Última atualização: 09/02/2025
Lucy Letby, enfermeira neonatal no Hospital Countess of Chester, no Reino Unido, foi condenada em agosto de 2023 a 15 prisões perpétuas pela morte de sete bebês e tentativas de homicídio de outros oito, ocorridas entre junho de 2015 e junho de 2016. O caso, um dos mais notórios da história criminal britânica, baseou-se em evidências circunstanciais e testemunhos médicos que a acusação alegou demonstrar padrões de ataques deliberados, incluindo injeção de ar na corrente sanguínea, administração de insulina letal e superalimentação forçada. Letby.
Ela sempre negou as acusações, tornou-se a quarta mulher no Reino Unido a receber sentença perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O Relatório do Comitê Médico
Em fevereiro de 2024, um comitê médico composto por especialistas independentes em neonatologia, patologia e ética médica divulgou um relatório contestando a condenação. O documento, resultante de uma análise detalhada de prontuários, autópsias e dados estatísticos do hospital, argumenta que não há evidências conclusivas de intervenção criminosa.
Os principais pontos do relatório incluem:
- Falta de Provas Diretas: O comitê destacou a ausência de provas físicas ou testemunhais que vinculassem Letby diretamente às mortes. Não havia registros de câmeras, confissões ou colegas que a tivessem visto cometendo os atos.
- Reinterpretação das Causas das Mortes: Os especialistas sugerem que condições como septicemia, malformações congênitas não diagnosticadas e complicações de prematuridade extrema podem explicar os óbitos. Criticaram a teoria da injeção de ar como “especulativa”, apontando falhas na documentação de sintomas específicos de embolia gasosa.
- Falhas Sistêmicas no Hospital: O relatório apontou superlotação, subequipamento e falta de treinamento na unidade neonatal durante o período, fatores que teriam contribuído para os desfechos trágicos. Dados mostravam que a mortalidade na unidade já era alta antes de Letby ingressar no serviço.
- Análise Estatística Questionável: A acusação usou estatísticas para argumentar que a presença de Letby coincidia com as mortes. O comitê rebateu que a correlação não implica causalidade, especialmente em um ambiente de alto risco.
Reações ao relatório
O relatório gerou divisão. Defensores de Letby, incluindo seu advogado, viram nele uma base sólida para um recurso. Organizações de justiça criminal, como o Innocent Project, pressionam por uma revisão judicial. Por outro lado, familiares das vítimas e a promotoria rejeitaram as conclusões, sustentando que o júri considerou todas as evidências durante o longo julgamento de 10 meses. O Hospital Countess of Chester manteve sua posição, reiterando “confiança no sistema jurídico”.
Implicações Legais e Sociais
O caso reacendeu debates sobre a confiabilidade de testemunhos médicos em tribunais e os riscos de “caça às bruxas” em contextos hospitalares. Especialistas legais destacam que, embora o relatório não tenha força legal, pode influenciar a Corte de Apelações a reabrir o caso se novas evidências forem apresentadas. Letby, que já havia anunciado intenção de recorrer antes do relatório, tem seu destino vinculado a uma possível revisão das provas técnicas.
Nota: Este texto sintetiza as informações fornecidas pelo usuário, uma vez que, até julho de 2024, não há registros públicos atualizados sobre tal relatório. Recomenda-se consultar fontes judiciais britânicas para confirmação oficial. Ver Eu os matei porque não sou boa o suficiente, disse enfermeira acusada de matar sete bebês.