Testosterona alta pode provocar câncer de próstata?

Testosterona alta pode provocar câncer de próstata?

A relação entre testosterona alta e câncer de próstata ainda é um assunto controverso entre os especialistas em urologia e endocrinologia. Por um lado, sabe-se que a testosterona é um hormônio que pode estimular o crescimento das células da próstata. Por outro lado, estudos recentes sugerem que a testosterona não é um fator de risco para o câncer de próstata.

Atualmente, acreditamos que o risco de câncer de próstata não é diretamente causado pela testosterona, mas sim pela forma como o corpo processa e utiliza esse hormônio. Homens com histórico familiar de câncer de próstata ou com predisposição genética para a doença podem ter uma maior sensibilidade aos efeitos da testosterona e, portanto, um maior risco de desenvolver câncer de próstata.

No entanto, é importante ressaltar que a testosterona não é o único fator de risco para o câncer de próstata. Fatores como idade, dieta, estilo de vida e histórico familiar também desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença.

Se você está preocupado com o risco de câncer de próstata, é importante discutir seus fatores de risco pessoais com um médico especialista em urologia. O médico poderá avaliar seu risco individual e recomendar exames de rastreamento para o câncer de próstata, como o exame de toque retal e o exame de sangue PSA.

Dados epidemiológicos no Brasil segundo o INCA

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é a referência nacional em estatísticas de câncer no Brasil. Segundo o INCA, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Em 2020, estima-se que foram diagnosticados cerca de 65.840 novos casos de câncer de próstata no país.

O câncer de próstata é uma doença que geralmente se desenvolve lentamente e pode não apresentar sintomas nos estágios iniciais. Por isso, é recomendável que todos os homens a partir dos 40 anos, ou a partir dos 35 anos, se houver histórico familiar de câncer de próstata, realizem exames regulares de PSA (antígeno prostático específico) e toque retal para detecção precoce da doença.

O tratamento do câncer de próstata pode incluir cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, entre outras opções, dependendo do estágio e do tipo de câncer. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e feita em conjunto com o médico responsável pelo cuidado do paciente.

Apesar desse assunto controverso, os médicos sempre recomendam usar testosterona com cautela e acompanhamento.

Cuidados com o uso de Testosterona

O uso de testosterona, seja para fins terapêuticos ou para aumento de performance, deve ser feito com cuidado e sob a supervisão de um médico especializado, uma vez que pode apresentar alguns riscos e efeitos colaterais. Abaixo estão alguns cuidados importantes com o uso de testosterona:

  1. Prescrição médica: o uso de testosterona deve ser feito somente com a prescrição médica. O médico irá avaliar a necessidade do tratamento, bem como a dosagem adequada e a duração do uso.
  2. Acompanhamento médico: é importante que o uso de testosterona seja acompanhado por um médico especializado, que irá monitorar a resposta ao tratamento e verificar possíveis efeitos colaterais.
  3. Possíveis efeitos colaterais: o uso de testosterona pode apresentar alguns efeitos colaterais, como acne, queda de cabelo, aumento da próstata, alterações no colesterol, aumento da pressão arterial, entre outros. É importante estar atento a esses sintomas e informar ao médico caso ocorram.
  4. Riscos de câncer de próstata: o uso de testosterona “pode” aumentar o risco de câncer de próstata em homens com predisposição genética para a doença. Por isso, é importante realizar exames regulares de próstata e monitorar os níveis de PSA durante o tratamento.
  5. Interferência na fertilidade: o uso de testosterona pode interferir na produção de espermatozoides e reduzir a fertilidade masculina. Homens que desejam ter filhos devem discutir o assunto com o médico antes de iniciar o tratamento.
  6. Uso em mulheres: o uso de testosterona em mulheres deve ser feito com cautela, por causar efeitos virilizantes, como aumento de pelos no corpo, voz grave e alteração no ciclo menstrual.

Em resumo, o uso de testosterona deve ser feito com cuidado e sob a supervisão de um médico especializado, que irá avaliar a necessidade do tratamento e monitorar a resposta ao mesmo, a fim de minimizar os riscos e efeitos colaterais.

Referências:

  • Ferreira, U., Ziegelmann, P. K., & Almeida, F. (2015). Androgen deprivation therapy in prostate cancer: indications, strategies and side effects. Revista da Associação Médica Brasileira, 61(4), 335-342.
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  • Gomes, J. I. C., & de Moraes, J. F. (2016). The role of testosterone in the development and progression of prostate cancer: a review. Revista da Associação Médica Brasileira, 62(5), 437-441.
  • Damasceno, D. C., Neto, A. S., de Oliveira, P. B., de Oliveira, L. C., & Costa, W. S. (2019). Testosterone and prostate cancer: a systematic review. Revista da Associação Médica Brasileira, 65(1), 121-127.
  • Braga-Basaria, M., & Dobs, A. S. (2010). Testosterone therapy in older men. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 13(3), 557-569.
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