No Brasil a maioria dos adeptos que fazem o uso de pinturas capilares são mulheres, se comparado ao número de homens, que são um total de 15% de toda a população, e a desculpa é sempre a mesma cobrir os cabelos brancos.
De todos os corantes e totalizantes que estão no banco de dados do Environmental Working Group, que totaliza 945, apenas 50 são considerados seguros, e não adianta dizer que não corre ricos porque não pinta as madeixas regularmente, porque o risco é o mesmo.
Suas composições toxicas estão ligadas:
Ao câncer;
Alterações no desenvolvimento sexual e reprodutivo;
Agressões a órgãos;
Neurotoxicidade;
Alterações imunológicas;
Sem contar dos sintomas mais comuns que são:
Alergias;
Irritação nos olhos;
Irritação da pele.
Mas essa ameaça não ronda somente aquelas que tingem os cabelos, uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Lund pela Gabriella Johansson que é a principal autora do estudo na Suécia, encontrou concentrações altíssimas de uma substância cancerígena no sangue de cabeleireiros. Segundo especialistas, os indícios são um motivo a mais para que as tinturas e outros produtos químicos usados em salões de beleza sejam investigados com mais atenção pelos cientistas. Ao serem analisadas amostras de sangue dos cabeleireiros, houve indícios de aminas aromáticas carcinogênicas, compostos presentes nos produtos utilizados para tingir e fazer permanentes nas mechas e que já foram banidos da União Europeia. Pelo menos uma das substâncias do grupo, a ortotoluidina, está comprovadamente envolvida na expressão de câncer de bexiga, de mama e na leucemia.
“Há indícios de que o 4-ABP causa mutações no genoma humano, além de poder interferir em questões hormonais e a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer já o reconheceu como carcinogênico, isto é, um patrocinador de tumores’, explica a epidemiologista Sanna Heikkinen. Ela conta ainda que, embora o estudo finlandês não seja o primeiro a apontar o dedo para uma possível ligação com o câncer, ela ressalta que ainda não dá para bater o martelo numa relação de causa e efeito. “Mas temos um indicativo de que pode ter alguma coisa aí”, conclui.
“Os salões de beleza são repletos de substâncias voláteis que são absorvidas pelas mucosas e podem resultar em cânceres que se manifestam anos depois”, diz o também médico do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
“Em longo prazo, essas substâncias resultam em uma série de doenças, como o câncer de bexiga, que é muito agressivo. O tratamento é sofrido e mutilante, e as chances de cura são muito baixas se o diagnóstico demorar a ser feito”, disse Rodrigo Medeiros, especialista da unidade de Brasília do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanes.
“O estudo não permite dizer que essas pessoas terão mais câncer. Seria preciso observá-las durante muito tempo para confirmar isso. Existe a suspeita, mas, para ciência, o que vale é a certeza. Levantar hipóteses não demonstra uma associação direta e portanto não há motivos para criar pânico entre os cabeleireiros e nem para os clientes’, disse o oncologista clínico Vladmir Cordeiro de Lima, do A.C.Camargo Câncer Center, em São Paulo.
A diretora cientifica da Associação Brasileira de Cosmetologia Ana Carolina, sugere para quem quer pintar as madeixas com segurança, que use tonalizantes, pois possuem menos corantes e não ficam depositados nos cabelos, e para quem é alérgico, existem as tinturas hipoalergênicas, que são livres de PPD (produto apontado de estar por trás de problemas mais imediatos associados às tintas de cabelos). E para quem busca uma solução mais natural, existe a boa e velha hena, hoje com mais possibilidades de cores. Uma novidade na área é a coloração vegetal 100% natural – a primeira do gênero, feita com plantas indianas que foi lançada ano passado no Brasil. Como se vê, opção não falta para quem não abre mão de colorir as madeixas.
Na teoria, você não deveria colocar em seu corpo nada que não possa ingerir. E se você está grávida ou amamentando nem precisa falar que você deve afastar-se desse tipo de produto: o impacto sobre a saúde de seu filho pode ser devastador. E para quem faz uso frequente dessas tintas, vale a pena inspecionar regularmente o couro cabeludo.