Última atualização: 01/01/2025
O cuidado no CC é uma manifestação do compromisso da enfermagem em oferecer suporte técnico e emocional ao paciente, garantindo que ele se sinta valorizado e respeitado em um momento de vulnerabilidade. Sabe-se que a chegada de uma pessoa que necessita de cirurgia, nesse setor, é sempre precedida da sensação de medo: medo do desconhecido etc. Essa realidade exige dos profissionais de enfermagem uma abordagem humanizada e técnica, que considere não apenas as necessidades clínicas, mas também emocionais do paciente. Ver Exame físico em pacientes em cuidados paliativos: Abordagem integral e humanizada.
1. Introdução
A experiência no Centro Cirúrgico (CC) destaca a complexidade do momento da admissão do paciente. Este período é frequentemente marcado por sentimentos de medo, ansiedade e insegurança, devido à estranheza do ambiente, preocupação com o procedimento cirúrgico e receio do desconhecido. Essa realidade exige dos profissionais de enfermagem uma abordagem humanizada e técnica, que leve em consideração não apenas as necessidades clínicas, mas também emocionais do paciente.
2. Desafios na Admissão no Centro Cirúrgico
2.1 Medos e Ansiedades do Paciente
A chegada ao CC é frequentemente acompanhada por temores como:
- Medo da anestesia.
- Preocupação com a cirurgia e possíveis complicações.
- Alterações na imagem corporal.
- Medo da morte.
Esses sentimentos podem ser intensificados por estímulos ambientais, como a movimentação da equipe, ruídos e conversas técnicas.
2.2 Ambiente e Interferências
O ambiente do CC apresenta desafios específicos, incluindo:
- Fluxo constante de pessoas.
- Informações técnicas inadequadamente transmitidas próximas ao paciente (ex.: “falta oxigênio nesta sala”).
- Exposição a materiais ou resíduos cirúrgicos mal acondicionados.
- Interrupções no atendimento devido a demandas administrativas.
3. Papel da Enfermeira no Centro Cirúrgico
3.1 Reduzindo Estressores
A enfermeira deve agir para minimizar os agentes estressores, promovendo conforto e confiança ao paciente. Isso pode ser alcançado por meio de:
- Comunicação clara e respeitosa.
- Chamadas pelo nome, evitando apelidos genéricos como “tio” ou “vó”.
- Explicações sobre o procedimento e o que esperar.
3.2 Comunicação Terapêutica
A enfermeira desempenha um papel crucial ao estabelecer um relacionamento de confiança por meio de:
- Escuta ativa.
- Respostas atenciosas às dúvidas do paciente.
- Demonstração de empatia e compreensão.
4. Observações da Admissão no CC
4.1 Experiência Prática
A pesquisa observacional em uma instituição pública revelou que, apesar da preocupação das enfermeiras em oferecer um cuidado técnico eficiente, o aspecto emocional muitas vezes foi negligenciado devido à pressão do ambiente e à sobrecarga de trabalho.
4.2 Impacto no Paciente
A passividade observada nos pacientes pode ser interpretada erroneamente como aceitação, quando na verdade pode refletir medo ou confusão. A falta de uma comunicação efetiva aumenta o risco de reações emocionais negativas durante e após o procedimento.
5. O Cuidado Humanizado na Admissão
5.1 Abordagem Integral
O cuidado humanizado requer uma abordagem que considere o paciente como um ser único, com necessidades físicas, emocionais e espirituais. Isso envolve:
- Oferecer suporte emocional.
- Respeitar crenças e valores individuais.
- Criar um ambiente acolhedor e seguro.
5.2 Estratégias para a Humanização
- Reduzir ruídos e conversas desnecessárias no ambiente.
- Manter a privacidade e dignidade do paciente.
- Estimular a confiança por meio da presença constante e de explicações claras.
6. Reflexões e Considerações Finais
6.1 Desafios do Cuidado no CC
A admissão no CC é um momento crítico, onde o cuidado técnico e humanizado deve coexistir. É necessário equilibrar as demandas administrativas e assistenciais para proporcionar uma experiência menos estressante ao paciente.
6.2 Contribuições do Estudo
Este estudo contribui para uma reflexão sobre a importância do cuidado humanizado na enfermagem, especialmente no CC. Ele destaca a necessidade de estratégias que:
- Promovam um ambiente mais tranquilo e acolhedor.
- Valorizem a interação com o paciente como um ser único.
- Busquem minimizar os efeitos negativos do ambiente hospitalar.