Última atualização: 11/05/2025
O estado do Acre está enfrentando uma verdadeira avalanche de internações por problemas respiratórios graves, especialmente entre crianças pequenas. A situação chegou a um ponto tão crítico que o governo estadual foi forçado a decretar emergência sanitária. A medida, anunciada neste sábado (10), veio em resposta ao crescimento alarmante de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que já ultrapassaram os números registrados nos últimos dois anos.
Com hospitais lotados e leitos de UTI pediátrica em colapso, a população está em alerta máximo, enquanto autoridades de saúde correm contra o tempo para conter o avanço das doenças virais que assolam o estado.
UTIs superlotadas e vírus por todos os lados
A capital Rio Branco, junto com Cruzeiro do Sul e Brasiléia, concentra o maior número de casos. Crianças e idosos são os mais afetados. Segundo o boletim mais recente do governo, o número de internações já bateu 872 — superando os 669 de 2023 e se aproximando dos 920 de todo o ano passado.
O cenário é de caos nos hospitais, especialmente nas unidades que cuidam do público infantil. Vários vírus estão circulando ao mesmo tempo, como o Sars-CoV-2 (Covid-19), Rinovírus, o temido VSR (Vírus Sincicial Respiratório), além das influenzas A e B. O resultado: um verdadeiro colapso nos serviços de saúde.
Decreto libera contratações e reforço nos insumos
Para tentar lidar com a situação, o governo do Acre publicou um decreto que dá carta branca para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) tomar medidas imediatas. Entre elas, está a possibilidade de contratar mais profissionais da saúde e garantir reforço nos estoques de medicamentos e vacinas.
Segundo o secretário Pedro Pascoal, a decisão é necessária para dar mais agilidade às ações de combate à crise: “Estamos diante de um cenário desafiador, mas o decreto nos dá agilidade para proteger principalmente nossas crianças“, declarou.
Bronquiolite preocupa e sintomas devem ser observados
Entre os quadros mais recorrentes nos hospitais está a bronquiolite, que tem atingido especialmente crianças com menos de 2 anos. Os principais sinais da doença são tosse persistente, febre, respiração acelerada com chiado, recusa alimentar e sonolência excessiva.
A Sesacre reforçou à população a importância de ficar atenta a esses sintomas e procurar ajuda médica o quanto antes em caso de agravamento.
Recomendações para evitar o contágio
Diante do cenário crítico, a Secretaria de Saúde divulgou uma lista de orientações para tentar conter a disseminação dos vírus. As principais recomendações são: evitar aglomerações, principalmente com crianças pequenas; manter ambientes bem ventilados; lavar as mãos com frequência; e manter a caderneta de vacinação em dia. A população, assustada, tenta seguir as orientações enquanto espera que a situação comece a melhorar nos próximos dias.
O Acre vive dias de tensão, com hospitais sobrecarregados e profissionais da saúde no limite. A declaração de emergência sanitária é mais do que simbólica — é uma tentativa desesperada de controlar uma crise que já saiu do controle. Para os moradores, resta o cuidado redobrado e a esperança de que as medidas adotadas surtam efeito rápido. Veja também Quase metade dos pacientes com câncer no SUS enfrenta fila e não consegue iniciar tratamento no prazo.
