Enfermeiro responde 10 perguntas sobre os cuidados prestados a pacientes paliativos

Enfermeiro responde 10 perguntas sobre os cuidados prestados a pacientes paliativos

A relação do enfermeiro com o paciente em cuidados paliativos é fundamental para o bem-estar do paciente e sua família, pois o enfermeiro é o profissional responsável pela avaliação e gerenciamento dos sintomas, além de ser o principal contato do paciente com a equipe de saúde.

O enfermeiro tem um papel fundamental na comunicação entre o paciente e a equipe de saúde, garantindo que as necessidades do paciente sejam atendidas e que a qualidade de vida seja mantida durante todo o processo de cuidados paliativos.

A relação entre o enfermeiro e o paciente deve ser pautada na humanização, na empatia, no respeito e na valorização da dignidade do paciente, contribuindo para a promoção do conforto e alívio do sofrimento.

Perguntas e resposta de um enfermeiro que presta cuidados prestados a pacientes paliativos

  1. O que você entende sobre a morte?
    • Como um ciclo natural da vida, que assim como nascemos, também um dia morreremos.
  2. Qual é a sua atuação frente ao processo de morte e morrer do paciente terminal?
    • É angustiante, porque o paciente terminal tem a sua morte pré-estabelecida e vive sempre num confronto entre viver e morrer, e no final, sabemos que a sua morte está marcada, e é difícil, pois o tempo todo que estou lidando com ele, observo o seu baixo astral, sua depressão.
  3. Como é cuidar de um paciente em estado terminal?
    • Já foi bem mais difícil, hoje em dia já consigo levar numa boa, mesmo que eu veja todo o sofrimento do paciente, mas continuo dando todo suporte necessário para mantê-lo “bem” até a morte.
  4. No seu local de trabalho existe algum tipo de capacitação sobre este tema?
    • Não. Já teve uma palestra sobre a morte, mas capacitação mesmo não tem e nunca teve. Até seria bom se tivesse.
  5. Como você vê a religião nesse processo do paciente terminal?
    • Vejo como uma ajuda, porque já percebi que a maioria dos pacientes, procuram mais a Deus quando estão no seu fim, é claro que antes a primeira reação deles é a negação sobre a doença.
  6. Como você reagiria se soubesse que está com diagnóstico de câncer?
    • Com certeza eu ficaria muito abatido, ainda mais que como enfermeiro sei tudo sobre esta doença, mas mesmo assim eu não me entregaria para a morte não, eu iria fazer de tudo para sair dessa.
  7. Como são seus sentimentos diante do paciente terminal?
    • Já me entristeci muito, já entrei em depressão, já fiquei muito angustiado mesmo, mas com o passar do tempo, fazendo basicamente as mesmas coisas, acho que acabou caindo no automático.
  8. O que a enfermagem pode fazer para promover uma morte sem muitos sofrimentos?
    • Não vejo muito alternativa a não ser os medicamentos, mas procuro em alguns casos segura as mãos deles, tentando passar confiança, segurança e de um certo modo carinho.
  9. Como é o seu relacionamento com a família do paciente terminal?
    • É bastante delicado, pois geralmente o familiar do paciente terminal não aceita tal situação, e acabam também ficando deprimidos e com isso eu sempre busco ouvir mais eles.
  10. Você tem algum suporte psicológico para lidar com o paciente terminal?
    • Não, e por mais que eu tente manter um equilíbrio externo, o meu interior está quase sempre derrotado, porque é muito difícil conviver com o sofrimento do outro.

10 cuidados prestado pelo enfermeiro a pacientes paliativos

  1. Avaliação contínua dos sintomas e do estado clínico do paciente, incluindo dor, náusea, vômito, falta de ar, fadiga, ansiedade, depressão e delirium.
  2. Administração de medicamentos para controle de sintomas, incluindo analgésicos, antieméticos, benzodiazepínicos, antidepressivos e antipsicóticos, conforme as orientações médicas.
  3. Monitoramento dos efeitos colaterais dos medicamentos, como sedação excessiva, hipotensão, hiponatremia e constipação.
  4. Orientação aos pacientes e familiares sobre o tratamento, incluindo o uso correto dos medicamentos e as possíveis reações adversas.
  5. Assistência na realização de cuidados básicos, como higiene pessoal, alimentação e hidratação.
  6. Apoio emocional aos pacientes e familiares, incluindo aconselhamento, escuta ativa e intervenção em crises.
  7. Avaliação e intervenção em situações de risco, como depressão grave, ideação suicida, risco de quedas e risco de lesões devido à fraqueza ou fadiga.
  8. Coordenação de cuidados entre a equipe de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
  9. Cuidados com a pele, como prevenção de úlceras de pressão e tratamento de feridas.
  10. Preparação para o final da vida, incluindo orientação sobre cuidados paliativos em casa, cuidados com o corpo após a morte e suporte emocional à família durante o processo de luto.

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