Cofen apura denúncia de assédio moral envolvendo presidente do Coren-PA e jornalista no Pará

Última atualização: 21/03/2025

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) iniciou uma investigação formal após uma denúncia de assédio moral atribuída ao presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA). O caso veio à tona após um ex-assessor de imprensa relatar ter sido alvo de comportamento abusivo durante uma ligação telefônica realizada fora de seu horário de trabalho. O profissional, que atuava na assessoria de comunicação do Coren-PA, alega ter sido pressionado de maneira desrespeitosa e ter recebido críticas ofensivas relacionadas ao desempenho de suas funções, culminando em sua demissão imediata.

Ligação fora do expediente e tom agressivo

De acordo com o jornalista envolvido, o episódio aconteceu na última semana, quando recebeu uma ligação do presidente da entidade cobrando, de forma ríspida, a divulgação de uma notícia relacionada a um ato público da categoria em Brasília. Segundo o relato, o presidente demonstrou impaciência com o suposto atraso na publicação e comparou o desempenho do Coren-PA ao de outros conselhos regionais, alegando que todos os demais já haviam divulgado o evento.

Na conversa, o profissional explicou que cada conselho produz seus próprios materiais de comunicação e que, até então, apenas o Cofen havia publicado sobre o ato. Mesmo assim, o tom da conversa se manteve agressivo, com o uso de palavrões e desqualificações. Ao final da ligação, o presidente teria comunicado sumariamente a demissão do assessor.

Ambiente hostil e críticas constantes

O jornalista afirmou que o episódio foi apenas o ponto culminante de um histórico de desvalorização profissional. Ele relata que já vinha sendo alvo de constantes questionamentos por parte do presidente, que frequentemente colocava em dúvida sua competência e criticava o conteúdo produzido.

Ainda assim, o ex-assessor afirma que se manteve comprometido com as atividades do conselho, trabalhando além do horário regular e enfrentando limitações estruturais da entidade.

Posicionamento do Cofen

Diante da repercussão, o Cofen divulgou uma nota oficial no dia 20 de março, informando que está conduzindo a apuração dos fatos por meio da Corregedoria. O conselho destacou que todo processo investigativo respeitará os princípios legais do contraditório e da ampla defesa, conforme estabelece o Código de Processo Administrativo Disciplinar, instituído pela Resolução Cofen nº 645/2020.

Até o momento, não foram divulgados prazos para a conclusão da investigação ou eventuais desdobramentos. A denúncia, no entanto, acende um alerta para a necessidade de garantir ambientes de trabalho respeitosos e livres de assédio, especialmente em instituições públicas que zelam pela ética e pelo bem-estar dos profissionais. Veja também Estética e risco: presidente do Conselho de Medicina alerta para problema de Saúde Pública.

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