Última atualização: 21/04/2025
Uma técnica de enfermagem foi vítima de agressão física dentro de um hospital em São Luís (MA), durante a madrugada deste domingo (20), enquanto realizava um procedimento rotineiro de punção venosa em uma bebê de apenas dois meses. O pai da criança, insatisfeito com a maneira como a ação foi conduzida, reagiu de forma violenta, empurrando a profissional e causando-lhe ferimentos físicos.
O caso gerou forte repercussão no ambiente hospitalar e foi parar na polícia, evidenciando os riscos enfrentados diariamente por profissionais da saúde, especialmente durante atendimentos delicados e que envolvem crianças pequenas.
Procedimento técnico e reação inesperada
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela vítima, o episódio teve início quando o pai da criança exigiu que o acesso venoso fosse feito em apenas uma tentativa. A técnica explicou que, em recém-nascidos, é comum que mais de uma tentativa seja necessária para encontrar a veia com precisão, especialmente devido à fragilidade e à vascularização difícil dos bebês. Mesmo com a tensão instaurada, o procedimento foi realizado com sucesso. No entanto, um pequeno extravasamento de sangue irritou o pai, que interpretou a situação como maus-tratos à filha.
A profissional relatou que, ao tentar conter o sangramento com algodão, foi surpreendida com um empurrão violento, que resultou em lesão na mão e dores nos ombros. “Ele achou que eu estava machucando a filha e avançou para tirar o jelco. Tentei agir rapidamente para estancar o sangue, mas ele me empurrou com força”, declarou.
Atendimento policial e perícia médica
Logo após a agressão, a segurança interna do hospital foi acionada e retirou o homem do local. Em estado de abalo, a técnica de enfermagem se dirigiu à Delegacia Especial da Mulher (DEM), onde formalizou a denúncia contra o agressor. Na sequência, ela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), que confirmou a presença de lesões corporais decorrentes do incidente.
“Denunciei a agressão que sofri enquanto exercia minha profissão. Fui atendida no IML, e a lesão foi comprovada pela perícia”, contou a vítima, que agora aguarda os desdobramentos do caso na Justiça.
Até o momento, o pai da criança não se pronunciou publicamente sobre os fatos. A reportagem mantém o espaço aberto para que ele possa oferecer sua versão dos acontecimentos.
Violência contra profissionais da saúde
O episódio reacende o debate sobre a segurança dos profissionais da saúde durante o exercício de suas funções, especialmente em ambientes hospitalares de emergência, onde a tensão entre familiares e equipe médica pode escalar rapidamente. Entidades da enfermagem têm denunciado o aumento nos casos de agressões físicas e verbais contra técnicos, enfermeiros e médicos em todo o país, cobrando medidas mais rígidas de proteção e conscientização da população.
A técnica de enfermagem, cuja identidade não foi divulgada, afirma que seguirá trabalhando, mas ressalta que o medo e o trauma psicológico permanecerão como marcas desse episódio lamentável. Veja também Campanha nacional contra a gripe começa com meta ambiciosa de imunização.