Diários de uma Enfermaria Assombrada: O Plantão Sobrenatural

Última atualização: 02/01/2025

A enfermaria do hospital São Vicente era conhecida por seu silêncio quase sepulcral e pelas histórias assustadoras que os plantonistas contavam nas madrugadas. Localizada no prédio mais antigo do hospital, a ala havia sido originalmente construída como um sanatório na década de 1930. Apesar das reformas e modernizações, o ambiente mantinha um ar de mistério que fazia até os técnicos de enfermagem mais céticos evitarem o lugar à noite. Ver Profissionais de enfermagem são obrigados a aceitar a dobra de plantão?.

Foi nesse cenário que Clara, uma enfermeira recém-formada, foi designada para seu primeiro plantão solo. Ansiosa, mas determinada, ela registrou suas experiências em um diário, que mais tarde viria a ser lido por todos os colegas com um misto de curiosidade e calafrios.


Primeira Noite: O Som dos Passos

“Plantão tranquilo, mas algo estranho aconteceu. Estava conferindo os sinais vitais de um paciente quando ouvi passos no corredor vazio. Achei que fosse o segurança, mas quando fui verificar, não havia ninguém.”

Clara decidiu ignorar o ocorrido, atribuindo o som à dilatação do piso ou a sua própria imaginação. No entanto, durante o resto da noite, os passos continuaram. Sempre ritmados e acompanhados de um leve ranger das portas, como se alguém estivesse fazendo uma ronda.


Segunda Noite: O Paciente que Não Estava Lá

“Algo inexplicável aconteceu. Fui chamada para atender um paciente que, segundo o monitor, havia apresentado uma queda abrupta de pressão. Corri até o leito indicado, mas o quarto estava vazio. A cama arrumada, os equipamentos desligados.”

Mais tarde, ao checar os registros do hospital, Clara descobriu que aquele quarto estava desativado há anos. Os funcionários mais antigos explicaram que, décadas atrás, um paciente havia falecido naquele mesmo leito durante uma cirurgia de emergência, e desde então, o quarto era evitado.


Terceira Noite: A Enfermeira do Passado

“Por volta das três da manhã, enquanto organizava os medicamentos, vi uma mulher com uniforme antigo de enfermagem passando pelo corredor. Pensei que fosse uma brincadeira de mau gosto, mas ninguém admitiu nada.”

Clara descreveu a mulher como pálida, com um sorriso enigmático e um ar de tranquilidade. Ao compartilhar a descrição com os colegas, descobriu que ela era semelhante a uma enfermeira chamada Margarida, que havia trabalhado no hospital durante os anos 1940. A história contava que Margarida era tão dedicada ao trabalho que, após sua morte repentina, muitos acreditavam que ela continuava cuidando dos pacientes.


Quarta Noite: O Toque Gelado

“Enquanto verificava os sinais vitais de um paciente, senti algo tocar meu ombro. Pensei que fosse um colega, mas, ao me virar, não havia ninguém. Foi um toque leve, mas frio como gelo.”

Naquela noite, Clara deixou o plantão com um misto de medo e fascínio. Em sua mente, a ideia de estar acompanhada por algo ou alguém invisível não parecia mais tão assustadora.


Reflexões Finais: O Sobrenatural na Enfermagem

“Talvez o que experimentei não seja apenas fruto da minha imaginação. Trabalhar neste hospital é um lembrete constante de que o cuidado e a presença na enfermagem vão além da vida e da morte.”

O diário de Clara logo se tornou uma lenda entre os colegas. Muitos diziam que Margarida, a enfermeira do passado, apenas queria garantir que os novos profissionais estavam à altura do legado da enfermagem. Outros acreditavam que o hospital tinha uma energia própria, acumulada ao longo das décadas de dedicação e sofrimento.


Conclusão: Quando a Enfermagem Encontra o Inexplicável

A história de Clara nos lembra que, em um hospital, nem tudo se explica pela ciência. O passado, o presente e o que está além podem se encontrar nos corredores silenciosos e nos gestos invisíveis de cuidado. Para aqueles que trabalham na enfermagem, o que realmente importa é garantir que, sobrenatural ou não, ninguém seja deixado sozinho.

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