Hipertensão arterial: um inimigo silencioso que já afeta mais de um quarto da população brasileira

Última atualização: 24/04/2025

Com quase 28% da população nacional afetada, a hipertensão arterial desponta como um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil, exigindo atenção urgente de autoridades, profissionais de saúde e da sociedade. Considerada uma condição crônica que, muitas vezes, se desenvolve sem apresentar sintomas evidentes, a chamada “pressão alta” pode passar despercebida por anos, até manifestar complicações graves, como AVCs, infartos ou insuficiência renal. Neste sábado, 26 de abril, o país celebra o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, data dedicada a conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento contínuo e da adoção de hábitos saudáveis como forma de evitar seus efeitos devastadores.

Quase um terço dos brasileiros convive com a pressão alta

Dados recentes do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), ligado ao Ministério da Saúde, revelam que aproximadamente 27,9% da população brasileira apresenta diagnóstico de hipertensão.

O levantamento realizado nas 27 capitais em 2023 aponta que a prevalência é maior entre as mulheres (29,3%) do que entre os homens (26,4%).

Pressão alta: o que é, como se manifesta e por que é perigosa

Segundo o médico Pedro Pina, especialista em Medicina de Família e Comunidade da Amparo Saúde, a hipertensão arterial sistêmica é caracterizada pelo aumento contínuo da pressão do sangue nas artérias. Isso obriga o coração a exercer esforço extra para impulsionar o sangue pelo organismo, o que, a longo prazo, pode comprometer órgãos vitais.

Uma pessoa é considerada hipertensa quando seus níveis pressóricos estão consistentemente em 140/90 mmHg ou superiores, em medições repetidas. Um único registro elevado não basta para o diagnóstico, mas deve ser investigado, alerta o especialista.

Fatores de risco e sintomas que não devem ser ignorados

Diversos fatores contribuem para o surgimento da hipertensão, entre eles a herança genética, o sedentarismo, a alimentação rica em sódio, gorduras e ultraprocessados, além do estresse, tabagismo, alcoolismo e presença de doenças como diabetes ou problemas renais.

Ainda que seja comum a ausência de sintomas, algumas manifestações clínicas podem surgir, como dor de cabeça persistente, tontura, desconforto no peito, alterações na visão e falta de ar.

Impactos da doença e riscos associados à negligência

Quando não é tratada adequadamente, a hipertensão pode acarretar complicações sérias, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, perda da função renal e danos à visão.

O problema atinge principalmente adultos, mas não poupa crianças e adolescentes, especialmente os que enfrentam obesidade ou têm histórico familiar da condição.

Diagnóstico e controle: os pilares para evitar complicações

O diagnóstico da hipertensão requer medições repetidas da pressão arterial e, em alguns casos, exames específicos como a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou a monitorização residencial (MRPA). O controle da condição envolve mudanças significativas no estilo de vida e, em muitos casos, uso contínuo de medicamentos.

As recomendações incluem a redução do consumo de sal e alimentos industrializados, a prática regular de atividade física, o controle do peso, a cessação do tabagismo, o consumo moderado de álcool e a gestão do estresse. O acompanhamento médico regular e o uso correto dos medicamentos são fundamentais para manter a doença sob controle e evitar complicações graves.

Um chamado à prevenção

A celebração do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão reforça o alerta: embora silenciosa, a hipertensão arterial é uma ameaça real e presente na vida de milhões de brasileiros. Informar-se, adotar hábitos saudáveis e buscar o acompanhamento médico são passos essenciais para viver com mais saúde e longevidade. Veja também Pai atravessa o mundo em busca de tratamento inovador para doença rara que ameaça o futuro do filho.

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