Artrose no quadril: a realidade silenciosa enfrentada por milhões e exposta por Paula Burlamaqui

Última atualização: 17/04/2025

A atriz Paula Burlamaqui, aos 57 anos, trouxe à tona um problema de saúde que afeta silenciosamente milhões de brasileiros ao revelar que passou por uma cirurgia no quadril em decorrência de uma doença crônica e incurável: a artrose. A condição, que compromete a cartilagem das articulações e reduz drasticamente a mobilidade, já atinge cerca de 15 milhões de pessoas no país, segundo o Ministério da Saúde. A experiência da atriz não apenas evidencia a seriedade da doença, como também reacende o debate sobre os desafios do diagnóstico precoce e o impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Especialistas alertam para os sinais e desafios do diagnóstico

A artrose de quadril é uma enfermidade degenerativa que evolui lentamente, mas de forma contínua, provocando dor, limitação dos movimentos e alterações na postura e no caminhar. O ortopedista Isaías Chaves, especializado em quadril e joelho, explica que a doença muitas vezes passa despercebida nas fases iniciais.

Sintomas como dores irradiadas na região da virilha, rigidez matinal, estalos nas articulações e dificuldade para realizar movimentos simples — como subir escadas ou calçar sapatos — podem ser subestimados ou atribuídos a outras condições, como lombalgia ou tendinites.

Segundo o médico, essa confusão retarda a busca por tratamento específico, o que favorece a progressão da degeneração articular. “Muitos pacientes só procuram ajuda especializada quando a dor já interfere diretamente em sua rotina. Nessa altura, a cartilagem já pode estar severamente comprometida”, afirma.

Tratamentos variam conforme estágio da doença

Apesar de não haver cura para a artrose, o avanço da medicina permite tratamentos que amenizam os sintomas e melhoram a mobilidade. As estratégias variam conforme o estágio da doença. Em casos mais leves, o controle pode ser feito com fisioterapia, uso de medicamentos anti-inflamatórios e mudanças no estilo de vida, como prática regular de atividades físicas de baixo impacto e controle do peso corporal.

Contudo, quando há um comprometimento grave da articulação, como no caso de Paula Burlamaqui, a solução mais indicada é a cirurgia de artroplastia, com implante de uma prótese total de quadril. Esse tipo de intervenção pode restituir parte significativa da qualidade de vida, permitindo ao paciente realizar tarefas cotidianas com menos dor e mais liberdade de movimento.

Prevenção e cuidados contínuos são fundamentais

A artrose, embora seja mais prevalente em pessoas idosas, também pode acometer adultos jovens, especialmente aqueles com histórico de lesões, sobrepeso ou predisposição genética. Por isso, a prevenção deve começar cedo. “Exercícios de fortalecimento muscular e mobilidade articular, manutenção do peso adequado e o combate ao sedentarismo são práticas que fazem toda a diferença”, orienta Isaías Chaves.

O especialista também ressalta que o acompanhamento médico periódico é essencial para detectar sinais precoces e evitar que o desgaste evolua para um quadro incapacitante. “A dor não deve ser normalizada. Quanto antes se busca ajuda, melhores as chances de controlar a evolução da doença”, completa.

Reflexo de uma realidade crescente

O caso de Paula Burlamaqui, ao tornar-se público, trouxe visibilidade para uma condição que tende a ser invisibilizada, apesar de extremamente prevalente. A artrose de quadril é mais que um desconforto físico: é uma limitação funcional que pode afetar o bem-estar emocional, a produtividade e a independência dos indivíduos. Mais do que nunca, campanhas de conscientização e acesso ampliado a diagnósticos e tratamentos devem ser prioridades para enfrentar essa realidade de forma eficaz e humanizada. Veja também Descoberta inesperada: diagnóstico de doença rara em bebê surge após morte de príncipe europeu.

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