Governo enfrenta repercussões negativas após polêmica sobre o Pix

Última atualização: 20/01/2025

Nos últimos dias, a controvérsia em torno do sistema de pagamentos Pix tem gerado um impacto negativo significativo na percepção pública sobre o governo federal. A discussão, alimentada por rumores sobre uma suposta taxação do Pix, teve grande repercussão nas redes sociais e resultou em um desgaste na imagem do governo, segundo pesquisa realizada pela Quaest.

Estratégia mal conduzida intensifica a crise

De acordo com a pesquisa, que monitorou dados digitais e entrevistou 1.200 pessoas entre os dias 15 e 17 de janeiro, a abordagem adotada pelo governo foi considerada equivocada. Felipe Nunes, diretor executivo da Quaest, apontou três erros principais: “momento inadequado, avaliação incorreta e tática ineficaz”.

A crise começou a ganhar tração após a publicação de um vídeo em 6 de janeiro pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG), que levantou suspeitas sobre a intenção do governo de criar taxas para o uso do Pix. A resposta do governo veio no dia 15 de janeiro, com a revogação de uma norma de fiscalização relacionada ao sistema de pagamentos. No entanto, a medida foi vista como um recuo que acabou intensificando as críticas.

Reações nas redes sociais

O assunto dominou as redes sociais, alcançando mais de 5 milhões de menções no dia 10 de janeiro. Apesar das tentativas de figuras como o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de desmentirem os rumores, vídeos críticos ao governo, como os produzidos pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), alcançaram uma audiência impressionante, somando mais de 300 milhões de visualizações.

A pesquisa revelou que 88% dos entrevistados estavam cientes das notícias relacionadas ao Pix, e 67% acreditavam que, no futuro, o governo poderia impor algum tipo de imposto sobre as transações realizadas pelo sistema. Além disso, a porcentagem de menções contrárias ao governo disparou de 54% para 86% após o anúncio da revogação.

Lições e ações futuras

Apesar de o governo ter negado a intenção de taxar o Pix, apenas 68% dos entrevistados afirmaram estar cientes da retratação. Segundo Felipe Nunes, a demora para reagir à crise prejudicou a capacidade do governo de controlar o discurso público, evidenciando a importância de respostas rápidas e eficazes em tempos de alta exposição digital.

A controvérsia em torno do Pix sublinha a necessidade de estratégias de comunicação mais ágeis e eficazes. Além disso, reforça a relevância de manter uma postura proativa e transparente para evitar crises de percepção e desconfiança na opinião pública. Ver Jair Bolsonaro anuncia processo contra Fernando Haddad por polêmica do Pix.

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