Cirurgias por Potencial de Contaminação

Cirurgias por Potencial de Contaminação

Última atualização: 01/01/2025

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS PELO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO. As cirurgias podem ser classificadas de acordo com diversos critérios, e um deles é o potencial de contaminação. Essa classificação leva em conta a presença (ou não) de inflamação e infecção, o grau de penetração em tratos corporais (digestivo, respiratório, urinário) e a complexidade ou falhas ocorridas durante o procedimento. A seguir, uma visão geral dessa classificação:


1. CIRURGIAS LIMPAS

  • Conceito:
    • Tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação.
    • Sem infecção ou inflamação ativa.
    • Sem falha técnica grosseira.
    • Geralmente cirurgias eletivas, sem drenagem e sem penetração em tratos respiratório, digestivo ou urinário.
  • Exemplos:
    • Artroplastia de quadril,
    • Cirurgia cardíaca,
    • Cirurgia vascular,
    • Procedimentos ortopédicos eletivos.

2. CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS

  • Conceito:
    • Tecidos com flora microbiana pouco numerosa ou difíceis de descontaminar.
    • Ausência de infecção, mas podem ocorrer pequenas falhas técnicas no intraoperatório.
    • Penetração controlada no trato digestivo, respiratório ou urinário, sem contaminação significativa.
  • Exemplos:
    • Histerectomia abdominal (HTA),
    • Cirurgia de intestino delgado eletiva,
    • Cirurgias biliares sem obstrução,
    • Feridas traumáticas limpas (até 10 horas após o trauma),
    • Cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea,
    • Prostatectomia.

3. CIRURGIAS CONTAMINADAS

  • Conceito:
    • Realizadas em tecidos com flora bacteriana presente, nos quais a descontaminação é difícil ou inviável.
    • Podem ocorrer falhas técnicas grosseiras, porém sem supuração local (ainda não existe pus).
  • Exemplos:
    • Cirurgia de cólon,
    • Desbridamento de queimaduras,
    • Cirurgias bucais,
    • Fraturas expostas,
    • Feridas traumáticas com mais de 10 horas de evolução.

4. CIRURGIAS INFECTADAS


CLASSIFICAÇÃO DOS FERIMENTOS QUANTO À ETIOLOGIA

  1. Cirúrgica: Resultante de incisão planejada.
  2. Traumática: Decorrente de alguma agressão mecânica, térmica ou química.
  3. Crônica: Associada a um processo fisiopatológico (úlcera de pressão, varicosas etc.).

CAUSAS POSSÍVEIS DE INFECÇÃO NA INCISÃO CIRÚRGICA

  • Suscetibilidade do paciente: doenças associadas (diabetes, hipertensão, obesidade, anemia, nutrição deficiente etc.).
  • Severidade da doença subjacente.
  • Contaminação do ambiente ou da equipe do centro cirúrgico.
  • Presença de corpo estranho deixado após o fechamento da incisão.
  • Material implantado (próteses, placas, parafusos etc.).
  • Falhas na técnica cirúrgica (precariedade ou descuidos).

É fundamental para direcionar medidas de prevenção de infecções

A classificação das cirurgias pelo potencial de contaminação é fundamental para direcionar medidas de prevenção de infecções, escolha de antibioticoprofilaxia e condutas de assepsia/antissepsia. Conhecer o tipo de cirurgia (limpa, potencialmente contaminada, contaminada ou infectada) auxilia na tomada de decisões no peri operatório e na elaboração de protocolos de segurança para garantir melhores resultados e reduzir complicações cirúrgicas. vER Unidade de terapia intensiva inspirada em Florence Nightingale.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *