a coleta detalhada de informações e a avaliação da gravidade, é um componente essencial da classificação de risco. Esse processo assegura que o atendimento seja orientado por critérios objetivos e adaptado às características individuais de cada paciente. A combinação de habilidades técnicas e sensibilidade clínica dos profissionais é indispensável para oferecer um cuidado seguro, eficaz e centrado no paciente, garantindo a priorização adequada em um ambiente muitas vezes sobrecarregado.

Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

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