Última atualização: 29/01/2025
Uma revisão de 284 estudos, publicada na revista GeroScience, identificou que o café é rico em antioxidantes e compostos anti-inflamatórios, como as xantinas, que fortalecem o endotélio — tecido que reveste os vasos sanguíneos. Esses componentes ajudam a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, incluindo infartos e hipertensão. A cafeína, frequentemente criticada, também desempenha papel positivo ao estimular a função vascular sem sobrecarregar o sistema, desde que consumida dentro dos limites recomendados.
Aliado no combate ao diabetes e síndrome metabólica
Além dos benefícios cardíacos, o café demonstra potencial para reduzir em até 30% o risco de diabetes tipo 2. Os polifenóis, como o ácido clorogênico, neutralizam o estresse oxidativo, fator-chave no desenvolvimento de resistência à insulina. Outros compostos, como enterodiol e enterolactona, auxiliam na regulação da glicose sanguínea, tornando a bebida um coadjuvante na prevenção de síndrome metabólica — condição marcada por obesidade abdominal, pressão alta e colesterol desregulado.
Quantidade ideal: equilíbrio é fundamental
Segundo o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein, adultos saudáveis podem consumir até quatro xícaras diárias (cerca de 400 mg de cafeína). Uma dose de café coado (150 ml) contém aproximadamente 100 mg da substância, enquanto o expresso (75 ml) chega a 150 mg. Exceder esse limite pode provocar efeitos colaterais, como ansiedade e taquicardia. “A moderação é a chave para aproveitar os benefícios sem riscos”, ressalta o especialista.
Preparo faz diferença: escolha o método certo
A forma de preparar o café influencia diretamente seus efeitos na saúde. O expresso, feito sob alta pressão, concentra mais antioxidantes. Já o café coado com filtro de papel retém substâncias gordurosas, como o cafestol, associado ao aumento do colesterol. Para quem prioriza a saúde cardiovascular, filtros de papel ou pano são mais indicados. Outro cuidado é com o açúcar: cada colher adicionada eleva em 16 calorias por xícara, podendo anular parte dos benefícios metabólicos.
Horário estratégico: manhã é o melhor momento
Um estudo do European Heart Journal revelou que consumir café logo ao acordar reduz em 31% o risco de mortalidade por doenças cardíacas, comparado a ingeri-lo ao longo do dia. A explicação está no sincronismo com o ritmo circadiano: a cafeína matinal estimula a circulação sem interferir no sono, desde que evitada após as 15h.
Benefícios além do coração: proteção renal e nutrientes essenciais
O café também é fonte de potássio, magnésio e niacina, nutrientes que sustentam a saúde dos rins. Pesquisas recentes associam seu consumo regular à menor incidência de doenças renais crônicas, graças à combinação de antioxidantes e minerais que combatem inflamações e toxinas acumuladas no organismo.
Enquanto debates sobre o café persistem, a ciência consolida seu papel como aliado da saúde. Combinado a hábitos equilibrados, o consumo moderado pode ser um elo entre o prazer e a prevenção de doenças — desde que preparado com atenção e consumido no momento certo. Como dizem os pesquisadores: “O café não é vilão. É como usá-lo que define seu impacto“. Veja também A Revolução da Inteligência Artificial na Enfermagem Brasileira.