A aspirina tem origens que remontam à medicina antiga

Última atualização: 07/02/2025

A aspirina, um dos medicamentos mais consumidos no mundo, tem uma história fascinante que remonta a mais de 3.500 anos. Seu princípio ativo, o ácido salicílico, foi descoberto na natureza muito antes da ciência moderna existir, revelando como a sabedoria ancestral pavimentou o caminho para um dos remédios mais versáteis da atualidade. Neste artigo, exploramos a jornada da aspirina, desde suas raízes na medicina antiga até seu papel indispensável na farmácia contemporânea.

Descubra a incrível jornada da aspirina, desde seu uso na medicina antiga com a casca do salgueiro até se tornar um dos remédios mais importantes do mundo. Conheça sua história milenar!


As origens antigas: O Salgueiro e o alívio da dor

Civilizações antigas já utilizavam a casca e as folhas do salgueiro (Salix alba) para tratar dores, febres e inflamações. Registros históricos mostram que:

  • Os sumérios (3.000 a.C.) mencionaram o uso do salgueiro em tabletes de argila para alívio de desconfortos.
  • O Papiro Ebers (1.500 a.C.), um dos tratados médicos mais antigos do Egito, descreveu preparações com extratos de salgueiro.
  • Hipócrates (século V a.C.), o “pai da medicina”, recomendava chá de casca de salgueiro para reduzir a dor durante o parto.

O segredo desses remédios estava no ácido salicílico, um composto natural presente na planta. No entanto, a substância era difícil de purificar e causava efeitos colaterais severos, como irritação estomacal. Ver Sistema de Condução Elétrica do Coração – Resumo.


O Século XIX: A ciência entra em cena

A busca por isolar e sintetizar o princípio ativo do salgueiro ganhou força no século XIX:

  • 1828: O farmacêutico alemão Johann Buchner extraiu pela primeira vez o ácido salicílico em forma cristalina da casca do salgueiro.
  • 1838: O químico Raffaele Piria aprimorou o processo, criando uma versão mais pura da substância.
  • 1853Charles Frédéric Gerhardt sintetizou o ácido acetilsalicílico (o nome técnico da aspirina), mas seu método era complexo e inviável para produção em massa.

Apesar dos avanços, o ácido salicílico continuava a causar problemas gastrointestinais, limitando seu uso.


1897: O Nascimento da Aspirina como a conhecemos

A virada decisiva ocorreu na Bayer, empresa alemã, graças ao químico Felix Hoffmann. Em 1897, Hoffmann desenvolveu um método seguro para sintetizar o ácido acetilsalicílico, buscando um remédio menos agressivo para o estômago de seu pai, que sofria com dores reumáticas.

A Bayer patenteou a substância em 1899 sob o nome Aspirina:

  • “A” vem de acetyl (acetil).
  • “Spir” refere-se à Spiraea ulmaria (planta que também contém ácido salicílico).
  • “Ina” era um sufixo comum em medicamentos da época.

A aspirina rapidamente se tornou um fenômeno global, sendo usada para tratar desde dores de cabeça até febres.


Século XX: A ascensão de um ícone farmacêutico

Ao longo do século XX, a aspirina consolidou-se como um remédio multifuncional:

  • 1918: Usada na pandemia de gripe espanhola para aliviar sintomas.
  • 1950: Tornou-se o primeiro medicamento vendido em comprimidos.
  • 1980: Estudos revelaram seu efeito anticoagulante, levando ao uso na prevenção de infartos e AVCs.

A aspirina na medicina moderna

Hoje, a aspirina é um pilar da farmacologia, com aplicações que vão além da dor e da febre:

  • Cardiologia: Baixas doses diárias previnem coágulos em pacientes de risco.
  • Oncologia: Pesquisas sugerem que pode reduzir o risco de certos cânceres, como o colorretal.
  • Neurologia: Estuda-se seu papel na prevenção de demência e Alzheimer.

Desafios e controvérsias

Apesar de sua eficácia, a aspirina não é isenta de riscos:

  • Efeitos colaterais: Úlceras estomacais e sangramentos em uso prolongado.
  • Síndrome de Reye: Rara, mas grave, associada ao uso em crianças com viroses.
  • Resistência: Alguns pacientes não respondem ao seu efeito anticoagulante.

O legado da aspirina: Uma herança que persiste

A aspirina é um símbolo da interseção entre tradição e inovação. Sua história nos lembra que:

  • A natureza é uma fonte poderosa de medicamentos.
  • A ciência transforma conhecimento empírico em soluções seguras.
  • Mesmo remédios antigos podem ganhar novas funções com a pesquisa.


Da casca do salgueiro aos laboratórios de ponta, a aspirina é um testemunho da evolução da medicina. Seja aliviando dores na antiguidade ou prevenindo doenças cardiovasculares hoje, ela continua a salvar vidas e inspirar descobertas. Compartilhe esta história e celebre uma das maiores conquistas da farmacologia!

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