O que é uma colostomia?

Última atualização: 03/01/2025

A colostomia é uma intervenção médica que salva vidas, mas que exige uma abordagem holística no cuidado com o paciente. Entender os aspectos físicos, emocionais e sociais relacionados à condição é essencial para oferecer um suporte completo. A informação, a empatia e a capacitação dos profissionais de saúde são as bases para ajudar os pacientes a se adaptarem e superarem os desafios, alcançando uma melhor qualidade de vida. A colostomia não deve ser vista como um limite, mas como uma oportunidade para uma nova jornada de vida.

Colostomia: Entendendo o Procedimento, Classificações e Cuidados Necessários

A colostomia é um procedimento cirúrgico que envolve a criação de uma abertura no cólon, parte do intestino grosso, conhecida como estoma, que fica exposta na parede abdominal. Essa abertura serve como uma nova via para a eliminação das fezes, que são armazenadas em uma bolsa coletora externa. Dependendo da condição clínica, a colostomia pode ser temporária ou permanente. Ver Estomia e Ostomia.


O que é Colostomia e Por Que é Realizada?

A colostomia é realizada em pacientes que apresentam problemas graves no funcionamento do sistema digestivo, que podem ser decorrentes de:

  • Condições oncológicas: Tumores no intestino grosso ou reto.
  • Traumas abdominais: Ferimentos ou lesões graves no sistema digestivo.
  • Doenças inflamatórias intestinais: Casos severos de doença de Crohn ou colite ulcerativa.
  • Obstruções intestinais: Que impossibilitam a eliminação normal de fezes.
  • Peritonites ou perfurações: Infecções ou lesões no trato digestivo.

O objetivo principal da colostomia é preservar a vida do paciente, desviar o trânsito intestinal e oferecer uma alternativa para evacuação em situações onde o funcionamento normal do intestino está comprometido. Ver Curso Assistência a Pacientes com Colostomia 30h.


Tipos de Colostomia de Acordo com a Localização

A colostomia pode ser classificada com base na parte do cólon onde a abertura é criada, e cada tipo influencia diretamente a consistência das fezes:

  1. Colostomia Ascendente
    • Localização: Parte inicial do cólon.
    • Fezes: Líquidas, devido à menor absorção de água.
  2. Colostomia Transversa
    • Localização: Região transversal do cólon.
    • Fezes: Semi-líquidas a pastosas.
  3. Colostomia Descendente
    • Localização: Parte descendente do cólon.
    • Fezes: Formadas, com consistência mais firme.
  4. Colostomia Sigmóide
    • Localização: Parte final do cólon, próximo ao reto.
    • Fezes: Sólidas e bem formadas.

Cada tipo de colostomia exige cuidados específicos, adaptados à consistência das fezes e ao local do estoma.


Impactos Físicos e Psicológicos da Colostomia

A realização de uma colostomia vai além das implicações físicas. É um procedimento que provoca alterações significativas na imagem corporal e no estado emocional do paciente. Entre os principais desafios estão:

  • Alterações na imagem corporal: A presença do estoma pode gerar dificuldade de aceitação.
  • Impactos psicológicos: Ansiedade, depressão e medo são comuns, especialmente no período pós-operatório.
  • Reintegração social: Muitos pacientes enfrentam dificuldades para voltar ao convívio social, principalmente devido a constrangimentos relacionados ao uso da bolsa coletora.
  • Relações familiares e laborais: Medo da rejeição e perda de emprego são preocupações frequentes.

Cuidados de Enfermagem e Apoio ao Paciente Ostomizado

Os cuidados com o paciente colostomizado devem começar antes mesmo da cirurgia. A enfermagem desempenha um papel crucial nesse processo, ajudando o paciente a entender a nova realidade e a lidar com os desafios físicos e emocionais.

Pré-operatório

  • Educação do paciente: Explicação detalhada sobre o procedimento, funcionamento do estoma e cuidados com a bolsa coletora.
  • Localização ideal do estoma: Avaliar o local mais adequado para a criação do estoma, considerando conforto e funcionalidade.

Pós-operatório

  • Cuidados com o estoma: Higienização adequada e monitoramento de sinais de complicações, como infecções.
  • Orientação sobre o uso da bolsa coletora: Ensinar o paciente a trocar e higienizar a bolsa corretamente.
  • Apoio psicológico: Reduzir a ansiedade e trabalhar na aceitação da nova condição de vida.
  • Reabilitação e autocuidado: Incentivar a independência do paciente na gestão da colostomia.

Apoio contínuo

  • Grupos de apoio: Promover o contato com outros pacientes ostomizados para troca de experiências.
  • Monitoramento clínico regular: Garantir que não ocorram complicações e que o paciente esteja adaptado à nova rotina.

Diferença entre Colostomia e Ileostomia

Embora a colostomia seja feita no cólon, a ileostomia é uma abertura criada no íleo, parte final do intestino delgado. Algumas diferenças importantes incluem:

  • Localização: A ileostomia é realizada no intestino delgado, enquanto a colostomia é no grosso.
  • Consistência das fezes: Na ileostomia, as fezes são mais líquidas devido à menor absorção de água no intestino delgado.
  • Frequência de troca da bolsa coletora: Geralmente mais frequente na ileostomia devido ao maior volume e fluidez das fezes.

Desafios e Superações: Uma Nova Perspectiva de Vida

Os pacientes ostomizados enfrentam muitos desafios, mas também encontram formas de superar as dificuldades e retomar uma vida plena. A aceitação da nova condição e o apoio de familiares, profissionais de saúde e grupos sociais são fundamentais nesse processo.

Com os avanços na tecnologia de bolsas coletoras, educação em saúde e suporte psicológico, muitas pessoas ostomizadas conseguem viver de forma independente, produtiva e feliz.


Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *