Arritmias Cardí­acas

Última atualização: 01/01/2025

As arritmias cardíacas são condições que afetam a frequência e o ritmo do coração, podendo comprometer a circulação sanguínea e o transporte de oxigênio para os tecidos. Elas variam de leves, sem sintomas evidentes, a graves, com risco de vida, dependendo do tipo e da causa. O apoio emocional e a educação do paciente e da família também desempenham um papel crucial na recuperação e na manutenção da qualidade de vida.


Definição

As arritmias são distúrbios da frequência ou do ritmo cardíaco, causados por alterações no sistema de condução elétrica do coração. Esse sistema controla a contração e o relaxamento do miocárdio, fundamentais para o bombeamento eficaz do sangue. Ver O que acontece quando a pessoa tem arritmia cardíaca?.

Elas podem ocorrer em indivíduos com corações normais ou como resposta a:

  • Doenças cardíacas subjacentes, como insuficiência cardíaca ou doença arterial coronariana.
  • Distúrbios eletrolíticos, como alterações nos níveis de potássio, cálcio ou magnésio.
  • Intoxicação medicamentosa, especialmente por medicamentos que afetam a condução cardíaca.

Classificação da Frequência Cardíaca

  • Normal: 60 a 100 batimentos por minuto (bpm) em adultos.
  • Taquicardia: Frequência superior a 100 bpm.
  • Bradicardia: Frequência inferior a 60 bpm.
  • Fibrilação ou Flutter Atrial: Frequência irregular, geralmente acima de 300 bpm.

Manifestações Clínicas

As manifestações variam de acordo com o tipo e a gravidade da arritmia, podendo incluir:

  • Dor no peito: Sensação de pressão ou desconforto torácico.
  • Palpitações: Sensação de batimentos cardíacos rápidos ou irregulares.
  • Falta de ar: Dificuldade para respirar devido à redução do fluxo sanguíneo.
  • Desmaios ou tonturas: Resultantes de queda na perfusão cerebral.
  • Alteração do pulso: Ritmo irregular ou ausente ao exame clínico.
  • Hipotensão arterial: Pressão baixa decorrente da ineficiência do bombeamento cardíaco.
  • Insuficiência cardíaca: Acúmulo de líquido nos pulmões ou extremidades.
  • Choque cardiogênico: Redução crítica da capacidade de bombeamento cardíaco.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame físico e nos exames complementares. O eletrocardiograma (ECG) é a principal ferramenta para identificar e caracterizar arritmias.

Eletrocardiograma (ECG)

  • Registra a atividade elétrica do coração, detectando alterações de ritmo e condução.
  • Os eletrodos são posicionados em pulsos, tornozelos e tórax.
  • Cada registro representa a atividade de uma região específica do coração.
  • Durante o exame:
    • Oriente o paciente a permanecer imóvel e relaxado.
    • Explique o procedimento para reduzir a ansiedade.

Outros exames complementares podem incluir:

  • Holter de 24 horas: Monitoramento contínuo do ritmo cardíaco.
  • Ecocardiograma: Avalia a estrutura e a função do coração.
  • Teste de esforço: Observa alterações durante o exercício físico.

Tratamento

O tratamento depende do tipo de arritmia e pode incluir:

1. Medicamentos Antiarrítmicos

  • Regularizam a condução elétrica do coração.
  • Exigem monitoramento rigoroso dos sinais vitais e do ritmo cardíaco.

2. Cardioversão Elétrica

  • Utiliza um choque controlado para restaurar o ritmo cardíaco normal.
  • Geralmente indicada para arritmias graves, como fibrilação atrial.

3. Implante de Marcapasso

  • Dispositivo eletrônico que controla os batimentos cardíacos em casos de bradicardia ou bloqueios cardíacos.

Cuidados de Enfermagem

O papel da enfermagem é fundamental para o manejo do paciente com arritmias. As ações incluem:

1. Estabilização Emocional

  • Estabeleça um diálogo acolhedor, permitindo que o paciente expresse sentimentos de medo ou insegurança.
  • Explique o plano de cuidados para reduzir a ansiedade.

2. Proporcionar Repouso

  • Garanta um ambiente tranquilo, livre de ruídos, para promover sono e repouso adequados.

3. Monitoramento

  • Sinais vitais: Frequência cardíaca, pressão arterial, saturação de oxigênio.
  • ECG contínuo: Avaliação do ritmo e identificação de alterações críticas.

4. Oxigenoterapia

  • Administre oxigênio suplementar, se necessário, para corrigir hipóxia.

5. Administração de Medicamentos

  • Verifique o pulso antes e após a administração de antiarrítmicos.
  • Esteja atento aos efeitos colaterais, como hipotensão e bradicardia excessiva.

6. Educação do Paciente e Família

  • Explique os procedimentos realizados e a importância de seguir o tratamento prescrito.
  • Oriente sobre:
    • Controle do estresse: Reduzir fatores emocionais que desencadeiam arritmias.
    • Evitar tabagismo: O fumo agrava a condição cardiovascular.
    • Moderação no consumo de cafeína: Presentes no café, chá preto e refrigerantes à base de cola.

Prevenção e Cuidados Pós-Alta

Após a alta, é importante que o paciente e sua família estejam cientes das medidas preventivas:

  • Adotar hábitos saudáveis: Dieta equilibrada, prática de exercícios regulares.
  • Acompanhamento médico periódico: Avaliação contínua da eficácia do tratamento.
  • Reconhecimento precoce de sinais de alerta: Como palpitações persistentes ou desmaios.

As arritmias cardíacas são condições potencialmente graves que exigem diagnóstico rápido e manejo adequado. O tratamento integrado, envolvendo medicamentos, intervenções como cardioversão ou marcapasso, e cuidados de enfermagem, é essencial para estabilizar o paciente e prevenir complicações. O apoio emocional e a educação do paciente e da família também desempenham um papel crucial na recuperação e na manutenção da qualidade de vida. Ver Quais são as doenças que causam arritmia cardíaca?.

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