Oxigenoterapia

Oxigenoterapia

Oxigenoterapia é definida como a administração de oxigênio em concentrações superiores àquela encontrada no ar atmosférico, de baixo fluxo ou alto fluxo, afim de combater a hipóxia ou a hipoxemia.

A oxigenoterapia, como o próprio nome já sugere, é a uma terapia de oxigênio que é realizada ao paciente com objetivos único de suprir uma falta de oxigênio no organismo por algum motivo. A hipoxemia é a causa mais comum e a hipóxia é uma situação mais grave em que o paciente pode ir ao óbito pela falta de oxigênio.

Os órgãos também são afetados pela falta de oxigênio no organismo. O órgão que é diretamente afetado é o Cérebro. A hipóxia pode causar ao cérebro danos irreversíveis. Leia sobre oxigênio suplementar.

Objetivo da oxigenoterapia

A oxigenoterapia tem o objetivo para tratar ou prevenir os sintomas e manifestações da hipoxemia, que pode ter como causas a diminuição do O2 inspirado (altitude), hipoventilação (IRpA, DPOC, rebaixamento de nível de consciência), distúrbio V/Q, atelectasia, embolia pulmonar ou obstrução da VA. 

Reverter a Hipoxemia (PaO2 <60mmhg ) e Hipóxia tecidual (SatO2 <92%). A hipóxia se manifesta através de alguns sintomas, sendo eles de âmbito respiratórios, cardíacos, neurológicos,cutâneos e gasométricos.

Após avaliado e constatado a necessidade de oferta de O2 suplementar, deve-se escolher qual o suporte será utilizado.

A oferta de O2 de baixo fluxo se dá através de cateter nasal (0,5 a 5L/min) e máscaras de O2 (05 a 12L/min), que podem ser simples, de reinalação parcial ou de não reinalação.

Já a oferta de O2 de alto fluxo, se dá através do sistema de Tenda (ou névoa úmida, Ayre), sendo utilizado de 1 a 6L/min, ou através do sistema de Venturi, que varia de 3 a 15L/min e FiO2 de 24 a 50%.

Para saber qual é a FiO2 aproximada que está sendo ofertada ao paciente, deve-se utilizar a formula seguinte: 21 + 4 x O2 ofertado.

Ao instalar o suporte de O2 deve-se avaliar o paciente para assegurar que a escolha foi acertada. Caso o suporte não esteja sendo suficiente e os sintomas observados na avaliação persistam, deve-se considerar a troca do suporte ou o uso da VNI, que está indicada nos casos de risco de IRpA, dispnéia (FR > 25irpm), uso de musculatura acessória, PaCO2 > 46mmHg e pH < 7,34 e PaO2/FIO2 < 300. 

Contudo, deve-se ficar atento as contraindicações da VNI, que compreendem risco de PCR iminente, coma (Glasgow < 8), desorientação e/ou agitação psicomotora intensa,
incapacidade de proteger as vias aéreas de aspiração, hemorragia digestiva alta, pneumotórax não-drenado, abdome agudo, recusa do paciente ou tentativa prévia com
a VNI sem sucesso.

Métodos de Administração de Oxigênio:

1 – Cânula Nasal

A Cânula nasal, é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse e alimente-se, sem interrupção de O2.

Vantagens:

  • Conforto maior que no uso do cateter;
  • Economia, não necessita ser removida;
  • Convivência – pode comer, falar, sem obstáculos;
  • Facilidade de manter em posição.

Desvantagens:

  • Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
  • Concentração de O2 inspirada desconhecida;
  • De pouca aceitação por crianças pequenas;
  • Não permite nebulização

2 – Cateter Nasal

Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas nem sempre é bem tolerada, principalmente por crianças.

Vantagens:

  • Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
  • Facilidade de aplicação.

Desvantagens:

  • Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
  • A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
  • Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
  • Facilidade no deslocamento do cateter;
  • Não permite nebulização;
  • – Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

3 – Máscara de Venturi

Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração.

4 – Máscara de Aerosol, Tendas Faciais

São utilizadas com dispositivo de aerosol, que podem ser ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

5 – Cânula nasal (óculos)

A cânula nasal é chamado também de cateter tipo óculos.

Material:
• Cânula nasal dupla estéril;
• Umidificador de bolhas estéril;
• Extensão de borracha;
• Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
• 50 ml de AD esterilizada.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
3. Conectar a extensão ao umidificador;
4. Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
5. Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la, sem tracionar as narinas;
6. Conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro (conforme prescrição).

Observações:
• Trocar a cânula nasal diariamente;
• Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.

6 – Nebulização

Material:
• Fluxômetro;
• Máscara simples, ou “Venturi”, de formato adequado esterilizada;
• Frasco nebulizador;
• Extensão plástica corrugada (traquéia);
• 250 ml de água destilada esterilizada;
• Etiqueta e folha de anotações de enfermagem.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro;
3. Conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
4. Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
5. Regular o fluxo de oxigênio, de acordo com a prescrição;
6. Identificar o nebulizador com adesivo (data, hora e volume).

Observações:
• Trocar a água do nebulizador de 6/6hs, desprezando toda a água do copo e colocando nova etiqueta;
• Trocar o conjunto a cada 48 horas.

7 –Inalação

Material:
• Fluxômetro;
• Micronebulizador, com máscara e extensão;
• 10 ml de SF ou água destilada esterilizada;
• Medicamento;
• Etiqueta;
• Gaze esterilizada;
• Folha de anotações.

Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro na rede de oxigênio ou ar comprimido, e testá-lo;
2. Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
3. Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao fluxômetro;
4. Conectar a máscara ao micronebulizador;
5. Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
6. Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca, solicitando que respire com os lábios entreabertos;
7. Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até terminar a solução (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
8. Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
9. Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
10. Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do paciente.

Observação:
• Trocar o nebulizador a cada 48 horas.

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