Casos de meningite caem no Distrito Federal em 2024, mas autoridades reforçam alerta para importância da vacinação

Última atualização: 22/04/2025

Com uma leve queda nos registros da doença, o Distrito Federal confirmou 92 casos de meningite em 2024 entre os moradores da região, conforme dados oficiais divulgados pela Secretaria de Saúde. Embora o número represente uma redução de 14% em relação ao ano anterior, especialistas alertam que o cenário ainda exige atenção redobrada, principalmente quanto à cobertura vacinal — a principal estratégia para conter a disseminação dessa infecção que pode ser fatal.

A vacinação, inclusive, teve avanço no último ano, com mais de 30 mil doses aplicadas e uma cobertura que superou os 95%. Autoridades de saúde ressaltam que, apesar da tendência de queda ao longo dos anos, a prevenção continua sendo o recurso mais eficaz contra a doença.

Balanço de casos e tipos da doença

O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde indica que, ao longo de 2024, o DF recebeu 333 notificações de casos suspeitos, dos quais 92 foram confirmados. O número mostra uma ligeira melhora em relação a 2023, quando houve 107 confirmações entre 254 notificações.

A análise dos casos mostra que 52% foram do tipo bacteriano, 30% virais, 7% tiveram causas diversas — como fungos — e 11% ainda seguem sem causa definida. Historicamente, segundo as autoridades, o Distrito Federal apresenta tendência de redução tanto na ocorrência quanto na letalidade da meningite, reflexo direto do avanço da imunização.

Vacinação é pilar da prevenção

A imunização continua sendo a medida mais recomendada e eficaz no combate à meningite. Em 2024, foram aplicadas 30,9 mil doses de vacinas contra a doença, número superior às 30,3 mil de 2023. A cobertura vacinal subiu de 86% para 95,3% no período. A médica Anna Paula Bise Viegas, responsável técnica pela área de meningites na Secretaria de Saúde do DF, afirma que o impacto positivo da vacinação é evidente na redução de casos graves.

“A meningite é uma doença grave, com risco de sequelas permanentes e óbito. Manter a caderneta de vacinação atualizada é a principal arma que temos para prevenir esses quadros”, ressaltou.

Formas de contágio e sintomas comuns

A meningite, inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e outros agentes. A transmissão geralmente ocorre por gotículas de saliva, tosse, espirros ou secreções nasais.

Os principais sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas, rigidez na nuca, confusão mental, sensibilidade à luz e, em casos mais graves, convulsões. Em crianças pequenas, é comum o surgimento de febre, sonolência excessiva e choro constante.

Disponibilidade da vacina e atendimento

A vacina contra a meningite C faz parte do Programa Nacional de Imunizações desde 2010 e é oferecida gratuitamente para crianças até um ano de idade. Em 2017, a campanha foi ampliada para incluir adolescentes entre 11 e 14 anos.

Já a partir de 2020, essa faixa etária passou a receber a vacina meningocócica ACWY, mais abrangente. Atualmente, a imunização está disponível em salas de vacinação espalhadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do DF.

Panorama nacional da doença

Em um contexto mais amplo, dados do Ministério da Saúde indicam que, entre 2010 e 2024, mais de 356 mil casos suspeitos de meningite foram notificados no Brasil, com 234 mil confirmações. A maioria é de origem viral ou bacteriana, o que reforça ainda mais a relevância da vacinação como medida preventiva.

As autoridades de saúde seguem alertando a população para manter a caderneta de vacinação em dia e procurar atendimento médico ao menor sinal de sintomas. Ver também Técnica de enfermagem é agredida por pai de recém-nascida durante procedimento em hospital de São Luís.

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