Última atualização: 20/01/2025
A síndrome de burnout, que se manifesta como um esgotamento físico e emocional relacionado ao ambiente de trabalho, foi oficialmente incluída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de doenças ocupacionais. Essa classificação foi incorporada ao Brasil com a nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), adotada no início de 2025. O reconhecimento reforça a relevância desse problema para a saúde pública global.
A situação no Brasil
Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) mostram que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros enfrentam sintomas de burnout, colocando o país na preocupante segunda posição mundial em incidência da síndrome. Para a pesquisadora Cláudia Osório, da Universidade Federal Fluminense (UFF), esse cenário está ligado ao modelo de trabalho neoliberal, que prioriza a produtividade e as metas em detrimento da qualidade de vida e da saúde mental dos trabalhadores.
Sintomas e consequências
Os sintomas do burnout variam de exaustão física a alterações emocionais, como irritabilidade, dificuldade de concentração e ansiedade. Mudanças no sono, dores frequentes e desmotivação no trabalho também são comuns. Em situações extremas, a síndrome pode levar à depressão severa, isolamento social e até pensamentos suicidas. Além disso, muitos profissionais desenvolvem uma atitude de distanciamento emocional do trabalho, caracterizada por indiferença e desânimo.
Transformando o ambiente de trabalho
Conforme explica Cláudia Osório, enfrentar o burnout não se limita a oferecer atendimento psicológico. É essencial repensar o ambiente de trabalho para torná-lo mais acolhedor e participativo. Dar voz aos trabalhadores em decisões que afetam suas atividades diárias e fortalecer iniciativas sindicais são caminhos importantes para reduzir a incidência da síndrome. Ver Alerta: Cresce casos da Síndrome de Burnout entre profissionais da Enfermagem.
O desafio para os profissionais da saúde
Entre as categorias mais vulneráveis ao burnout estão os profissionais de enfermagem. Para protegê-los, é indispensável implementar ações institucionais de conscientização e apoio, além de promover práticas de gestão que considerem as necessidades da equipe. Esses esforços são essenciais para preservar a saúde dos profissionais e garantir um atendimento de qualidade à sociedade.
Um novo horizonte
O reconhecimento do burnout como uma doença ocupacional abre caminho para que empresas e instituições assumam maior responsabilidade na prevenção e no cuidado com seus trabalhadores. A construção de ambientes de trabalho mais saudáveis e equilibrados é indispensável para proteger a saúde mental e física dos profissionais.