Última atualização: 24/04/2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta uma piora em seu estado de saúde após realizar uma cirurgia no intestino no dia 13 de abril, e segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. De acordo com o boletim médico divulgado nesta quinta-feira (24), houve aumento da pressão arterial e alterações nos exames laboratoriais do fígado, o que motivou a necessidade de novos exames de imagem. Ainda sem previsão de alta, Bolsonaro permanece sob observação contínua, sendo alimentado exclusivamente por via parenteral, em jejum oral, e submetido a sessões regulares de fisioterapia motora e medidas preventivas contra trombose.
A situação clínica do ex-presidente gerou nova repercussão, tanto no meio político quanto jurídico, especialmente por conta da recente intimação judicial recebida diretamente em seu leito hospitalar.
Agravamento clínico exige monitoramento rigoroso
A equipe médica do Hospital DF Star informou que o agravamento do quadro clínico de Bolsonaro inclui elevação da pressão arterial e piora nos indicadores hepáticos, o que requer um acompanhamento mais detalhado.
Apesar de, anteriormente, terem sido observados sinais de melhora relacionados ao funcionamento intestinal, os médicos decidiram pela realização de novos exames de imagem para investigar a evolução da condição. Desde a operação para tratar uma suboclusão intestinal — decorrente de aderências formadas após múltiplas cirurgias abdominais resultantes do atentado a faca de 2018 —, Bolsonaro não deixou a UTI.
Interdição para visitas e foco na recuperação
Com o estado de saúde ainda considerado delicado, o hospital mantém a orientação de restrição total de visitas, permitindo apenas a presença de familiares próximos. O tratamento atual inclui nutrição parenteral, que fornece nutrientes diretamente na corrente sanguínea, e controle rigoroso das funções corporais.
Bolsonaro também continua com sessões de fisioterapia motora, que visam manter a mobilidade e prevenir complicações relacionadas à imobilidade prolongada.
Intimação no hospital após transmissão ao vivo
Em meio ao processo de recuperação, Bolsonaro foi surpreendido por uma intimação judicial. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do processo em que o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado.
A intimação foi autorizada após Bolsonaro participar de uma transmissão ao vivo diretamente de seu quarto na UTI, o que, segundo o STF, demonstrou que ele estava em condições de ser notificado. A ação gerou polêmica e críticas sobre a exposição da filmagem do momento da intimação, considerada inadequada por entidades de oficiais de justiça.
Contexto judicial e repercussões políticas
A presença de Bolsonaro na UTI, mesmo sob cuidados médicos intensivos, não impediu o avanço dos trâmites judiciais contra ele. A live transmitida de seu quarto hospitalar reforçou a avaliação do Supremo de que não havia impedimentos para a entrega da intimação, o que marca mais um capítulo na série de embates entre o ex-presidente e o Judiciário.
Enquanto isso, seus apoiadores seguem acompanhando com preocupação a evolução de sua saúde e os desdobramentos legais que poderão se intensificar nos próximos dias. Veja também Bolsonaro é submetido a procedimento cirúrgico de emergência após agravamento de dores abdominais.