Última atualização: 11/02/2025
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico sobre o risco crescente de surtos da dengue tipo 3 em diversos países das Américas. O comunicado destaca a circulação ativa do sorotipo DENV-3 em regiões como Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru, aumentando a preocupação das autoridades sanitárias. O cenário atual preocupa especialistas devido à vulnerabilidade da população ao vírus, uma vez que o sorotipo 3 não circulava de forma predominante em algumas dessas áreas há muitos anos. No Brasil, por exemplo, a última grande incidência desse sorotipo foi registrada em 2008. Com a reintrodução da cepa, há um risco elevado de crescimento exponencial dos casos, especialmente entre aqueles que nunca tiveram contato prévio com esse subtipo do vírus. Ver Brasil registra aumento preocupante de casos de Dengue em Janeiro de 2025.
A gravidade da Dengue e seus sorotipos
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e apresenta quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Uma pessoa infectada por um desses vírus desenvolve imunidade permanente apenas contra aquele sorotipo específico, mas pode ser novamente infectada pelos outros tipos. Esse fenômeno eleva o risco de manifestações graves da doença, como a dengue hemorrágica, caracterizada por complicações como hemorragias internas e choque circulatório.
Segundo a OPAS, o ressurgimento do DENV-3 em regiões onde sua circulação havia sido reduzida pode aumentar significativamente a quantidade de casos de dengue grave, pois grande parte da população não possui imunidade contra essa variação do vírus.
Recomendações das autoridades sanitárias
Diante desse cenário, a OPAS reforça a necessidade de intensificação das medidas de vigilância epidemiológica, diagnóstico precoce e manejo clínico adequado dos pacientes. O órgão também orienta os países a implementarem estratégias preventivas eficazes, como a eliminação de criadouros do mosquito transmissor e campanhas de conscientização sobre os sintomas da doença.
Além disso, a entidade alerta para a importância da notificação rápida de casos suspeitos, permitindo que as autoridades adotem ações mais efetivas para conter o avanço da epidemia.
Panorama da Dengue nas Américas
Nos últimos anos, a dengue tem se tornado um dos maiores desafios de saúde pública no continente americano. A OPAS observa que o aumento da circulação de diferentes sorotipos em uma mesma região pode impulsionar ciclos epidêmicos mais severos, levando a um crescimento preocupante nas taxas de hospitalização e mortalidade.
No Brasil, onde a dengue é endêmica, o Ministério da Saúde já monitora de perto a situação e reforça a importância da vacinação contra a doença, medida recentemente incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Medidas de prevenção
Diante do alerta, especialistas reforçam algumas medidas essenciais para evitar a propagação do Aedes aegypti:
- Eliminar recipientes que acumulam água (como pneus, vasos de plantas e garrafas) para evitar criadouros do mosquito.
- Utilizar repelentes e telas protetoras para reduzir o contato com o vetor.
- Procurar atendimento médico ao primeiro sinal da doença, como febre alta, dores musculares, manchas na pele e sangramentos.
Com o alerta da OPAS, os países afetados redobram esforços para minimizar os impactos da possível nova epidemia de dengue, reforçando a importância da prevenção e do monitoramento contínuo da doença.