Última atualização: 15/04/2025
Uma tragédia abalou a cidade de Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal, na manhã desta terça-feira (15/4). Maria Eduarda Ferreira da Silva, uma menina de apenas seis anos, faleceu após ser levada ao Hospital Municipal local com sinais de agravamento de uma crise de asma. Segundo os pais, a criança chegou andando à unidade, recebeu medicação intravenosa e, em questão de minutos, apresentou uma súbita piora, entrando em parada cardiorrespiratória. A família denuncia negligência médica e exige responsabilização. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Chegada ao hospital e medicação
De acordo com os relatos da família, Maria Eduarda foi levada ao hospital por apresentar sintomas respiratórios associados à asma. Conforme o pai, Eduardo Silva, a filha caminhava normalmente ao chegar na unidade de saúde, mas após ser medicada, entrou em colapso diante da mãe, Ana Alice Ferreira.
A menina recebeu uma dose de hidrocortisona intravenosa, conforme prescrição médica para controlar a crise asmática. Contudo, apenas um minuto após a aplicação, ela ficou inconsciente, sem pulsos detectáveis e com sinais de cianose.
Tentativas de reanimação e confirmação do óbito
O relatório médico, ao qual a reportagem teve acesso, detalha que a paciente foi imediatamente levada para um box de emergência após apresentar quadro de parada cardiorrespiratória. A equipe médica realizou manobras de ressuscitação durante cerca de duas horas, sem sucesso. O óbito de Maria Eduarda foi oficialmente confirmado às 9h50.
Comovido, o pai da criança gravou um vídeo chorando na porta da Delegacia da Cidade Ocidental. Ele acusa o hospital de ter administrado uma dosagem incorreta do medicamento, o que, segundo ele, provocou a morte da filha. “Mataram a minha filha”, afirmou em lágrimas. O vídeo foi publicado em páginas locais e gerou forte repercussão nas redes sociais, com manifestações de solidariedade e indignação por parte da população.
Resposta da Secretaria de Saúde
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Cidade Ocidental declarou que a criança deu entrada na unidade às 7h17 e que, segundo o primeiro relato da mãe, não havia histórico conhecido de comorbidades ou alergias. A pasta afirma que o quadro clínico observado era compatível com crise asmática aguda, motivo pelo qual a hidrocortisona foi administrada. Ainda segundo o comunicado oficial, a mãe teria informado sobre as crises asmáticas somente durante o atendimento.
O órgão considerou o caso como “atípico” e alegou ausência de diagnóstico prévio de doenças crônicas. Disse ainda que aguarda os resultados dos exames periciais para compreender melhor a causa do agravamento do quadro e reforçou que todos os documentos médicos já foram disponibilizados à família.
Investigação em curso
A Polícia Civil de Goiás abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança. Laudos técnicos e o prontuário médico serão analisados, e os profissionais envolvidos no atendimento devem ser ouvidos nos próximos dias. A expectativa é que o laudo necroscópico ofereça respostas mais concretas sobre o que motivou a falência clínica de Maria Eduarda logo após a aplicação do medicamento.
A morte precoce de Maria Eduarda gerou grande comoção em Cidade Ocidental. Familiares, vizinhos e amigos clamam por justiça e cobram das autoridades rigor na apuração do caso. A dor da perda, agravada pela suspeita de erro médico, mobiliza a comunidade local, que exige maior atenção e responsabilidade por parte dos serviços de saúde pública.
Luto e apelo por justiça
O caso de Maria Eduarda acende mais um alerta sobre os riscos da desatenção e da possível negligência nos atendimentos de emergência, sobretudo em pacientes pediátricos. Em meio à dor e à revolta dos pais, permanece a expectativa por justiça e a necessidade de respostas claras sobre os procedimentos adotados naquela manhã fatal.
A tragédia de uma criança de seis anos, que deveria estar protegida em um ambiente hospitalar, agora se transforma em símbolo de um sistema que, mais uma vez, falhou em seu dever mais básico: salvar vidas. Veja também Preta Gil apresenta melhora clínica, mas segue internada sem previsão de alta.