Última atualização: 18/01/2025
O aumento exponencial de casos de coqueluche, popularmente conhecida como “tosse comprida”, acendeu um alerta na região de Piracicaba, em São Paulo. Dados recentes divulgados pelo Departamento Regional de Saúde (DRS-10) mostram que em 2024 houve um salto de apenas um caso registrado em 2023 para 45 casos confirmados e uma morte. Essa variação alarmante representa um aumento de 4.400% em apenas um ano.
A doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é altamente contagiosa e afeta as vias respiratórias, provocando intensas crises de tosse seca, falta de ar e, em casos graves, complicações que podem ser fatais, especialmente em crianças e idosos. A transmissão ocorre por meio de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar ou falar, o que torna o controle epidemiológico desafiador em ambientes densamente povoados.
Causas e prevenção
A coqueluche é considerada uma doença endêmica no Brasil, com surtos cíclicos a cada três a cinco anos. Segundo especialistas do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, a prevenção depende principalmente da vacinação. O imunizante pentavalente, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicado em crianças menores de um ano, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos, além de doses específicas para gestantes após a 20ª semana de gestação.
Em 2024, a cobertura vacinal no estado atingiu 90,86%, um índice abaixo do ideal para evitar surtos, reforçando a necessidade de campanhas educativas para aumentar a adesão à vacinação. Ver A vacinação representa a forma mais eficiente de evitar doenças.
Impacto regional
Além da região de Piracicaba, outras áreas próximas, como Campinas, também enfrentaram um aumento expressivo nos casos de coqueluche. Na região de Campinas, os registros saltaram de 8 casos em 2023 para 184 em 2024, representando um aumento de 2.200%.
Os municípios abrangidos pelo DRS-10 de Piracicaba incluem cidades como Limeira, Rio Claro e Araras, que estão sob vigilância devido ao crescimento da doença. Apesar do aumento de casos, os primeiros dias de 2025 indicaram uma desaceleração, sem novos registros confirmados.
Riscos e sintomas
O Ministério da Saúde alerta que os sintomas da coqueluche podem variar em intensidade, incluindo:
- Tosse seca persistente por mais de duas semanas;
- Episódios de tosse paroxística, seguidos por guinchos ao inspirar;
- Vômitos após crises de tosse.
Em situações de surto, é crucial que pacientes com esses sintomas procurem imediatamente atendimento médico para confirmação diagnóstica e início do tratamento adequado, geralmente à base de antibióticos.
Resposta das autoridades
A Secretaria Estadual de Saúde reforçou a necessidade de atualização das carteiras de vacinação, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e gestantes. A orientação é buscar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para garantir a imunização em dia.
Além disso, medidas educativas têm sido adotadas para conscientizar a população sobre a importância da vacinação e o reconhecimento precoce dos sintomas da doença.
O que esperar em 2025
Com o início do novo ano, a vigilância epidemiológica segue intensificada na região. A Secretaria de Saúde projeta campanhas mais agressivas para aumentar a cobertura vacinal e conter a disseminação da coqueluche.
Embora a situação seja preocupante, especialistas apontam que a combinação de vacinação, diagnóstico precoce e tratamento adequado pode reverter o cenário, protegendo a população e evitando novos surtos.