Última atualização: 03/02/2025
O primeiro mês de 2025 trouxe um crescimento expressivo dos casos de dengue no Brasil. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, foram contabilizados 170.376 casos prováveis da doença, além de 38 óbitos confirmados e outros 201 em investigação. O coeficiente de incidência no país está atualmente em 80,1 casos para cada 100 mil habitantes.
Perfil dos pacientes e distribuição etária
Os dados mostram que as mulheres representam 54% das ocorrências, enquanto os homens correspondem a 46%. Em relação ao recorte racial, 51,3% dos infectados são brancos, 32,4% pardos, 4,4% negros e 1,1% amarelos. A faixa etária mais atingida abrange adultos de 20 a 49 anos, sugerindo uma alta exposição desse grupo ao mosquito transmissor.
Estados mais impactados pela Dengue
Entre os estados mais afetados, São Paulo ocupa a primeira posição, registrando 100.025 casos prováveis. Na sequência, aparecem Minas Gerais (18.402), Paraná (9.424) e Goiás (8.683). Quando se analisa a taxa proporcional por habitantes, o Acre apresenta os números mais elevados, com 391,9 casos a cada 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (217,6), Mato Grosso (193,9) e Goiás (118,1).
Análise regional e preocupação com o Sudeste
O levantamento do Ministério da Saúde indica que as regiões Norte e Nordeste apresentam estabilidade nos números, enquanto o Centro-Oeste e o Sul registraram uma redução significativa de casos. No entanto, o Sudeste tem se tornado motivo de grande preocupação, especialmente o estado de São Paulo, onde os casos dobraram em relação ao mesmo período do ano anterior, saltando de 50 mil em 2024 para 100 mil em 2025.
Além disso, os óbitos em investigação podem elevar ainda mais a taxa de letalidade da doença. Caso a maioria das 135 mortes sob análise seja confirmada, o índice de casos por óbito poderá atingir uma média alarmante de 800 a 900 infectados para cada morte registrada.
Circulação do Sorotipo 3 e riscos potenciais
Uma das causas apontadas para o aumento expressivo da dengue no país é a disseminação do sorotipo 3 do vírus. A reintrodução dessa variante tem sido observada desde julho de 2024, especialmente em São Paulo e Paraná, com tendência de expansão para outras regiões.
A circulação desse novo sorotipo levanta preocupações, pois grande parte da população não possui imunidade prévia contra ele, o que pode contribuir para um agravamento do cenário epidemiológico nos próximos meses.
Estratégias de Prevenção e Medidas de Controle
O Ministério da Saúde reforça a necessidade de intensificar ações preventivas para conter a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Algumas das recomendações incluem eliminar focos de água parada, utilizar repelentes e procurar atendimento médico ao apresentar sintomas como febre alta, dores musculares e manchas vermelhas pelo corpo.
Especialistas alertam que 2025 pode ser um ano desafiador no combate à doença, exigindo esforços conjuntos entre gestores públicos, profissionais da saúde e a população. O engajamento da sociedade será essencial para minimizar a propagação do vírus e reduzir os impactos causados pela dengue no Brasil.
O avanço acelerado dos casos de dengue, especialmente no Sudeste, demanda medidas emergenciais para evitar um agravamento ainda maior da crise sanitária.
A reintrodução do sorotipo 3 e o expressivo crescimento dos registros em São Paulo evidenciam a necessidade de campanhas educativas, mobilização social e investimentos contínuos em controle epidemiológico. A colaboração entre autoridades e a população será fundamental para conter a disseminação da doença. Ver Gestante de 36 anos morre com suspeita de dengue em Buritama: recém-nascido permanece em UTI.